CAPÍTULO 1

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Faltava 1 mês para minha formatura do ensino médio, estávamos todos eufóricos e assustados com oque seria depois que tudo isso acabasse.
Muitos já sabiam oque iriam fazer no próximo ano, alguns faculdade outros já em busca de serviço. Mas eu não tinha a mínima ideia do que aconteceria com o meu futuro.

Estávamos na última aula quando o diretor Renato entrou em nossa sala, já imaginamos que iríamos levar um bronca, pois mais cedo Juliana... minha amiga de infância estava nos amassos dentro do banheiro com seu novo "namorado" que conheceu dois dias antes.

- Patrícia em minha sala agora!.
- Porque eu? Quem estava no banheiro era Juliana
- Não era sobre isso mas bom saber, antes de ir em bora passa na minha sala pra conversarmos.
- Legal Patrícia, não podia ter tirado a parte do banheiro e ter ido quieta ?
- Desculpa amiga juro te recompensar .

Sai sem jeito pois coloquei minha própria amiga em uma furada. Fui em direção ao corredor logo me bateu um desespero, uma vontade imensa de chorar.
Parei um pouco com os olhos lacrimejando, mas logo segui em frente. Chegando lá, Renato estava com uma feição triste, nunca tinha visto o diretor daquela maneira.

- Patrícia essa não era a notícia que queria falar com você, poderia estar te chamando aqui por causa das suas notas, sobre os preparativos da formatura. Mas infelizmente a notícia não e boa.
- Assim você me faz sentir mais mal do que quando estava vindo no corredor .
- Recebi uma ligação dos seus tios
- Mas eles moram do outro lado, raramente conversam comigo.

Interrompi ele desesperada, sem nem ter me dado metade da notícia.

- Vou terminar oque estava falando por favor fique calma

Respirei fundo e logo me sentei na cadeira em frente a mesa.

- Não sei nem como te falar sobre isso, mas saiba que estamos todos juntos, seus pais faleceram vindo pra cá
- Mas como aconteceu? Meu pai presta muito atenção no trânsito, nem gosta que nós ficamos mexendo no celular enquanto ele conduz o veículo.
- Infelizmente só sei disso, seus tios estão a caminho. Logo estará em sua casa espere eles e faça quantas perguntas precisar.

Não respondi nada, fiquei em estado de choque.. o choro estava entalado em minha garganta como uma bola enorme.

- Se precisar se ausentar está semana entenderemos, mas não deixe de ir para a sua formatura. Seus pais ficariam chateados se não comparecesse.
- Vou precisar de um tempo para assimilar tudo isso... E o mais importante aceitar que nunca mais vou ver meus pais.
- Sentimos muito Patrícia, fique bem logo.

Fui e direção a porta com totalmente perdida com o pensamento muito distante, naquele momento parecia que minha alma não estava em meu corpo. No momento em que sai Juliana me empurrou contra a parede

- Sua cretina, oque acontecer dentro desta sala, se eu perder a formatura juro que eu te mato e vc também não vai
- Não mesmo, pra mim tanto faz desculpa. Nem era minha intenção.

Logo viu meu olhar vago e se distanciou de mim, já estava mudando sua feição vendo que eu não estava bem mesmo.

- Desculpa amiga, nem perguntei oque aconteceu. Ele te deu uma bronca ?
- Se fosse isso estaria pulando de felicidade, mas a situação e muito pior. Se antes eu não  sabia oque iria fazer após me formar, imagine agora.

Comecei chorar desesperadamente enquanto ela me segurava em seus braços
Logo recebi um abraço confortante, mas sabia que não iria adiantar muito. Pois aquela dor jamais iria sair do meu coração.

- Amiga oque vou fazer agora, estou sem meus pais

Ela ficou sem reação enquanto soluçava em seus braços, correu até o bebedor com minha garrafa e ficou me acalmando.

- Bebe um pouco de água, vou te levar pra casa.
- Mas você tem que conversar com o diretor
- Ele vai entender Patrícia

Ela entrou batendo a porta, ficou apenas 10 segundos e saiu no mesmo instante

- Nossa que rápido, você já está encrencada e me faz umas coisas dessa

Ela apenas sorriu forçada, me levantou do chão e fomos para o portão da secretária.
Pegamos o primeiro táxi que estava passando e fomos diretamente pra casa. Chegando lá estava tudo quieto, me partiu o coração ver o silêncio. Não ver minha mãe na cozinha fazendo o almoço enquanto meu pai arrumava a mesa me esperando com um sorriso de orelha a orelha.

- Amiga pode ir, vou ficar bem.
- Não vou sair daqui enquanto seus familiares chegarem, sei que todos moram longe e você não é lá boa da cabeça.
- Está insinuando oque Juliana?
- Isso mesmo que tu está pensando garota.

Me deitei em seu colo e de tanto chorar adormeci.

 

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