9. Massagem

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Sab sabia que o dia não estava sendo fácil para Phadbok.
     Seu namorado havia saído para uma visita um tanto obrigatória ao pai, com quem Sab sabia que ele não tinha uma relação saudável, e o tal encontro com certeza teria consequências emocionais. Quando Phad enfim chegou ao apartamento, Sab pode notar sua exaustão na hora.
     - Como foi, amor? - Sab perguntou, preocupado.
     - O mesmo de sempre - Phadbok suspirou, deixando seus pertences de lado. Sab levantou-se para abraçá-lo, tentando tranquilizá-lo com um cafuné.
     - Eu sei que você não precisa de lembrete, mas ele é cruel... e um escroto. Você não merece nada disso - disse Sab. - E se eu preparasse um banho pra você, hm? Você merece relaxar.
     - Você vai estar no banho comigo? - Phad questionou.
     - Se você quiser, sim...
     - Então eu aceito - Phadbok sorriu, animado.

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     Sab encheu a banheira de água quente e adicionou sais e óleos especiais para deixar tudo ainda mais relaxante. Os dois entraram juntos no banho, e Phad não demorou a aconchegar-se no pescoço do namorado e enche-lo de beijos.
     - Phad... - Sab o afastou depois de alguns minutos, deixando-o finalizar com um beijo em sua testa. - Vire-se de costas pra mim. Quero te fazer massagem.
     - Hm... okay - Phad obedeceu, permitindo os toques de Sab em seu ombro e contorcendo-se de dor alguns segundos depois. - Aiaiai! Isso dói!
    - Desculpa, vou pegar mais leve... - Sab riu. - Você está bem tenso nos ombros. Está cheio de nódulos. Não me surpreende que esteja doendo. Vou tentar soltar alguns, então você sinta um pouco de dor mais tarde, mas é sinal de que a tensão diminuiu.
     - Precisa mesmo soltar isso aí? Não é normal? - Phadbok questionou.
     - Nesse nível não... você deve estar acumulando isso há anos - Sab continuou sua massagem, esforçando-se para que doesse o menos possível.

     Estava tudo indo bem, e Phad estava até que relaxado, quando um mar de lágrimas invadiu seus olhos do nada.
    - Amor? O que é isso?! - Ele virou-se para Sab enquanto as lágrimas começavam a cair. A cada respiração, mais emoções invadiam seu peito, e mais confuso ele ficava. - O que tá acontecendo comigo?!
     - Ai meu Buda... vem cá - Sab o abraçou, parando sua massagem de vez. - Tá tudo bem. Você está seguro.
     - Mas... por que eu tô chorando? Eu... não sei o que tá acontecendo! Como eu faço isso parar? - A esse ponto, as lágrimas caíam aos montes, completamente indomáveis.
     - Ei... - Sab levou as mãos ao seu rosto, tentando tranquilizá-lo. - Não precisa entrar em pânico. Emoções reprimidas ficam acumuladas no corpo de vez em quando. Acho que acabamos de libertar algumas. Pode chorar o quanto precisar. Você vai se sentir bem melhor depois, eu prometo.
     - Mas...
     - Shh... tá tudo bem. Vai passar.
     Phadbok apenas assentiu e aconchegou-se no peito de Sab, deixando de resistir às lágrimas enquanto seu namorado o acariciava.

      Depois de uns 20 minutos chorando, Phad enfim se acalmou. A água já estava quase fria, mas de alguma forma ele se sentia muito mais leve do que antes.
     - Melhor irmos saindo. Você precisa tomar bastante água agora. Continuo cuidando de você na cama... - disse Sab.
     - Tá bom...
     Sab beijou sua bochecha e saiu da banheira, vestindo seu roupão e secando-se antes de ir para a cozinha para preparar algo. Phadbok saiu do banho devagar, sentindo seus ombros um tanto doloridos, mas muito mais soltos. Ele vestiu seu calção e foi atrás de Sab, ainda sentindo-se vulnerável a ponto de precisar dele por perto.

     - Aqui! Coma tudo e beba toda a água, okay? - Sab serviu-lhe um prato de macarrão e um copo cheio, sentando-se ao seu lado para comer também.
     - Obrigado... - Phad agradeceu, obedecendo ao namorado sem pensar duas vezes.
    - Como está se sentindo agora?
    - Meus olhos estão ardendo um pouco... e meus ombros estão doloridos. Mas fora isso eu me sinto mais leve. Sinto como se conseguisse respirar melhor. Também já não estou frustrado como antes.
     - Ótimo... a massagem definitivamente fez mais efeito do que eu imaginava.
     - Suas mãos são milagrosas...
     - Será? - Sab riu. - Eu acho que você é quem estava precisando muito de alguns cuidados. O boxe vai te ajudar a liberar um pouco da frustração reprimida, mas vou tentar fazer mais massagens ao longo do tempo. O que você acha?
     - Honestamente, acho um pouco assustador... - Phad admitiu. - Mas eu confio em você.
     - Eu sei que você não é nada fã da sensação de vulnerabilidade... mas prometo que você vai estar sempre seguro comigo. Logo logo você já vai conseguir se sentir mais confortável com as suas emoções.
     - Espero que sim - Phad sorriu de leve, finalizando seu prato.

     Como prometido, Sab continuou a mimá-lo na cama, focando em fazê-lo sorrir para se sentir melhor. Phadbok não queria largá-lo por nem um segundo.
     - Eu te amo muito - Phad murmurou.
     - Eu também te amo muito - Sab sorriu, dando-lhe um selinho.
     - Ninguém nunca cuidou assim de mim antes. Nunca me senti tão seguro com alguém. Onde você esteve a minha vida toda, hm?
     - Não sei... mas o que importa é que estou aqui agora. Você não precisa encarar tudo sozinho.
     - Sei que não - Phad sorriu. - Eu me sinto mais confiante agora. Sinto que sou mais eu depois de mudar de atitude. Sei que ainda tenho muitas coisas pra encarar, mas você já me provou várias vezes o quanto vale a pena.
     - Com certeza vale - Sab concordou. - VOCÊ vale a pena, Phad. Por isso eu quero tanto que você possa se cuidar.
     - Prometo continuar fazendo o meu melhor.
     - Isso aí.
     - Mas essa montanha russa louca de emoções me manteve ocupado demais hoje. Nem consegui aproveitar esse seu cheiro maravilhoso - Phadbok cheirou seu pescoço, acariciando seu peito por debaixo do roupão.
     - Pode aproveitar o quanto quiser agora... - Sab abriu um sorriso maroto, provocando-o antes de puxá-lo para um beijo apaixonado.

Facetas - SabPhadbok (Gen-Y)Onde histórias criam vida. Descubra agora