"Tragédia em Ralvania"

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1853_Reino de Ralvania.

Amanheceu em Ralvania,mas diferentes dos outros demais dias,o Sol se recusou a sair e os pássaros naquela manhã nublada não ousaram de aparecer para cantar...

Todos estavam de luto.

E dentre os aldeões,circulava por aquelas terras o jovem príncipe,que a cada passo que dava sentia o peso da culpa atingir seu peito,como uma flecha banhada em veneno.
As notícias por ali,circulavam depressa,sendo assim todos a essa altura ja sabia do ocorrido da noite anterior que custou a vida da Jovem Bell.

A jovem Isabell,uma doce camponesa amada por todos a sua volta,ela era conhecida por sua esplendorosa beleza,trazendo assim vários homensa corteja-lá...até mesmo os de alta classe imperial.

-Minha filha...não pode ter acontecido tal coisa contigo!

Assim como os pais de Isabell,os aldeões se juntaram ao norte das terras em uma pequena e simples capela para poderem se despedir da jovem moça.

E enquanto isso,o príncipe continuava se aproximando aos poucos podendo se ouvir o choro de amigos e parentes,seus olhos de tão inchados transbordavam a tristeza enquanto se aproximava mais e mais da capela.

E ali,olhando o rosto pálido de sua amada,se debrussou sobre o caixão a chorar.
Em um ato de misericórdia ali,implorou em meio a soluços que o levasse no lugar de sua amada.

O príncipe chorava ali o que a madrugada não o permitiu chorar,sua vida não tinha mais sentido ali...estava tudo acabado.

-Majestade?!-Alguém o chamou-Saia do velório agora!

Sem entender nada o príncipe se levanta parando em frente ao patriarca da família.

-Maldito seja o dia em que seu caminho se cruzou com o de minha filha!

As lágrimas caiam pelo rosto levemente enrugado do homem a sua frente,"tire um filho do homem e ele não terá mais nada a perder"...aquela era a dor de um pai,vendo sua unica filha morta na sua frente.

-Eu...eu sinto muito,eu a amava mais do que amo a minha vida.

-O QUE FEZ COM A MINHA MENINA!-A mãe gritava aos prantos sendo acalmada por seus parentes.

-Por favor majestade,não quero parecer desrespeitoso mas seu lugar não é aqui,nunca quis que Isabell se envolvesse com você.

-Mas senhor...

-SUMA!

Limpando seu rosto,se afastou correndo do local,logo alcançando o "Meia noite"seu cavalo preto.
Montado em si,o príncipe se afastou do local rapidamente temendo algum problema com os aldeões e seguiu galopada até uma pequena lagoa a beira de um velho Carvalho.

Chegando próximo ao local pode desabar a chorar pois sabia mais do que ninguém que aquele lugar tinha um significado especial para si para sua doce e amada que agora havia falecido.

E dentre as lágrimas pode relembrar os momentos passados ali as promessas feitas com as cumpridas e acho que ainda não podem ser cumpridas aquilo abalou muito jovem príncipe que ficou pensativo por vários minutos

No meio de suas lembranças pode ouvir a voz de sua amada, arrastando-se para uma lembrança não muito distante, em que conversavam debaixo desse mesmo Carvalho dias antes do acontecimento trágico.

Ela lhe dizia que temia algo de ruim acontecer a si mesmo, e o príncipe com palavras doces tentava a acalmar dizendo que estaria sempre ao seu lado... e que nunca permitiria tal mal acontecer a si mas pelo visto esta promessa foi uma das que não podem ser cumpridas e isso feriu muito ao seu ego e a si mesmo.

Ao cair da noite O Príncipe se levanta, e com a fraqueza que estava no momento ,literalmente se arrastava até seu cavalo...assim chegando as terra distante do castelo mais conhecida como verdadeiro e mais profundo inferno.

Entregou o cavalo aos criados e adentrou o castelo logo subindo as escadas correndo para seus aposentos, não demorou muito para que seu irmão pudesse atrapalhar a sua calmaria, batendo na porta freneticamente... tanto que seus ouvidos chegaram a doer.E assim foi levantando da cama e correndo para abrir a porta

-O que queres aqui em meu quarto?

-Esse é meu castelo,posso entrar onde eu bem quiser!

-Sabes muito bem que não me importo e depois do que fez, não o considero nem rei dessas terras e nem meu irmão.Um ser humano não comete tanta atrocidade por obsessão como fizeste.

-Ainda achas que sou o responsável pela morte da plebeia?

-Pensas que eu sou um idiota?

E passando pela porta,todos que pudessem estar ali, agora sentiam a má energia vinda do rei.

-Em partes sim,por que assim como você, estou tão abatido com essa morte.

Depois de longos minutos de silêncio,o príncipe se pronuncia.

-Você nunca terá sentimentos, não sabes e jamais saberá o sentido de amar alguém, então não venha me dizer que sabes como eu estou me sentindo.

E sorrindo de forma singela Hakon,o Rei continuou.

-Ao contrário do que pensas Meu irmão,eu já amei um dia.

Esse amor,foi por muito tempo minha maior preciosidade e o que me mantinha em pé...Mas assim como todas preciosidades,o encanto acabou e alguém acabou tomando minha preciosidade de meus braços.

-Irmão...

-O amor é comparado a um verme meu irmão,que te corrompe te fere e lhe deixa fraco,e um fraco jamais tomaria posse do meu trono.

As palavras caíram como Pedras de gelo em cima do jovem príncipe.

-Recuso-Me a acreditar no que acabei de ouvir...

o silêncio ali prevaleceu

-Se queria diminuir as minhas chances de conquistar o trono - O Príncipe continuou - Poderia ter me matado!Tirar a vida de alguém que não tinha absolutamente nada a ver com nossa rivalidade... só me faz te odiar cada dia mais.

E naquele momento, como facas, ambos se encaravam com olhares mortais.

-Pelo visto, houve vantagens então?!

E rio sarcástico,o que fez o sangue de Jhon,o jovem príncipe esquentar em suas veias o fazendo pronunciar suas últimas palavras.

-Somente eu sei da verdade,e serei o responsável por vingar Isabell,a justiça neste reino ainda proverá,Hakon...a partir de hoje nossa rivalidade não acabará enquanto não houver mais uma morte.

Dito isso bateu a porta de seu quarto na cara do seu irmão,o rei.

Mas o que Jhon não sabia, é que essas palavras promoveriam guerras sem fim e como dito, só acabariam em meio a mais uma tragédia.






Espero que tenham gostado do capítulo,bjs e até o próximo capítulo.

Capítulo 2 "Chegada de Elisa Barker em Moscow"

Memory of a Forgotten PassionOnde histórias criam vida. Descubra agora