Ressurreição

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Uma luz ilumina um longo e largo quarto. Um orbe flutuante que transmitia uma luz forte o suficiente para bater de frente com o sol, revelando cápsulas enfileiradas uma ao lado da outra. O orbe estava dentro de um pequeno tubo atras de várias camadas de o que parecia vidro.

- alerta! Alerta! - uma voz robótica e feminina falava.

Uma grande movimentação começa.

Depois de alguns segundos o orbe atravessa todas as camadas e começa a flutuar parecendo sem rumo.

A porta do local abre e 5 pessoas entram apressadas.

- fiquem de olho! Quero ninguem piscando! Foquem nos reptilianos - uma cientista fala se aproximando do orbe, ficando com uma distância de 2 metros.

O que pareciam soldados ficam ao redor do orbe na mesma distância, vestia uma armadura e alguns eram humanos, outros tinham características de um réptil.

O orbe ficava vagando pelo local, até que derrepente todas as cápsulas iluminam, revelando seu interior. Dentro das cápsulas tinha corpos que pareciam ser preservados com uma água, eram corpos de humanos, apenas alguns que se diferenciam por características de réptil, um fio grosso pouco transparente estava conectado no centro de seus peitos, passava um líquido branco por dentro. Um monitor ao lado de cada cápsula mostrava frequências cardíacas e atividade cerebral, todas as cápsulas estavam com uma frequência cardíaca abaixo de 30 e atividade cerebral nula. Os corpos olhavam para o chão com um olhar vazio e sem expressão, totalmente sem vida.

A cientista olha para o tablet em sua mão e começa a fazer algumas coisas. As cápsulas com corpos normais apagam, deixando exposto apenas os reptilianos.

- identidade confirmada - a voz robótica fala. - ele deve se redirecionar para a unidade 01 -

Os soldados começam a se aproximar lentamente. O orbe parece reagir, como se estivesse recebendo uma grande pressão que se fortalecia com cada passo daqueles homens.

Os soldados em um movimento rápido e sincronizado ficam um ao lado do outro, ambos começam a avançar lentamente, como se fosse um escudo.

O orbe voltava na direção do tubo, todas as cápsulas apagam, restando apenas 1, estava ao lado da proteção de vidro, o corpo tinha uma pele branca e cinza, uma cabeça do que parecia um lagarto escamoso, os seus pés não tinham dedos, parecia um corpo que aguentaria qualquer coisa a qualquer situação.

Os soldados voltam a encurralar o orbe e lentamente começam a direcionar ele para a cápsula onde estava o corpo.

A cientista olha para os olhos do receptáculo e ver os mesmos brancos e sem vida. - nunca pensei que estaria viva para ver você -

O orbe atravessa o vidro da cápsula, entrando em contato com a água.

- iniciando processo de receptáculo - a voz fica falando.

A cientista vai até o monitor e vê os batimentos aumentarem aos poucos, começa a fazer algumas alterações.

O orbe encosta na pele pálida do corpo e fica ali por alguns segundos.

A cientista fica olhando parecendo extremamente tensa.

A luz da cápsula fica vermelha e o orbe começa a ficar descontrolado.

A cientista fica com uma expressão confusa e logo uma de decepção. - não... -

O orbe parece se liquidificar e se misturar com a água, logo desaparecendo.

- merda! Comecem a procurar no sistema de tubulação - a cientista fala em tom de raiva.

Minutos depois.

A cientista estava de cabeça baixa, em frente a cápsula.

A porta do local abre e um homem com uma postura formal entra, indo até a cientista.

A cientista olha para os pés do homem e o identifica. - o que deseja? -

- por que não cancela esse projeto e deixa aquela pobre alma descansar? Não acha que ela já sofreu o suficiente? - o homem pergunta em um tom de autoridade.

- eu não posso... eu herdei isso da minha família e vou até o final da minha vida, essa pobre alma tem que ver a luz do dia mais uma vez - a cientista fala vendo mais alguém entrar no local.

- e se não for isso que ele quer? - o homem pergunta, deixando um questionamento no local por longos segundos.

- tem mais de mil anos que alma dele não descansa, eu não sei vocês, mas eu só consigo me pôr no lugar dele, entretanto agora não é hora para falar sobre isso, se apressem pra tirar ele de dentro da cápsula, se dá pra ele se afogar por erro nosso isso vai acontecer - a pessoa que entrou fala formalmente, atras da cientista.

A cientista estranha e olha para a pessoa, vendo um tigre de braços cruzados olhando para a cápsula, o corpo do tigre se parecia com o de um ser humano, era musculoso e sua pele era branca igual aos dos outros, o que diferenciava de um ser humano são suas características felinas, tinha garras, um rabo felino e uma cabeça totalmente de um tigre, aparentemente só tinha pelugem na cabeça, ela era da mesma cor de sua pele, uma pelugem baixa. A cientista olha para a cápsula vendo um olhar extremamente assustado em sua direção, os olhos agora estavam rosas e o corpo se mexia levemente, como se estivesse tendo espasmos.

- processo de receptáculo concluído - a voz fala. - começando drenagem do líquido amniótico -

(Agora estou anunciando uma novidade para quem ver minhas histórias a um tempo, a partir de agora minhas histórias vão começar a ter primeira pessoa também, sempre gostei de escrever em terceira, mas eu quero novas experiências e desafios, espero que gostem, vai ser uma alternância de perspectivas, vai alternar de parágrafos ou cenas, boa leitura)

"O que eles estão dizendo?" Me perguntava olhando para aquela bela mulher, não consigo me mexer, me sinto assustado e com um grande vazio em meu peito, "onde estou? Que frio... que sensação de sufocamento terrível" olhava a mulher colocar as mãos no vidro? "Quem é você? Você parece aliviada".

- se prepara pra pegar ele, consegue me ouvir? - a cientista pergunta animada.

Ficava com um olhar confuso, não consigo entender o que ela está dizendo, enquanto eu tentava interpretar lendo seus lábios, via bolhas subirem... e foi aí que eu entendi o sentimento de sufocamento, o pânico se infiltrou em mim quando percebi, tentei me mexer, mas era inútil, meu corpo não respondia e estava tão pesado, meus pulmões começaram a arder e implorar por oxigênio.

- ele tá afogando! - o tigre fala com uma das mãos no vidro, olhava a expressão de desespero do reptiliano, vendo seus olhos lentamente ficando fracos. Logo a água da cápsula começa a ser drenada.

O homem se distancia e vai embora lentamente.

Meus olhos começaram a arder e minha visão ficou embaçado, eu sentia a escuridão tomar conta lentamente, mas de repente eu sinto algo quente encostar em meu peito, ouvia uma voz grossa por perto e eu tossir violentamente sentindo uma enorme pressão, tentava recuperar o fôlego, engolindo ar com voracidade.

A cientista estava com as mãos na boca olhando a situação, o tigre havia socado a cápsula, deixando um enorme buraco e metade da sala sob a água, logo ouvia pessoas entrarem às pressas, olhava e via uma equipe especializada.

Fecho os olhos com força sentindo um grande alívio, mas ainda muito atordoado, não consigo ouvir direito, "eu acabei de ver a morte na minha frente? O que foi aquilo?" Vários questionamentos vêm à cabeça.

A Alma e Ascensão de LilithOnde histórias criam vida. Descubra agora