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você
passou no estágio?
[ enviada às 00h14]

taehyung (ignorar)
por que me ignorou daquele jeito?
[ enviada às 00h16 ]

você
não foi nada
esquece
[ enviada às 00h18 ]

taehyung (ignorar)
vida se vc quer me beijar
é só falar
[ enviada às 00h18 ]

você
vou te ignorar de novo
[ enviada às 00h18 ]

taehyung (ignorar)
e eu não beijei ninguém hoje
sou fiel apenas a uma 🫵
[ enviada às 00h19 ]

Li e reli sua última mensagem incontáveis vezes. Mas ainda assim, não obtive sucesso em pensar no que escrever como resposta.

Nossa relação vem sendo baseada em mensagens e conversas como essa, mas algo parece diferente agora. Eu me sinto diferente.

E procurando minha garrafa de água, percebo que esqueci na cozinha. E em um suspiro cansado, me levanto a contragosto.

Calço meus chinelos e caminho até a cozinha tão calmamente, que mal percebo a presença de alguém no cômodo antes de acender a luz.

Mas o que me assustou mesmo, foi o som alarmado que saiu da boca de Taehyung ao me ver.

— Porra, que susto!

E ali estava ele, com uma das mãos sobre o peito e a outra segurando o próprio celular. E eu acabando de dar um pulo, quase pronta para sair correndo.

Mas ao olhá-lo se recuperando do susto, um riso inevitável saiu de minha boca.

— Tá rindo, né? Queria ver o que você faria se eu tivesse desmaiado aqui por sua culpa.

— Você ia ficar no chão até acordar. — Ele me olhou indignado e eu pude ver que havia um pacote de salgadinho aberto sobre a mesa. — Ah, está com fome? — Antes de ser respondida, já fui até a geladeira, abrindo-a.

— Sim. Quero uma macarronada.

— Problema seu. Só tem pão com ovo.

Estávamos brincando, mas ainda sim, era extremamente notável o clima diferente que tínhamos nesse momento.

— Hye. — A forma como me chamou era séria. — Por acaso, minha mensagem te incomodou?

Eu pressiono os lábios e deixo de tocar a porta da geladeira, a cessando. Enquanto meu olhar permanece nele: — Não. Só não consegui pensar em como responder. — Dou alguns passos, me aproximando um pouco e também apoio o início de minhas costas sobre o mesmo balcão em que ele estava.

— Ah, então te deixei sem palavras? — Disse, mantendo seus olhos presos aos meus.

Achei que escaparia de novas investidas por agora, mas aí está mais uma de suas tentativas bem sucedidas de flerte.

— Talvez? — Tentei soar um pouco implicante, como de costume em nossas conversas, mas eu me sentia tão diferente agora. Ele me olhava de forma tão intensa e intimidante.

Cristo redentor. Pai eterno. Deus do céu. Desde quando ele ficou tão bonito assim?

— Hm.. Meu irmão não quis te levar embora?

Por isso, mudar de assunto me pareceu ser a melhor opção.

— É. E eu tenho medo de ser sequestrado no uber. — Assim que me viu rir baixo, empurrou levemente meu braço. — Não ria. É sério.

EU (não) GOSTO DE VOCÊ - KTHOnde histórias criam vida. Descubra agora