Encontro improvável Pt 2

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Daniel esperou Elìdio alguns minutos em frente ao seu estúdio, tinha chegado até um pouco mais adiantado, esperou pacientemente e nisso se passou quase meia hora e nada do outro chegar, acabou cansado de esperar e mandou mensagem para Elìdio falando que estaria no restaurante da esquina já adiantando uma mesa para eles.

Ao entrar no restaurante, falou com alguns funcionários que já conhecia e se sentou em uma mesa mais ao fundo, o lugar era aconchegante, abordava muito a arte nos quadros pendurados e ambiente colorido, gostava dali. Preferiu esperar Elìdio chegar para pedir a comida, estava suando já achando que iria levar um bolo, mandou mensagem para Pimenta explicando que o outro estava atrasado e Pimenta disse que logo Elìdio chegaria então tentou se acalmar e esperar pacientemente.

Olhava para o celular de minutos em minutos esperando por uma mensagem, já estava aceitando o fato de que o outro não iria vim, estava se sentindo triste e magoado. Tinha vontade de chorar, mas seria humilhação demais para um dia só, ficou tentado a ir embora, mas algo em seu coração queria o convencer de ficar só mais um pouco.

Já haviam passado quase duas horas do horário combinado e Daniel já estava acabando uma garrafa de vinho quando Thomé chegou e viu seu estado, o loiro estava com os olhos chorosos e magoado, acabou de levar um bolo dos grandes e precisava de álcool para não surtar de vez.

— Dani, o que aconteceu? — Thomé questionou preocupado, sentou ao lado do amigo e colocou um braço envolta dele. Algum funcionário o avisou que Daniel estava no restaurante e não parecia nada bem, sabiam que os dois eram amigos próximos e por isso o chamou.

— Ah, Thomé. — Passou o copo de vinho para o moreno também beber e pegou a garrafa para bebendo no gargalo, o que fez o recém chegado arregalar os olhos e tirar o frasco das mãos do loiro que o olhou emburrado. — Me devolve isso que eu estou pagando por esse vinho!

— Você tá falando tudo embolado, seu bobo. Me fala o que aconteceu para chegar nesse ponto. — falouu vendo a cara de emburrado se transformando em cara de choro novamente e se arrependeu de perguntar, mas era a única alternativa que tinha para saber se podia ou não ajudar.

— O que se faz quando se leva um pé na bunda? Beber. E é isso que estou fazendo agora, aliás, tenho que ligar pro Pimenta, ele tem que me buscar. — Resmungou o motivo, queria ir para casa, mas não podia dirigir bêbado.

— Quem fez isso com você?! — Thomé perguntou com um misto de preocupação e irritação, por mais que não tivessem nada, ainda se preocupava com o outro e não perdoaria tão fácil quem fez Daniel chorar. — Não importa no momento, vou te levar pra minha casa, vai ser melhor.

— Obrigado, Thomé. — Daniel sussurrou apoiando seu corpo no ombro do outro que o abraçou. Se levantaram com Thomé ajudando o mais alto a andar e entraram no carro do dono do restaurante. — Realmente não esperava que a noite acabasse dessa maneira.

— Entendo, amanhã conversamos melhor sobre isso, tenta descansar um pouco até chegarmos em casa. — Falou passando a mão nos cabelos loiros e recebeu um sorriso em resposta. Daniel se aproximou aos poucos de Thomé, deixando um espaço bem pequeno entre os dois, se olhando tão próximos, a respiração acelerada de alguém que não tem certeza do que vai fazer, mas queria tanto aquilo naquele momento, beijou o moreno com vontade, sem pensar nas consequências.

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O dia de Elìdio já havia começado ruim, se atrasou para o trabalho porque o despertador não havia tocado no horário de sempre, teve que enfrentar um trânsito estressante e ainda levar uma bronca de seu chefe. Plena sexta-feira, onde tudo tinha que ser bom, estava sendo horrível, o que estava o motivando era saber que ao final do dia iria encontrar com Daniel. 

Na hora do almoço passou na casa de Andy para almoçar, já que foi convidado, ficou algum tempo lá e acabou esquecendo o celular, dando falta quando o ônibus que pegou quebrou. Aquele estava sendo um de seus piores dias, já estava estressado e com muita raiva, queria apenas chegar em casa e dormir, o horário do encontro com Daniel estava próximo, se pegou pensando em como entrar em contato com Daniel sem seu celular e achou melhor voltar na casa de Andy, dessa vez com um Táxi para ser mais rápido.

Ao chegar na casa do amigo, ele não estava em casa, se sentou na calçada para respirar e pensar um pouco e nesse ponto já tinha passado do horário do encontro, passou as mãos no cabelo tentando imaginar o que podia fazer, estava longe demais do estúdio, não dava para pegar um ônibus ou carona, apenas desistir e esperar que Daniel o desse outra chance. Esperou mais meia hora e Andy chegou de carro estranhando ver o amigo sentado na calçada.

— Que cara ruim é essa? — Andy perguntou após estacionar o carro em frente ao amigo. — Não era para estar em um encontro nesse exato momento?

— Tudo que podia dar errado hoje acabou dando. Só falta chover agora para terminar a desgraça. — Ao falar algumas nuvens acinzentadas começaram a aparecer, mas não era chuva. — Melhor eu calar a boca, antes que uma chuva realmente caia.

— Entra aí, vamos lá no Daniel, me conta o que aconteceu no caminho. — Andy se pronunciou com pena do menor. Elídio entrou no carro e suspirou cansado, enfim algo bom naquele dia. Contou alguns dos acontecimentos para Andy que ficou sem acreditar como aquilo era possível. — Acho que tá na hora de você comprar um carro e um despertador novo, espero que Daniel entenda a situação se por algum acaso ainda estiver no estúdio, o que acho pouco provável, mas não custa tentar.

— Ontem foi tudo uma maravilha, mas hoje foi o total oposto, nem eu acredito nisso. E meu celular, está com você? — Andy confirmou tirando do porta luvas, Elìdio o pegou vendo as mensagens de Daniel. — Ele disse que estaria naquele restaurante na rua do estúdio, vamos para lá, valeu Andy, sem você esse dia iria acabar horrível.

— Imagina, todos temos dias ruins, mas o seu caiu no pior possível. — Não se segurou e teve de rir da desgraça do amigo que se sentiu falsamente ofendido.

Ao chegarem na rua do restaurante, Elídio estava pronto para descer, mas a cena de Daniel saindo com outro homem o deixou sem reação, os dois pareciam muito próximos e entraram no mesmo carro saindo após alguns minutos. Elìdio sentiu um aperto no peito como se tivesse perdido uma parte importante de si.

— E não é que o seu dia podia piorar? Demorou e outro já pegou seu lugar... se preocupa não, vamos lá pra casa, vou chamar os meninos e bebemos umas, amanhã você fala com o Daniel. Talvez tenhamos entendido errado. — Elìdio ficou calado por algum tempo, quando Andy decidiu dar partida, o passageiro saiu do carro olhando para o amigo.

— Acho que não é hora de brincadeira, Andy. Realmente não estou bem, vou para casa dormi um pouco, amanhã nos falamos. — falou em um tom mais baixo, Andy se arrependeu do que disse, mas sabia que Elìdio entendeu que ele apenas queria ajudar. — Me ajudou muito hoje, até a próxima, não se preocupe muito com isso.

— Foi mal, cara...até. — Andy respondeu observando o amigo se afastando enquanto andava lentamente, Elìdio precisava de um tempo apenas para ele e Anderson respeitava isso. Deu partida no carro e foi para casa pensando se o amigo iria conseguir superar toda aquela situação bizarra.

Chegando em casa, Elìdio se jogou no sofá dando tempo apenas de tirar os sapatos e se aconchegar nas almofadas. Pensou em tudo que tinha acontecido naquele dia e talvez realmente não deveria se envolver com Daniel, nem o conhecia e estava até assustado por ter ficado tão atraído ao ponto de não conseguir pensar em outra coisa durante a semana.

Se virou e ligou a televisão em um canal qualquer que passava desenhos animados, soltou um suspiro que parecia ter guardado o dia todo, não estava pronto para se envolver com outra pessoa e aparentemente o outro já tinha um pretendente bom. 

Não deveria doer tanto assim aceitar isso, pois não havia tido nem uma conversa normal ou uma conexão, talvez fosse apenas vontade de passar a noite com alguém, fazia algum tempo que estava sem sexo, deveria ser esse o motivo por estar tão fissurado no outro.

Sinceramente, Daniel tinha atrapalhado completamente sua vida na última semana e seria melhor voltar a ser como antes, apenas cortar qualquer tipo de contato sem nem se explicar, provavelmente o loiro nem iria ligar para isso, já que estava com outra pessoa. Elìdio estava cansado demais, apenas fechou os olhos lentamente e adormeceu no sofá, finalmente iria tirar todo o cansaço do dia de suas costas.

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