Extra I

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está acontecendokkkkk boa leitura!

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Helaena só conseguia pensar em meio ao desespero que o rastro de sangue que Aemond deixava enquanto corria com Aegon nos braços em direção a garagem parecia cena de filme de terror.

Ela odiava filmes de terror.

Em sua concepção não faziam o menor sentido. Se o fantasma quer a casa, deixe a maldita casa para o fantasma. E outra que ideia de gênio comprar uma casa no cu do mundo onde uma vez foi um cemitério? Óbvio que iria dar merda.

Aegon por outro lado, amava filmes de terror. Ele rachava horrores e julgava sem papas na línguas as atitudes idiotas. Ele puxava Helaena para assistir com ele, mesmo sabendo que ela odiava. E Helaena ia... ela sempre reclamava, mas tudo o que Aegon fazia era ignorar, ele deitava a cabeça em seu colo, e ficava. Eles ficavam horas assistindo filmes e comentando como dois críticos azedos.

Era a coisa deles.

E agora o corpo e cada membro do corpo de Helaena se retorcia em dor e medo ao pensar que perderia esse momento com seu irmão.

A respiração de Aegon estava tão fraca e falhada que mal era percebida e seu corpo mortalmente gelado.

Ele parecia morto.

Ele queria estar.

Ele fez...

Ele fez aquilo... ele desejou a morte.

Helaena sabia que tudo o que seu irmão desejava era descansar.

Ele estava exausto. Foi um acúmulo de acontecimentos, mas ela sabia que essa sombra em Aegon crescia a anos. Sendo alimentada principalmente pelos seus pais. Alicent e Viserys foram os maiores contribuintes para a ruptura de Aegon.

Sem ao menos perceber em meios aos pensamentos Helaena mordia o lábio com tanta força que os rompeu suavemente e ao sentir o gosto ferroso do sangue quente ela fez uma promessa para si mesma.

Ela e seus irmãos sorririam novamente. Gargalhariam. Sem sombras ou angústias. Eles iriam ser felizes... Aegon iria ser feliz.

— Segure-o com força, Aemond! — Ela ordenou pegando o banco do motorista. Enquanto Aemond se acomodou no banco de trás com Aegon em seu colo. — Ele não pode perder mais sangue!

— Sempre! — Aemond murmurou vagamente.

Helaena o observou pelo espelho. Aemond tremia. Seus olhos tremendo em um pavor interno ao ver a face mórbida de Aegon em seus braços.

— Ele vai viver! — Helaena disse firme, forçando as palavras a saírem sem nenhum tremor. — Ele vai acordar e vai odiar a gente por um momento, por sermos egoístas em salvá-lo... mas ele vai sorrir de novo. Vou garantir isso!

Aemond a olhou e pela primeira vez em anos, Helaena viu lágrimas encherem o rosto de seu irmão, ele não as impediu de escorrer por seu rosto e em meio a um soluço dolorido ele concordou, ele acomodou o rosto de Aegon em seu pescoço e o abraçou o mais firme que conseguia.

Helaena então se virou para frente e estava pronta para engatar a marcha quando Daeron apareceu pela janela do carro. Seu irmãozinho suava frio.

— Vou ficar e controlar a situação. — Ele disse rapidamente. — Aegon não vai gostar de exposições. Quando voltar ele vai... porque ele vai voltar, certo?

Helaena assentiu trêmula.

— Certo!

Daeron assentiu e mesmo tendo se recusado a olhar para o banco de trás do carro.

the weight of the secret • JACEGONOnde histórias criam vida. Descubra agora