Ester e Emma acabaram de se mudar para Los Angeles, como suas vidas estão difíceis acabam começando a trabalhar em uma boate à noite.
O que elas não esperavam é que iriam acabar se envolvendo (a força ou não) com os rapazes da gangue mais perigosa d...
(Indico que leiam esse capítulo ouvindo a música SCHREI)
2010 - 00:00 pm
Já era meia - noite, provavelmente todos estavam dormindo, mas eu, eu ainda continuava acordada. Pensando em toda a minha vida, e não quanto foi um erro ter vindo para cá.
Sei que era uma merda morar com meus pais e sobre tudo oque aconteceu, mas tudo que está acontecendo aqui é ruim também. Eu não consigo saber oque é pior.
Ontem de manhã eu havia pegado alguns remédios, cigarros e drogas no quarto do Bill, eu não ligava se ele iria perceber ou não, eu só clamava por paz.
Aproveitei que todos estavam dormindo e desci pé por pé até a cozinha, abri o armário e peguei uma garrafa de vodka, isso me faria bem.
Quando era mais nova, a partir dos meus 15 anos, comecei a sair, e bebia todas, eu era um tanto forte para bebida. Mas eu tinha que comer alguma coisa antes, se não eu ficava tonta rápidinho.
Eu passei o dia inteiro sem comer, então eu ficaria bebada rápido o suficiente hoje a noite.
Quando me virei para voltar as escadas me deparei com Georg parado ali me observando.
Depois que falaram que eu tinha morrido, ele mudou e muito. Emma me contou que ele apenas bebia e fumava, tentando me esquecer, e sempre que tinha a oportunidade jogava isso na cara de Bill, e foi assim que Bill piorou mais ainda.
Eu gostava de Georg, ele era legalzinho, mas agora parece que ele mudou. Ele virou um cara que só se alimenta de álcool e cigarros, vive irritado, ele não é mais o mesmo.
Não sei se caiu a ficha de eu estar viva para ele, eu não sei oque se passa na mente dele, só sei que ele não está bem, ele necessita de ajuda.
"Ah, oi Georg, você me assustou" eu disse indo em direção a ele.
"Já está tarde Ester, oque está fazendo de em pé aqui?" Ele perguntou sonolento esfregando os olhos.
"Vim pegar algo para beber, acho que já achei" falo levantando a garrafa de vodka e dando um sorriso forçado mas amigável.
"Tudo bem" ele diz e se aproxima de mim.
"Eu senti sua falta Ester, oque fizeram com você foi muita crueldade. Mas agora espero que você fique bem" ele disse me abraçando, eu me encostei no seu corpo e não contive inhas lágrimas.
Um choro silêncioso, queria falar algo mas as palavras não saíam, eu me senti bem por alguns segundos, mesmo convivendo com a dor naquele momento.
"Obrigada Georg, boa noite" falo de cabeça baixa para ele não ver meus olhos lacrimejando.
Dou um beijo em sua bochecha e saio o mais rápido possível dali. Subo as escadas e me tranco.
Fiquei sentada no box do banheiro por um tempo, um chão estava gelado mas seco, sem água.
Eu estava com uma blusa branca comprida sem estampas, de calcinha e sutiã, pés descalços, um coque frouxo, um colar que representava a minha amizade e da Emma, um rabicó preto no meu pulso direito, no esquerdo uma pulseira simples demais, e um anel de 15 anos que ganhei do meu pai.
Eu fiquei parada ali por um tempo, pensando nas palavras que Georg me disse, sobre eu ficar bem.
A minha vontade era sumir dali, e deixar tudo e todos. Apenas parar de existir.
Uma vez fiz o tipo suicida, quando tinha 14 para 15 anos, eu me via tão mal e perdida, mas isso passou, eu ainda continuavaa meu triste e deprimida, mas aquilo passou.
Agora eu estava fazendo o tipo suicida novamente. E esta noite eu iriano planejar algo.
Me levantei do chão do banheiro, passei por todo o quarto indo de um lado para outro. Fui até a porta da varanda, a abri e fiquei apoiada no parapeito.
Olhei para baixo, dali de cima dava para ver a piscina que tinha na casa da gangue, se eu olhasse reto para o horizonte, via algumas montanhas, era daquele lado que o sol nascia.
Agora a lua estava para o lado de lá, o céu em um breu total, com apenas algumas estrelas para iluminar além da lua.
O vento cortante batia em minha pele, se eu soltasse minha respiração saiu aquela fumacinha da minha boca. Quando era menor brincava que era a fumaça do cigarro saindo da minha boca.
Eu voltei para dentro deixando o vidro que dava passagem para a varanda aberto, peguei em cima da cômoda o maço de cigarro e o esqueiro.
Voltei para a varanda e acendi o cigarro, estava frio, nãdo mais que o coração de pedra do Bill. Mas ainda estava frio o suficiente para arrepiar minha pele toda vez que o ar gelado entrava em contato com a meu corpo.
Fiquei fumando por um tempo, depois peguei a vodka e a bebi, desceu queimando por minha garganta. Eu não ligava.
Lembrei do meu canivete, voltei para dentro novamente, sentei na cama agora com o canivete na mão. Levantei a blusa e comecei a passar o fio pela minha pele, a sensação era de alívio, e mais algumas coisas que eu não sei descrever, eu só me sentia em outro mundo vendo o sangue escorrer pelo meu corpo.
Fiz alguns cortes no meu abdômem, deixei a blusa cair por cima e então a blusa que era branca já estava manchada de sangue.
Logo passei o canivete pelo meu pulso, não fundo o suficiente para pegar alguma veia e eu sangrar até a morte, apenas para atravessar a pele e deixar escorrer o líquido vermelho.
Joguei o canivete em cima da cama, peguei a vodka e dei mais alguns goles, agora mais um cigarro entre meus dedos e algumas tragadas, eu já estava bem fora de si.
Comecei a dançar sem música, rir sem deixar sair qualquer som da minha boca, eu já nem sabia mais meu próprio nome a esse ponto. Mas sendo sincera eu não ligava mais.
Agora oque não saía da minha mente era os garotos, entre um gole e outro eu pensava neles.
Gustav foi tão gentil com suas palavras, Georg me trouxe conforto com seu abraço, Tom foi tão corajoso ao enfrentar seu irmão, foi tão incrivel ao me defender, e o Bill, pouquissímas vezes foi gentil comigo. Eu estava peerdida em meio ao caos.
A única vontade que eu tenho é gritar, gritar até sentir algo, gritar até acreditar, gritar até machucar, gritar o mais alto que eu puder.
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Eu espero de verdade que vocês estejam gostando, esse capítulo ta muito bom, mas o de amanhã é pra surtar.
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