Capítulo 16

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Capítulo 16

Sérgio

A última semana de junho ...

Acordei um pouco antes do amanhecer e teria voltado se minha bexiga não tivesse começado a gritar. O banheiro ficava no meio do corredor, em frente ao quarto de Melissa, ou eu provavelmente não teria ouvido.

Um fraco som de tosse desceu pelo corredor do quarto de Bê. Franzindo a testa, lembrei-me de como ele parecia um pouco desanimado durante o jantar na noite anterior. Ele insistiu que estava bem e atribuiu a culpa às alergias sazonais, mas eu não comprei.

Ao ouvi-lo agora, eu ainda não tinha tanta certeza. A tosse ficou mais alta quanto mais perto cheguei ao quarto dele. Bati na porta, mas não conseguia entender o que ele tentava falar entre as tosses. Naturalmente, eu tive que abrir a porta.

Apertei o interruptor e dei uma boa olhada nele. Sim, definitivamente gripado. Ele estava sentado na cama, dobrado e tossindo em um verdadeiro lenço de tecido na frente da boca. Eu não sabia por que achava isso tão adorável, mas achei. Principalmente porque era totalmente Bê.

Bem ... totalmente Breno, de qualquer maneira. Eu ainda estava trabalhando para encontrar aquele Bê interno. Ele espreitava de vez em quando, principalmente durante as nossas sessões de besteira noturnas quando Mel estava dormindo. E definitivamente sempre que ele brincava com ela.

Bê segurou o lenço na boca, estendendo a mão como se quisesse me afastar. — Você não deveria estar aqui, acho que estou com a Gripe Espanhola.

— Gripe Espanhola, hein? Poderia ser, se você visitou a Nova Iorque no começo do século XX e esqueceu de contar pra mim. Ou, e isso é muito mais provável, você pegou o resfriado que Mel trouxe da escola na semana passada. — Continuei falando enquanto entrava no banheiro e abria o armário de remédios. Claro que foi perfeitamente organizado com o termômetro eletrônico em sua própria caixinha.

Eu o segurei como um troféu quando voltei para o quarto. — Felizmente para você, eu sei como usar essa coisa agora. — Fui até a cabeceira da cama e examinei sua testa com o sensor. —Hmm. 39º. Isso é bem alto. Onde está o seu telefone?

Bê começou a balançar a cabeça, apenas para começar com uma nova rodada de tosse. Ele levantou um dedo, me pedindo para esperar até que ele pudesse falar. Sim, mas nesse meio tempo vi seu telefone na mesa de cabeceira e comecei a pesquisar no Google. Assim que encontrei os resultados que estava procurando, Bê conseguiu sufocar seus pensamentos. — Está tudo bem, eu só preciso tomar alguma coisa e eu vou sair. Não posso faltar à festa de Melissa hoje. É o último dia de aula e sou um dos pais da turma.

Eu balancei minha cabeça e gentilmente empurrei seu ombro, empurrando-o de volta para o travesseiro com apenas um toque. — Viu com que facilidade você caiu? Isso é porque seu corpo está fraco e dizendo que precisa descansar. Não me dê essa porcaria de estar bem, se sua febre estivesse um pouco mais alta, eu faria você ir para a sala de emergência. O que aconteceu? Para você ser o Sr. Consciente de Segurança? Deseja realmente levar o resfriado a todas essas crianças? Eu vi que você tem testes de Covid. Vamos fazer um por desencargo de consciência.

Ele olhou para mim com um olhar caído. — Sim é melhor eu fazer. E na Mel também. Pra ela não espalhar essa praga na classe dela na escola.

— Mhmm, eu ouvi você. As crianças são pequenas fábricas regulares de germes. Mas, na verdade, você não vai a lugar nenhum hoje. A escola não vai querer você lá com febre, por um lado. Mas, Bê? Às vezes você precisa coloque-se em primeiro lugar. E quando estiver doente, é o momento perfeito para fazê-lo. Vou pegar os testes.

Dois papais para Melissa - (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora