"O amor humano, o amor aqui embaixo na terra, quando é verdadeiro, ajuda-nos a saborear o amor Divino."
São Josemaria Escrivá.
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Duas pessoas: um proposito! Conta a história de duas pessoas que estão buscando em Deus forças para se reconstruíre...
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Acordo com uma forte dor de cabeça tento levantar meu corpo lentamente, porém, ainda contínuo amarrada a pilastra de ferro.
Sinto que a dor de minha perna diminuiu, porém a dor no braço só aumenta e a cada segundo fica inchado.
Não sei por quanto tempo estou aqui, só sei que a todo momento eu invoco o meu Anjo da Guarda pedindo proteção.
— Meu Deus, peço que o meu Anjo da Guarda me proteja de todas as ciladas do inimigo; Senhor não deixe a minha Fé fraquejar, pois, não consigo mais suportar.
Falo sentindo meu corpo deitar involuntariamente e perder todas as forças que estava lutando para manter.
Minha vista começa a ficar escura e sinto minha cabeça girar, não sei por quanto tempo estou sem comer e beber agua, mas, sei que o corpo humano não suporta muito tempo sem alimento.
Escuto a porta ser aberta e logo um homem se aproxima de mim me levantando e me fazendo sentar, o mesmo tira as cordas da minha mão e delicadamente a fita da minha boca, olho para ele assustada, porém ele coloca uma bandeja branca na minha frente, na mesma contia algumas frutas, água e uma sopa.
Olho para ele e sem falar nada ele acena e aponta para a comida, ao ver que estou recuando ele pega uma fruta e come e em seguida fala.
— Coma, não está envenenada. — o homem fala e eu lentamente pego o copo d'água e em seguida começo a comer.
— Apenas escute o que vou dizer. — o homem fala sussurrando.
— Estou aqui para te ajudar, porém, terá de me ajudar também. Terá de obedecer a mim e a tudo o que eu disser, eu prometo que em breve estará nos braços do seu noivo e de seus familiares. Apenas confie em mim, eu não vou te machucar. — ele fala
Limito apenas a acenar lentamente e continuo a me alimentar.
— Entenda, que esses homens são diferentes de mim. Eles farão de tudo por dinheiro, eles não ligam se você é mulher vão querer bater em você se o chefe deles mandar. — o homem fala baixo.
— Você precisa colaborar com eles caso eles perguntem algo, acredito que eles não farão. — diz o homem alto e de cabelos morenos.
— Como ele e minha família estão? — falo sussurrando para que ele entenda.
— Arrasados. — ele fala.
— Coma rápido, antes que eles voltem. — o homem fala e eu me apresso a comer.
— Você se machucou quando caiu? — o homem pergunta.
— Acredito que fraturei o braço e talvez machuquei a perna. — falo comendo.
— Okay. — o homem fala e se levanta pegando a bandeja.
Após o homem sair da sala o escuro volta a reinar dentro deste cômodo pequeno e agoniante.
Tento manter minha mente focada e com Fé em Deus, rezando e imaginando o meu casamento.
Ah, em pensar que em menos de dois meses irei me casar... e que Jackson e eu deixamos o jantar de noivado para ser mais próximo do casamento... em pensar no nosso quarto que arrumei com tanto carinho, nossa sala, nossa cozinha, nosso cantinho de orações. Nosso lindo jardim onde poderemos correr e brincar com nossos filhos, o escritório de meu noivo onde ele poderá trabalhar em seus projetos e em reuniões virtuais da empresa.
Em pensar que deixamos dois quartos vazios para nossos futuros filhos...
Será que um dia viverei esse sonho? Ou será que meu fim está neste cômodo preto repleto pela ganância do homem?
Como pode o homem achar que o dinheiro lhe trará felicidade e amor.... o dinheiro pode sim, proporcionar o momento de lazer, mas, trazer amor? Jamais... aqueles que tem dinheiro são os que sempre procuram mais e mais e se esquecem da própria almas, condenam suas almas só para serem ricos e poderosos e esquecem que existe um Deus, Ele sim é poderoso para fazer todas as coisas, Ele sim pode nos fornecer amor, alegria e momentos incríveis, Ele sim tem o poder de julgar as nossas almas.
Ah, se todos pudessem se arrepender de seus pecados e clamar a Jesus Cristo por misericórdia, porque a misericórdia de Deus se estende por todas as gerações.
***
Após mais um tempo decorrido vários homens entram na sala e o mesmo que disse que me ajudaria entra com uma fisionomia diferente, acredito que seja para mim jogar o mesmo jogo que ele.
Um homem se aproxima de mim e acredito que ele seja o líder do grupo.
— Você é bonita, senhora Walker. — ele fala me provocando.
— Acho bom me obedecer, não quero ter que machucar o rostinho bonitinho da herdeira dos hospitais Johnson's. — o homem fala.
— Diga-me, foi bom ser demitida? Meu chefe mexeu uns pauzinhos para que você seja demitida do seu próprio hospital.... é incrível como tem pessoas infiltradas no nosso meio não é querida? — o homem fala dando tapinhas em meu rosto.
— Vai colaborar comigo ou não? — o homem fala e eu me recuso a falar, ao ver que eu fiz um silencio perturbador o homem bate fortemente em meu rosto e sinto-o queimar.
— Diga-me, o que Jackson Walker fez para ganhar o concurso? — o homem fala segurando fortemente meu rosto.
Permaneço em silêncio e ele solta uma risadinha.
— Você é fiel ao seu noivo... vamos ver até quando. — o homem fala.
— Se eu mandar meus homens irem atrás seus irmãos gêmeos, você me dirá? — ele fala.
— Não ouse tocar nos meus irmãos.
— Vejam garotos como o amor é tolo... a vida dela em jogo e ela só se preocupa com os irmãos gêmeos. — ele fala e seus homens caem na risada.
— Não brinquem com a justiça de Deus, ela tarda mais não falha. — ao ouvir isso o homem lança outro tapa do outro lado do rosto e novamente sinto-o queimar.
— "Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte não temerei mal algum, porque o Senhor Deus está comigo." — falo e recebo outro soco no rosto e cuspo sangue no chão.
— Você jamais terá informações sobre meu noivo. Jamais! — falo sentindo minhas lagrimas descerem.
— Ótimo! Vocês estão proibidos de trazer comida e água a doutora; veremos até quando sobreviverá. — o homem fala se levantando e saindo com seus homens.
Após todos saírem eu me desabo em lagrimas e rogo a Deus por ajuda, estou fraca e desistindo aos poucos de lutar.
Conforme as horas se passam sinto fome e mais fome. Tento manter minha mente focada, porém estava quase vendo miragem, um lindo oceano com uma bananeira flutuando.
Sinto meu corpo cair com força máxima no chão e por mais que tentasse lutar meus olhos estavam pesados; consigo escutar vários sons vindo lá de fora, mas pouco me importava e se importava não tinha forças o suficiente nem para pensar. Escuto um estrondo na porta e ainda sim limito a tentar abrir os olhos.
— Amor! — não, não pode ser... estou alucinando só pode, forço meus olhos a ficarem abertos mas, minha vista fica nublada e meu cérebro impede que eu entenda se é um sonho ou um delírio meu..
