Primeiro Encontro

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Logan

Aquela coisinha minúscula era a fêmea que eu havia comprado? Ela estava de joelhos no chão, próxima às janelas. Provavelmente ela tinha visto aquele beta indo embora com o tesouro que lhe dei. Bem, isso não me importava nem um pouco, pois eu já tinha o que queria. Me aproximei e a segurei pelo braço, erguendo com facilidade seu pequeno corpo. Seus grandes olhos cor de lama eram curiosos, observando meu rosto com atenção. Não vi o familiar terror e desespero que os demais tinham ao se depararem com minha imponente forma Lycan. Isso seria bom, afinal uma mulher fraca já seria ruim, mas fraca e com medo seria muito pior de se lidar e me irritaria. A coloquei sentada e permaneci de pé a sua frente, Lian se aproximou e lhe entregou uma pequena chave, que ela analisou meticulosamente.

"Essa é a chave do seu quarto," rugi e ela voltou a olhar para mim com espanto e admiração. Era realmente uma mulher estranha, essa parada diante de mim "não lhe será permitido sair do castelo e mesmo as áreas dentro dele tem restrições. Apareça na minha frente apenas quando for chamada. Você tem apenas uma função e deve cumpri-la, caso deseje continuar viva." Dei as costas e saí, deixando Lian com a fêmea para terminar de resolver os detalhes dos quais eu não tinha nenhum interesse.

Algumas criadas estavam no corredor limpando e quando me viram baixaram suas cabeças, seus pequenos corpos tremiam e se quer tentaram um breve olhar na direção do meu rosto. Eu gostava disso, de sentir o cheiro do medo que os demais tinham de mim, de ter o destino deles sob meus pés. Foi por isso que eu lutei e matei tantos inimigos, agora eu teria de travar uma batalha que apenas minha força não venceria. Segurei uma das criadas pelos cabelos, erguendo seu rosto em minha direção, ela fechou seus olhos e chorou.

"A partir desse momento você será a responsável por aquela fêmea. A prepare para a minha visita essa noite." joguei a criada para longe e continuei meu caminho. Eu não precisava de uma resposta, afinal foi uma ordem direta minha e aquela criada seria estúpida se não obedecesse.

Por alguma razão eu estava mais irritado do que o normal naquela manhã, talvez por ter que ficar com aquele beta inútil e fraco tanto tempo na minha presença sem poder arrancar seus olhos que ousaram me encarar. Eu poderia ter simplesmente ordenado sua morte assim que pisou fora do meu castelo, mas a minha curiosidade em ver a fêmea foi maior do que eu imaginei.

Não direi que fiquei decepcionado, ela não era de todo ruim, tinha sua beleza, mas ainda sim era visivelmente fraca e sem treinamento adequado. Se não fosse pelo seu cheiro, eu juraria que se tratava de uma reles humana à minha frente naquela sala. Para completar, ela estava em seu ciclo e por muito pouco não a possui ali mesmo naquela sala, diante de todos. Seus cabelos castanhos ondulados eram tão longos e volumosos que até mesmo na minha forma Lycan eu poderia enrolá-los nos meus pulsos e dominá-la com facilidade. Já estava ficando fora de mim, perdendo meu tempo pensando em uma mulher que apenas servia para gerar uma criança, ainda tinha muito o que tratar e ela seria minha naquela noite de qualquer forma.

Charlotte

Uma criada veio até a sala e disse que o Rei a tinha escolhido pessoalmente para cuidar de mim. Seu corpo estava trêmulo e ela mantinha seus olhos no chão, sem jamais erguer a cabeça. O homem que tinha ficado na sala comigo se chamava Lian e era o Beta de confiança do Rei Alpha, pois eles lutaram juntos na tomada do trono.

"Senhorita Malory," olhei confusa para Lian, pois jamais tinham me chamado dessa forma antes "entenda que a partir desse momento você pertence ao Rei Alpha e deve cumprir com tudo o que lhe for ordenado. O rei não é misericordioso com quem não o obedece e não será diferente com você."

Lian fez uma reverência com a cabeça e saiu, dizendo algo ao ouvido da criada quando passou por ela. A mulher tremeu dos pés a cabeça e pareceu se encolher ainda mais. Não compreendia a dinâmica naquele lugar e alguma coisa me alertava para não perguntar, ou poderia me arrepender.

Observei mais uma vez a pequena e delicada chave em minhas mãos, era dourada com pequenos ornamentos em forma de flor e uma joia vermelha bem no centro, brilhando como o próprio sol. Um quarto para mim, nunca nem ao menos tive uma toca separada em toda a minha vida, jamais poderia imaginar ter um quarto em um castelo, dado a mim pelo próprio Rei. Meu coração se aqueceu ao pensar que o Rei Alpha pensou em meu conforto, segurei a chave contra meus lábios e sorri.

"Senhorita," a criada me chamou, com uma for rouca e trêmula "a levarei até seu quarto para que se prepare para a noite." me levantei apressada e a segui para fora da sala.

Enquanto caminhamos pelo corredor, lembrei-me do que havia visto e ouvido sobre o Rei Alpha até aquele momento. Não achava que o poderoso Rei Alpha realmente fazia jus ao que diziam dele, claro que ele era uma figura imponente e assustadora, seu olhar frio poderia cortar a alma fraca de um adversário derrotado, mas seu tom de voz, por mais que fosse firme, também era caloroso, até mesmo o seu olhar pareceu curioso sobre mim, mas em momento nenhum em senti em perigo diante dele.

"Com licença," minha voz era apenas um sussurro, mas a criada pareceu me ouvir e se virou. "desculpe-me, mas por que estou aqui exatamente?" a criada voltou a olhar para frente e pareceu ponderar se deveria ou não me responder.

"Não sei ao certo, apenas fui mandada para ajudar a senhorita a se preparar para a noite." O medo e o ressentimento, algo tão familiar para mim desde a minha juventude, estavam presentes na voz daquela loba. Ela não estava feliz em estar ali comigo, então preferi ficar em silêncio mais uma vez.

Chegamos ao luxuoso quarto bem diferente da sala anterior em que estava, ali os móveis eram novos, cortinas e lençóis limpos, flores frescas em vasos de cristal e uma fina camisola foi deixada sobre a cama. Pensei que a empregada havia me deixado no cômodo errado, pois tudo ali era tão lindo que acreditei não ser merecedora de tal conforto. A criada retornou com uma bacia cheia de flores e várias toalhas, me levou ao banheiro anexo e ajudou a me limpar. Ela também me ajudou a vestir a camisola, então percebi que o tecido era tão fino que estava transparente, me virei para pegar uma coberta e então ouvi a porta sendo trancada. Eu estava sozinha e presa, não fazia ideia do que estava prestes a acontecer e como aquela noite mudaria tudo para mim.

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