Amor Bandido

001 - Casa

Vinnie POV
Casa / Escritório
08:40 AM

Sempre lembro dos detalhes mais idiotas. Lembro da tua cara no dia que conheci teu pai e aquela madrasta insuportável, lembro de como você se encolhia toda de vergonha com teu corpo depois que nosso filho nasceu, mesmo que, na real, aquilo só te deixou ainda mais linda. Lembro da primeira vez que vi tua cicatriz da cesárea. Você ficou toda tímida, disse que era feia... mas pra mim? Aquilo ali era só a marca do dia mais foda da minha vida. O dia que nosso moleque nasceu.

Você ama os nossos três filhos como se todos tivessem saído de você. E eu nunca vou esquecer que você assumiu o meu primogênito, mesmo depois de toda merda que eu já fiz contigo. Se não fosse por você, eu teria largado tudo. Não teria peito pra cuidar do Luke sozinho depois que a mãe dele morreu. Mas você ficou. Você segurou tudo. Eu amo cada pedacinho de você, Diana Hacker. Amo minha mulher com tudo que tenho. Lembro das noites em claro, das tuas crises por causa de roupa, por causa de tudo... mas caralho, eu olho pra você agora e só penso: que sorte do caralho eu dei por ter você.

— Por que tá me olhando assim, Vinnie Hacker? — A voz dela corta meus pensamentos.

Diana entrou no meu escritório com uma bandeja de café da manhã. Usava um vestido amarelo curto, que parava no meio da coxa. A curva do quadril, o peito farto, a cintura fina. Tudo nela parecia obra de arte. Corpo moldado à mão por algum filho da puta de Deus que resolveu caprichar. Era impossível não olhar. Impossível não desejar. Todo mundo olhava quando ela passava — e eu sabia. Mas nunca proibi, nunca pedi pra ela mudar o jeito de se vestir. Sempre disse:

"Você fica maravilhosa com qualquer roupa, minha pretinha. E se algum desgraçado tiver meio neurônio funcionando, não vai ousar dizer porra nenhuma sobre você. Mas como homem costuma ser burro, eu e minha arma vamos ensinar com um tiro na cabeça do filho da puta."

Diana sempre foi minha prioridade. Ela me ajudou em tudo. Nos traumas, na bagunça com minha família, no inferno que é carregar o meu sobrenome. E ela fez mais: me ensinou a amar alguém que não tem absolutamente nada a ver comigo. E ainda assim virou tudo pra mim.

— Tô só admirando a mulher da minha vida. Posso? — Sorri e bati na coxa, chamando ela pra sentar no meu colo.

— Tô com medo do que essa admiração às 8 da manhã de uma segunda-feira vai me custar — ela disse, mas sentou no meu colo mesmo assim. — Tenho prova hoje na faculdade. Vou dirigindo sozinha, tá? Dei folga pro motorista. Tudo bem? Por favor, amor. — Me beijou antes de ouvir minha resposta, já esperando um "não".

Coloquei a mão na cintura dela com firmeza, e com a outra apertei a bunda dela com força. Ela soltou um gemidinho baixo, surpresa. Eu sabia que ela gostava disso. Sabia como o jeito mais safado, mais direto, deixava ela derretida. Eu usava isso, claro que usava. Porque quando queria alguma coisa dela, eu sabia exatamente como conseguir.

— Não gosto quando você sai sozinha, amor. Você sabe o mundo de merda que a gente vive. E esse teu jeito teimoso às vezes me dá nos nervos — murmurei contra os lábios dela. **— Eu te levo. O Jaden cuida das coisas por um tempo. Tua faculdade é perto mesmo.

— Não, Vinnie. E nós dois sabemos muito bem quem manda nesse relacionamento. Sou eu. Você pode mandar nos teus capangas, no mundo inteiro se quiser, mas quem manda em você sou eu. E você sabe disso. — Me encarou sério e selou nossa conversa com outro beijo.

— E mesmo assim, sou eu que te faço gritar naquela porra de cama, pedindo mais — sussurrei no ouvido dela, provocando.

— Não, agora eu vou me arrumar. Não esquece de buscar os meninos na escola. Te amo. — Ela levantou do meu colo e saiu, me deixando com a bandeja no colo e o coração ainda batendo rápido.

Fiquei olhando pra porta depois que ela saiu, e ri sozinho.

— Até chefe de máfia tem dona. O mais engraçado é que a única pessoa no mundo que me mete medo e me dá ordem tem 1,57 de altura e ainda dorme com meias da Moranguinho.