Enxergando o Vermelho

99 5 6
                                    

AVISO IMPORTANTE:
Oi gente, tudo bem?
Eu tenho duas contas lá no spirit, SimSenhora e NeutaeDinho, tô avisando pra caso alguém ler por lá, não achar que é plágio. Essa fanfic, por exemplo, é postada no SimSenhora, então não estranhem o nome da conta na capa. Eu não quis criar outra conta aqui no Wattpad com o nome SimSenhora já tendo essa,   então não fazia muito sentido criar outra. Sabe, fica mais fácil pra administrar, pois resolvi trazer todas as minhas fanfics pro wattpad! Tomara que vocês tenham entendido porque eu sou péssima explicando! 😅😅Por fim, espero que gostem e boa leitura! Xêro 😘😘

Sozinho e desolado! Foi assim que me senti quando descobri a traição de minha noiva. Ela havia fugido com o amante no dia do nosso casamento. Deixou-me plantado no altar enquanto corria da igreja de mãos dadas com meu melhor amigo. Nunca desconfiei de nada, Sol sempre demonstrou ser amorosa e fiel, mas no momento em que ela caminhava em minha direção percebi seu semblante abatido. Vi a aflição ganhar cada nuance de seu rosto e a cor rubra de suas bochechas, dar lugar a um tom pálido e doentio. Sua expressão não era de uma mulher que queria se casar, mas sim de quem estava cometendo um erro.

Gelei na hora em que ela parou de andar em direção ao altar, por um instante achei que fosse o nervosismo da ocasião, mas o que se seguiu poucos segundos depois foi um baque para mim. Como se o mundo, de repente, entrasse em câmera lenta, a vi olhar para Tião que encontrava-se a alguns passos de mim, pois era meu padrinho. Ele retribuiu seu olhar desesperado e, no mesmo instante,  foi até minha noiva segurando sua mão.

Antes de partir, meu amigo olhou-me em desalento, eu pude ver seu pedido de perdão estampado em seu rosto. Respondi-lhe com toda mágoa presente em meus olhos que não o perdoaria. Tião apenas acenou, entendendo e, no instante seguinte, saiu às pressas com a mulher para quem eu devotava meu amor. A única cor que eu conseguia enxergar naquele momento era o vermelho vivo da raiva. Aquilo foi tão constrangedor e humilhante, os dois podiam ter dito algo antes de me levarem para aquela situação desastrosa. Todos na igreja ficaram em choque, ninguém conseguia acreditar que aquela cena digna de um filme clichê se desenrolava bem diante de seus olhos.

Se ela não queria se casar, devia ter terminado nosso noivado. Bem, talvez Sol quisesse me fazer de palhaço, não tinha outra explicação. Eu não conseguia entender suas razões, seus motivos para continuar planejando um casamento enquanto transava com meu melhor amigo. Ela parecia tão determinada a continuar com aquele enlace que acreditei fielmente em seu falso amor.

Agora aqui estou eu, numa rodoviária, fugindo da minha vergonha, abalado por confiar numa mulher ardilosa que apunhalou-me pelas costas. Sem falar no cara que dizia ser meu amigo de infância, que ajudou a dar a punhalada final. Passei as três últimas semanas enterrado em meu luto de homem traído, ou melhor de corno mesmo, até que decidi pegar o orgulho que me sobrara e sair daquela cidade interiorana na qual eu era a chacota.

Deixarei para trás cada beijo, cada abraço, cada "eu te amo" sussurrado ao pé do ouvido enquanto ela se entregava para mim. Cortaria cada laço, cada vínculo que ainda me prendia a doce e venenosa mulher que picotara meu coração. Minha tia não ficou nenhum pouco feliz com a ideia, mas apoiou-me entendendo a minha dor. Ela era a única parente que eu tinha na cidade e assumiu a responsabilidade de me criar quando meus pais morreram em um acidente de carro anos atrás. Desde aquele fatídico dia na igreja, jurei nunca mais amar ninguém, não suportaria outra decepção dessa. As cores que eu enxergava antes sumiram da paisagem e os tons cinzas tomaram conta da minha alma. Então se for para existir um coração partido que seja eu a quebrá-lo.

Olhando ao redor, vejo as pessoas andando de um lado para o outro. A rodoviária está lotada, tem gente chegando pra ficar, outros, como eu, partindo para nunca mais voltar. Alguns estão indo embora, mas com o desejo de não sair dali, ao mesmo tempo em que os que estão chegando, querem fazer o caminho de volta assim que colocam os pés fora do ônibus. Há também os que se despedem e há os que desejam boas vindas, tudo retratado num sistema social criado em cima de laços de afeto para alimentar a roda comercial.

Tons de VermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora