Uma nova ave da Corvinal.

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Era logo de madrugada antes do amanhecer quando Endora acordou na sua cama, o quarto das meninas da Corvinal estava escuro e ela odiava a escuridão, apenas uma vela ao seu lado na mesa de cama estava acesa e iluminava um pouco para ela, perto da vela também havia uns livros que ela estava lendo antes de dormir, eram livros de herbologia que antes teve aula sobre alguns repolhos esquisitos que tinham dentes.

Ela parava para se perguntar a si mesma mentalmente... quando que sua vida se transformou tanto assim? Ela só era uma simples adolescente de um orfanato, nunca teve seus pais por perto em toda sua vida, na verdade nunca os conheceu, e agora ela simplesmente tem que cuidar para que seus dedos não fossem mordidos por repolhos com dentes? Tudo isso era muita informação para absorver, tanto que acordou e logo não conseguiu mais dormir.
Endora se virava para um lado e para o outro achando que tudo aquilo fosse uma ilusão, uma farsa. Tendo uma crise existencial.
O mundo trouxa onde vivia no passado no orfanato, era bem comum seus dias, passava a limpar os quartos e a cozinha do orfanato onde cresceu até os 15 anos. Lá só era ensinado para que as meninas pudessem com sorte, casar com alguém que tenha condições de mantê-las, e agora ela simplesmente tem que lidar com coisas anormais para mundo trouxa, mas que são normais no mundo bruxo. O professor Fig que a adotou era na verdade um bruxo, onde lhe ensinou várias coisas e alguns feitiços, ao descobrir que Endora conseguia ver Magia ancestral, bem... Ele ficou ainda mais fascinado com ela e quis a adotar como filha dele.

Tudo era muito novo, as aulas, as pessoas, os professores, as comidas, haviam coisas que ela nunca havia provado na vida. Já outras eram iguais ou parecidas ao do mundo trouxa. De uma coisa Endora estava certa: Ela não estaria aí se não fosse uma bruxa, já que o chapéu seletor a orientou e examinou seu interior fazendo-a se tornar a mais nova Ave da Corvinal. Está era sua nova casa, Hogwarts, seu novo quarto dividido com outras duas meninas da mesma idade chamadas Leanne e Ginevra, elas eram legais com a novata, Ginevra a permitiu que a chamasse por Gina e era bem mais amigável e compreensível que a outra, Leanne era mais tímida, mas sempre estava ouvindo tudo.
Endora tomou um pouco de água que estava ao seu lado e deitou novamente para dormir, acabou dormindo e acordando tarde, bem tarde, logo já perdeu a primeira aula que era de voo com as vassouras.
Leanne pergunta para sua amiga que acabam de chegar ao quarto e vendo a novata ainda dormindo.

─ Devemos acordar ela? ─ Pergunta com um olhar amedrontado para Ginevra.

─ Sim... irei acorda-la.

Antes de ir até Endora, Ginevra para o passo e diz. ─ Mas pensando bem, como ela é tão nova aqui, talvez esteja com vertigem por absorver tantas informações ao mesmo tempo. ─ Diz a amiga de Leanne olhando para ela com um olhar de dúvida, e conclui.

─ Quando eu vim para Hogwarts e fiz a viagem pela a travessia eu fiquei mal por uns dias mesmo, imagino que ela esteja sofrendo o mesmo, ainda mais sabendo do que ela passou com aquele dragão que simplesmente queria matar ela e o professor Fig, logo antes dela ser seleta para cá.

─ Não é comum vermos Dragões circulando Hogwarts... ─ Afirma Leanne com um olhar confuso para Ginevra.

─ É eu sei disso... vamos deixá-la acordar naturalmente, logo ela se adapta com as coisas daqui. ─ Confirmou Ginevra dando de costas para Endora em sua cama adormecida, saindo da sala logo em seguida junto a sua amiga.

Se passam mais algumas horas e o professor Fig é avisado na sua sala pelo Diretor Phineas Nigellus Black, mais conhecido como diretor Black, era o tipo de diretor que vamos se dizer... uma mala, chato e calculista, todos os alunos o temiam.
Black entra na sala do Fig entrando pela porta que estava semiaberta.

─ Professor Fig, sua mais nova "filha" não compareceu as aulas de voo com a professora Kogawa. O que está havendo?

Fig logo responde ao diretor surpreso.

─ Bom... eu não sei. Irei mandar uma coruja para ela agora mesmo diretor e conversaremos sobre o porque ela não compareceu as aulas. ─ Professor Fig fala enquanto escreve a carta já na mesa com uma pena preta, para Endora comparecer a sua sala.

─ Eu acho bom, nossos alunos não podem simplesmente... aahh... dar de ombros a nossos excelentíssimos professores. ─ Black diz saindo da porta e desaparecendo da visão de Fig.

Fig logo começa a pensar se Endora está bem, ficou preocupado ao saber da notícia e logo finalizando a carta chama sua coruja e entrega para levar até Endora. Olhando a coruja voar com sua carta pela janela, Fig pensa em voz alta.

"Acho que ela deve estar cansada de tudo o que aconteceu, deve ser muita coisa, ainda mais depois do incidente com o dragão e de quebra descobrir que tem um talento anormal entre os alunos... Endora... que você fique bem."

Finalizou seu pensamento ainda olhando pela janela de vidro enorme que havia em sua sala.

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Endora acorda com o sol na sua cara, estava ainda sonolenta e mal pensava direito quando se lembrou que estava atrasada. Arregalou os olhos ainda deitada e disse para si mesma.

─ Meu deus, foram tantas informações e tantos pensamentos nessa madrugada que acabei perdendo os horários das aulas!

O professor Fig havia passado para ela um calendário de segunda a sexta sobre os horários das aulas e quais aulas eram, olhando para o papel ela percebe que faltou as aulas de voo e diz para si mesma.

─ Bom, acho que não quero voar hoje ainda mais com tanta coisa acontecendo... seria um pouco perigoso.

Se levantou de sua cama, foi até o banheiro do quarto e se olhou no espelho retro enorme que havia ali, Endora era pálida como uma vela branca, seus olhos eram amarelados, grandes e caídos, lhe dando um olhar melancólico, era como um caramelo, na luz do sol o amarelo de seus olhos acendiam e seus cabelos não tão grandes, na altura dos ombros, castanho claro, havia umas mexas de cabelo escuras que se mesclavam com o castanho, seu rosto era uma fofura ternura, era tão magra que se via seus ossos... no orfanato era lhe dado pouca comida pois era tudo bem fracionado para que todas as crianças comecem, resultando assim uma Endora com um peso abaixo do normal.

Ela se lavou, vestiu seu uniforme e sua casa com o símbolo ao lado do seu peito, da Corvinal, todos os alunos tinham o uniforme em dia e todos precisavam usar para a identificação de cada casa, eram quatro casas: Corvinal que Endora se encontrava, Grifinória, Lufa-Lufa e Sonserina.
Saindo do banheiro já pronta, a coruja do professor Fig chega até sua janela que estava fechada ainda, a coruja dando-lhes bicadas na janela de vidro chamou a atenção de Endora que logo foi atende-la. Abriu a janela, retirou a carta e acariciou a coruja que logo levantou voo.

"Encontre-me na minha sala para conversarmos assim que acordar."

~ Eleazar Fig.

Endora leu a carta e ficou aliviada em saber que era do seu pai adotivo e deu um sorriso de canto de boca ao terminar de ler. Calçou seus sapatinhos pretos e saiu do quarto entrando em seguida sala comunal da Corvinal.

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Endora: Uma busca por um Coração Flamejante.Onde histórias criam vida. Descubra agora