O assassinato

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Eu amo e odeio isso
•David Kushner•

Nova York
21:30 • 2019
Sexta-feira

Abro os olhos com certa dificuldade por conta da claridade.

Espera..claridade?

Olho ao redor e vejo Lua minha melhor amiga

Ela está sentada no sofá de dois lugares ao meu lado, mechendo no celular. Não digo nada apenas olho ao meu redor, estou num hospital e infelizmente o reconheço, já estive outras vezes aqui.

Meu pescoço dói, provavelmente ficará marcas

-Me diz que eles não estão aqui- Digo com certo medo em minha voz.

Lua se levanta do sofá guardando o celular, ela me olha e dá um sorriso sem mostrar os dentes

Ela se aproxima e me abraça, mesmo eu estando deitada na cama retribuo o abraço.

Lua: Eles nem vieram Lia..oque estava pensando? Se inforcar? E ainda não me chamar pra morrermos juntas -abaixa a cabeça-

Sorrio

-Na próxima vamos juntas.

Não terá próxima vez, quando eu chegar lá, provavelmente iram me matar.

Esse é o preço que pago por não ter nascido em uma família melhor.

-Precisa fugir Lia, tenho medo do que possa acontecer com você - Lua sabe de tudo que passei, todos os machucados, torturas, surras..tudo

-Não vai acontecer nada, não se preocupe- Acho que estou falando isso para mim mesma.

Olho para a porta quando vejo uma mulher de estatura alta, cabelos ruivos presos em um coque, ela usa um jaleco branco

Provavelmente minha médica

-Boa noite, vejo que já acordou. Como está se sentindo?- cansada, exausta, triste , fraca..-

-Bem- Sorrio

-Você ficou dois dias desacordada, deve estar bem descansada. Você já tem alta, tratamos dos machucados em volta de seu pescoço, cicatrizara bem..esse é o número de uma amiga psicóloga, espero que fique bem senhorita M'acalister - sorrio

-Obrigada.

A médica sai da sala, me sento na cama vendo enfermeiras se aproximar para retirar o soro

Uma enfermeira me passou um remédio para que eu não tenha nenhuma piora nos machucados

Saio de dentro do quarto do hospital, Lua está ao meu lado. Sinto uma sensação estranha e olho ao meu redor, vejo uma mulher vestida de preto com um boné da mesma cor, sentada em uma das poltronas da recepção me olhando, a olho por um tempo mas logo volto a andar

...

Saio de dentro do carro logo depois de ter me despedido de Lua, lá vamos nós

A porta estava aberta então simplesmente entro, olho a casa toda e aparentemente não tem ninguém. Subo para meu quarto e tranco a porta

Me olho no espelho grande que tem ao lado da minha cama, ele cobre metade da parede, olho meus machucados e não..não são da tentativa de suicídio

Minha mão está enfaixada com gases , acho que é só para o remédio ficar mais tempo

Pego meu celular e vejo algumas mensagens de Luc, meu melhor amigo

MENSAGEM>

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