Capítulo 2

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CAPÍTULO 2

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CAPÍTULO 2

O campus estava vazio. Somente os alunos que não desejavam rever os pais e irmãos, que estavam com problemas financeiros e/ou agarrados na recuperação, ficavam por lá nas férias. Os demais aproveitavam para curtir e ter o que contar quando retornassem para o próximo semestre.

Eu passava a tarde das minhas férias lendo e escrevendo livros. Era o que mantinha meu cérebro funcionando. Eu não podia negar que era um tipo estranho de nerd e que principalmente não queria passar as férias em uma propriedade dos Dakottas.

Melina, assim como eu, não queria voltar para lidar com a pressão dos pais. Ficávamos as duas no apartamento, passando calor e comendo - no meu caso, porcarias, e no dela, horríveis shakes de espinafre com gengibre, chia e coisas estranhas.

Ela tinha ido à loja de conveniência. Não tínhamos nada para comer em casa, e na maioria das vezes era ela quem se aventurava no mercado. Aproveitei a saída dela para descer até o pátio e fazer uma atividade física. O sol estava demasiadamente quente para as 16h, mas eu não podia deixar a preguiça me vencer. Desci para o pátio, me alonguei e comecei uma sessão de exercícios. Só Deus sabia se aquelas posições eram válidas, mas eram melhores do que o sedentarismo.

Quando eu estava na quarta sequência de agachamentos, um homem de roupa social parou próximo a uma das árvores do pátio e ficou me encarando. Interrompi meu treino quando o reconheci. Era o estranho que tinha esquecido o celular na festa da vovó.

Nosso pouco tempo de contato na escuridão não me permitiu repará-lo direito, mas ali à luz do dia dava para fazê-lo. Ele era bonito.

- Oi. - Ele se aproximou de onde eu estava. Seu ar era naturalmente arrogante.

- Oi.

- Você ficou com algo meu. Pensei que entraria em contato para devolver e demonstrar alguma honestidade, mas pelo jeito era esperar demais.

Estreitei os olhos, chocadíssima com sua ousadia.

- Por que, em vez de me insultar por ter ficado com o seu celular, você não me explica o motivo de ele ter ido parar na minha rede?

- Ele escorregou da minha mão enquanto eu tentava atender uma ligação no escuro. Acertou você bem na cabeça, mas como estava dormindo feito uma pedra, nem sentiu. Tentei acordá-la durante uns dez minutos, mas você nem se mexeu.

- Não se esqueça que todo canto do sítio possui câmeras, e que eu posso solicitar as gravações. Estávamos um pouco longe um do outro para que seu celular caísse na minha rede dessa forma.

- Eu estou há dias sem contato com a maior parte dos meus clientes. Estou ficando louco com tantas ligações de pessoas me cobrando coisas que deixei de fazer, já que estava tudo agendado no meu celular. Não acha que eu ficaria sem o meu celular propositalmente, né?

As mentiras de EthanOnde histórias criam vida. Descubra agora