C A P Í T U L O 7

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P A B L O • G A V I
❛ Every time you try to forget who I am
I'll be right there to remind you again
You know me ❜


Ela está aqui. Bonita de uma forma que nem consigo descrever. Caralho, ela é quase impossível de ser real. Tive que descer do carro, para ter certeza do que vejo. Acho que seria impossível de esquecer. Os cabelos cacheados, enormes e rebeldes voando com o vento. E a roupa que ela veste. Porra! Uma minissaia que preenche perfeitamente no quadril largo.

Já se passaram cinco dias desde a nossa derrota em casa para o Real Madrid. Isso ainda me incomoda. Eu cheguei a procurar essa garota em todas as redes sociais possíveis nos dois primeiros dias. Pedri e Ferran tentaram me ajudar, mas foi uma missão fracassada. Desisti quando vi que não ia dar em nada. Eu não sabia o nome dela. Era uma perda de tempo.

Quando aceitei esse fato, segui minha vida, desesperançoso. Mas também, se encontrasse o Instagram dela ou Twitter, o que eu iria dizer? Seria ridículo. E estava tudo bem. Mas, agora que eu sei que é ela, bem aqui na minha frente, porque não tentar alguma coisa? O máximo que ela pode dizer é "não". E foi o que fiz.

Na hora em que ela começou a descer os degraus, não pensei muito, e fui na mesma direção que ela. Eu sei que ela me viu, tentou me ignorar. E também sei que ela me conhece. É improvável que não saiba, afinal, é o meu rosto colado em vários lugares no centro da cidade. Jogo no maior e mais famoso time de Barcelona.

E se eu for parar para pensar, ela nem deve gostar muito de mim. A camisa do Real Madrid que ela usava deixa isso bem claro. E isso é meio esquisito. Tanto que pensei que ela fosse de Madrid e estivesse aqui para ver o time jogar. No entanto, agora que a vejo aqui, onde com certeza ela estuda, tenho certeza de que ela não é de Madrid e também não é da Espanha.

Faz mais sentido que ela tenha crescido em outro país e tenha vindo para cá para fazer algo. Trabalhar, estudar na UB. Ou os dois.

Em momento nenhum, sonharia que, quando fosse buscar Aurora na universidade e dar uma carona até em casa, iria me fazer reencontrar essa mulher. Nada melhor do que juntar o útil ao agradável.

Porra, agora que fiquei perto dela, o suficiente para reparar em como ela tem um cheiro bom, que parece com alguma fruta que não sei qual o nome. Me senti um verdadeiro idiota falando com ela. Com certeza ela deve estar achando que eu sou um tonto.

Nunca fui do tipo tímido quando flerto com alguém. Acho que é porque as garotas sempre ficam tímidas perto de mim, mas dessa vez eu era quem estava tímido. Ficar nervoso é comum nessas situações — ainda mais quando é uma garota bonita desse jeito. Por mais que tenha tentado conversar com ela, a garota não deu brecha. Nem se quer disse o nome, o que só me deixa ainda mais curioso.

No entanto, notei algo estranho, mas que eu gostei. Quando Aurora chegou, parecendo irritada, a menina se despediu de mim de uma forma não esperada. Algo mudou com a aproximação da minha irmã. A garota, que até então não tinha dado nenhum indício de interesse por mim, beijo minha bochecha e disse "Foi bom rever você, Pablo Gavira"

Depois disso, ela foi embora e Aurora me puxou com muita força para dentro do carro. Agora estou sentado no banco de trás e Pedri já está ligando o carro. Não entendi porra nenhuma.

E sinceramente, só pensava na sensação de que ela ainda está beijando minha bochecha. O formigamento ainda está lá.

— Limpa logo isso do seu rosto. Tá ridículo! — Um lenço é lançado na minha cara. Faço careta, mas limpo como ela manda. Não entendi mesmo a reação de Aurora, ela tá puta por um motivo que nem sei.

DIE FOR YOU | Pablo GaviOnde histórias criam vida. Descubra agora