Capítulo 8

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Capítulo 8

Breno

Quando chegamos à área de bagagem, observei enquanto Sérgio dava apertos de mão e abraços em alguns de seus companheiros de viagem. Ele me mostrou o quão extrovertido e verdadeiramente amigável ele era quando eu o testemunhei se despedindo de pessoas diferentes e desejando-lhes sorte em várias coisas. Fiquei confuso quando percebi que ele realmente era uma daquelas pessoas verdadeiramente amigáveis.

Eu esperava bagagem suficiente para encher meu porta-malas e parte do banco de trás, visto que ele estava se mudando para cá em um futuro imediato. Quando ele apenas pegou duas malas e uma sacola de ginástica e parecia pronto para sair, isso me surpreendeu. Olhei para além dele, franzindo a testa para o carrossel ainda meio cheio de bagagem. — Isso não pode ser tudo que você trouxe, certo? Você não tem mais? Ou você acha que eles se perderam?

Shane caiu na gargalhada, o som de sua risada quente caindo sobre mim. — Você está brincando? Este é o máximo com que eu já viajei, acredite ou não. Honestamente, foi estranho ter tantas coisas quando fiz o check-in.

Balançando a cabeça, peguei a bolsa de ginástica que caiu de seu braço. — Pelo menos deixe-me ajudar, mesmo que você não tenha muito. Vou levar esta e uma das malas; não estou estacionado muito longe. Eu diria que tive sorte, mas a verdade é que vim cedo o suficiente para circular o lote até vagar um lugar bom.

— Gosto da sua maneira de pensar, Bê. — Ele parou no meio do passo, parecendo incerto pela primeira vez. — Sinto muito, tenho o péssimo hábito de apelidar meus amigos. Se você preferir Breno, sinta-se à vontade para me avisar.

Eu não tinha certeza do porquê, mas não gostei de ver uma pessoa tão confiante parecer hesitante. Além disso, gostei que ele se sentisse confortável o suficiente para encurtar meu nome. — Não me chamam de Bê desde que meus pais morreram. Para dizer a verdade, é bom ouvir isso de novo. Embora eu suponha que Breno se encaixa melhor em mim.

— Nah. Você é totalmente um Bê, só não sabe ainda. — Ele sorriu, batendo seu braço contra o meu. — Não se preocupe, sou apenas o cara para que vai te ajudar a encontrar o seu Bê interior.

Eu não tinha certeza de como lidar com isso, ou o que precisamente meu Bê interior poderia ser, então deixei passar e apontei meu carro. — Estou bem ali naquele Toyota. É aquele que eu disse que estava pensando em comprar quando conversamos na quarta-feira, embora ainda diga que deveria ter esperado.

Sérgio deixou cair o braço sobre meus ombros como se fôssemos velhos amigos. — Escute, Bê. Como eu disse ao telefone, se você se sentiu desconfortável com a segurança do seu carro antigo depois que seu para-choque foi tão facilmente rasgado pela placa daquele cara, era certo ir com seu instinto e substituí-lo. Além disso, você mesmo disse que seu carro estava quitado e a taxa de juros que eles estavam oferecendo neste aqui era tão baixa que você seria louco de ignorar. Agora, posso apenas dizer o quanto eu gosto desse tom de azul?

Estava na ponta da minha língua mencionar as impressionantes classificações de segurança deste modelo, mas provavelmente eu o aborreci o suficiente com esses detalhes quando falamos ao telefone. Em vez disso, levantei sua bolsa de roupas com um sorriso. — Eu me gabaria do porta-malas grande mas não tenho certeza de que você apreciaria, dada a sua escassez de bagagem.

Ele riu enquanto carregávamos suas coisas, em seguida, entramos no carro. Ele observou enquanto eu realizava meu ritual pré-condução de apertar o cinto e verificar todos os meus espelhos e a posição do assento antes de falar novamente.

— Não tenho certeza se você se lembra, mas acho que disse que era uma criança adotiva, certo? Ao meu aceno, ele continuou. — Então, sim, é por isso que viajo com pouca bagagem. Aprendi muito jovem a fazer as malas rápido e carregar apenas uma sacola das coisas sem as quais não poderia viver. Depois que fui adotado, não tive realmente a chance de aprender de forma diferente porque assim que eu finalmente estava me estabelecendo depois dos primeiros anos, meus pais se aposentaram.

Dois papais para Melissa - (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora