A Flor Vermelha

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•História canonizada em live pelo Meio Elfo! :D

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Flores e mais flores, o pequeno local estava cheio de flores. O jovem mestiço havia obcecado-se em plantar flores. De variadas cores, formatos e tamanhos, formavam todas um belo jardim. Amava colher flores daquele mesmo local, e fazer coroas e apetrechos de flores; nos quais dava-os de presente aos seus amigos. Realmente, o jovem estava a gastar todo o seu foco e atenção no cuidado daquelas flores; enquanto as próximas instruções não chegavam. Aquele local emanava uma sensação pacífica e reconfortante.

Mas de todas as flores, uma era especial. A primeira de todas das que ele tinha plantado, uma flor vermelha de pétalas pontudas. Ela emanava uma energia mágica, talvez pela sua aparência um tanto quanto inusitada. Seja como for, ela estava plantada num vaso de barro, no qual o jovem gostava de carregá-la para alguns lugares. Gostava de ter sua presença. Então não era raro vê-lo andando por aí com o vaso, mostrando alegremente a todos a bela flor. Era uma situação bem divertida, e élfica.

Conforme o tempo passara, aquele local fora ficando cada vez mais abandonado. Ametistas começaram à crescer entre as flores, matando-as como consequência. Mais tarde, o mesmo jovem, agora agindo de forma estranha, acabara destruindo aquele local que antes tanto amara; apagando todas as flores de sua pequena existência. Mas uma flor misteriosamente havia desaparecido, sem que ele soubesse.

Lágrimas escorriam sobre sua bochecha, contra sua própria vontade. À sua frente, acima duma rocha em meio à floresta, estava o mesmo vaso com a mesma flor vermelha, que antes seu melhor amigo amava carregar por aí. A flor desaparecida. Ela estava menos brilhante e exuberante, um pouco murcha, mas a reconheceria em qualquer lugar.

Ele abaixou-se e deixou-se abraçar aquele vaso, já sem importar-se mais com seu choro. As memórias que passavam pela sua cabeça, memórias de uma época feliz e alegre, eram mais fortes e dolorosas do que ele podia imaginar. Sentia falta de seu melhor amigo, aquele que antes via como um irmão mais novo.

Não fazia muito tempo que Eokor voltara ao acampamento, mas não esperava descobrir tantas coisas. Como por exemplo, reencontrar seu antigo diário. Segredos que não percebera no passado, agora revelavam-se.

Caminhou em direção à uma fonte d'água, onde regou a pobre flor desidratada e limpou o vaso empoeirado com um pano. Planejava colocá-la perto do túmulo de seu dono original, mas com o tempo mudou de ideia. Ter a presença da flor em seu dia-a-dia dava-lhe uma certa sensação de conforto. A sensação que seu amado amigo élfico estava por ali, ao seu lado. E talvez realmente estivesse.

Meio que seguindo uma "tradição", agora era Eokor que levava aquela flor para outros lugares, quando podia. Deixava-a numa mesinha, cômoda, ou qualquer coisa parecida, enquanto cuidava de seu trabalho. Também gostava de escrever em seu diário, por mais que não fossem tantas as vezes. Ruiva era quem havia aconselhado Eokor a ficar com aquela flor, dizendo ao mesmo que sua aparição repentina na floresta na verdade era um sinal da natureza, dando-lhe a flor de presente.

Como não queria sentir-se tão culpado, numa das visitas ao túmulo ele avisara à Elfo sobre sua estadia com a flor. Nunca saberá o que seu amigo pensa sobre isso, mas por enquanto a situação segue-se a mesma. Algumas vezes, quando Eokor estava desanimado e desabafava consigo mesmo, ele tinha a impressão de ver a flor com a aparência um pouco diferente, como se ela estivesse tentando o animar. Mas acredita que isso era "loucura de sua cabeça".

Talvez, o jovem apreciador de mitologias não desapegue mais daquela flor. Ela tornara-se realmente importante para ele naquele curto período de tempo, fazendo-o prometer cuidar dela com todo o cuidado e carinho. Não quer perder a imagem de Elfo carregando aquela flor de maneira tão lindamente inocente, sempre feliz e alegre, dando presentes floridos para todos os seus amigos. Até hoje guarda muitos dos apetrechos criados pelo mesmo, sempre olhando-os com ternura.

 Até hoje guarda muitos dos apetrechos criados pelo mesmo, sempre olhando-os com ternura

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Desenho/edit por: @luluh_ky no Twitter

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