9/13

70 7 216
                                    

Robby estava sentado com suas costas apoiadas na lateral do barco e Miguel recostado à sua frente enquanto observavam o céu da pequena cidade litorânea ser tomado por tons rosados e avermelhados, a luz antes amarelada agora laranja como chamas tornava a visão um espetáculo belíssimo. O jovem de olhos verdes apreciava a visão enquanto pensava nos planos que tinha para eles, e tinha certeza que Miguel podia ouvir as batidas aceleradas de seu coração, já que seu ouvido estava colado ao seu peito. 

Miguel havia notado que Robby estava nervoso, mas preferiu esperar a noite cair para perguntar mais. Ele parecia estar com muitas expectativas para esse passeio, provavelmente querendo que Miguel apreciasse a surpresa, e o latino não tinha dúvidas de que seria assim, pois cada momento que passava com o outro o fazia ainda mais feliz. 

Quando finalmente o Sol se escondeu no horizonte e a escuridão tomou conta, Robby ligou o motor e pôs o barco em movimento, ainda fazendo suspense sobre onde iriam. Percebeu a expressão curiosa do piloto e sorriu para ele, confiante. Apesar do nervosismo, não tinha dúvidas sobre o que estava fazendo. 

Demoraram mais tempo que o usual e foram bem mais longe do que já haviam ido antes, e Miguel ficou impressionado quando passaram por alguns rochedos e adentraram o que parecia ser quase uma piscina natural. Podia ver as cavernas mais à frente e uma faixa de areia que não era ligada ao restante da praia, como uma pequena ilha. E quando olhou para baixo, viu a água brilhando em um tom claro de azul que reluzia até mais que o céu estrelado acima deles. Era mágico, como se as ondas fossem feitas de neon, e seu queixo caiu ao ver aquilo.

Robby não poderia estar mais alegre ao ver a expressão encantada de Miguel, saber que ele estava gostando da surpresa o deixou ainda mais seguro.

— O plâncton se movendo na água dá esse efeito, é bioluminescência. Não é lindo? — perguntou.

— É maravilhoso — Miguel disse lentamente, ainda encarando a praia — nunca vi nada assim antes — o moreno nem acreditava em quantas coisas estava vivendo ao lado de Robby, era como descobrir um mundo novo.

— Eu sabia que você ia gostar. Quase ninguém vem aqui porque só dá pra vir de barco — Robby disse — e a maioria não gosta muito de navegar à noite.

— Mas é tão incrível. Tira uma foto comigo? — o mais alto perguntou, se sentando na ponta do barco e estendendo a mão para o outro, que aceitou prontamente. 

Robby deitou a cabeça no ombro de Miguel e o piloto tirou uma selfie dos dois com o mar ao fundo, e em seguida a definiu como papel de parede de seu celular, fazendo Robby sorrir ainda mais. 

— As duas coisas mais lindas que eu já vi juntas — Miguel flertou, puxando Robby para mais perto e dando um beijo suave em seus lábios.

O surfista se afastou logo depois, desligou o motor e retornou para perto, dessa vez se sentando no colo de Miguel, de frente para ele, e o beijando mais profundamente. O moreno sentiu sua cabeça girar com a mistura de sensações, Robby estava realmente aprendendo rápido. Miguel entranhou seus dedos nos cabelos castanhos e os puxou levemente enquanto segurava a cintura do mais baixo com a outra mão. 

— Obrigado por me trazer aqui. Tem sido incrível viver tudo isso com você — Miguel disse mais seriamente, acariciando o rosto do mais baixo.

— A vida é curta, Miguel, temos que aproveitar ao máximo — Robby respondeu, mirando profundamente os olhos castanhos.

"E nosso tempo é mais curto ainda", ficou subentendido. Ele não precisava dizer para que o mais alto entendesse o que ele sentia. 

— É. Eu quero aproveitar cada minuto com você — Miguel concordou com o coração apertado.

Voando Alto (kiaz/Robbiguel)Onde histórias criam vida. Descubra agora