Capítulo 10 - A Lanterna dos Afogados

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Jonathan derramou lágrimas de seus olhos enquanto abraçava sua mãe, já fazia muito tempo que ele acreditava que ela havia sido morta ou pior e descobrir que ela era um Boitatá o tempo inteiro preencheu seu coração com uma tempestade de emoções, o deixando confuso e em choque. Marcos olhou para os seus colegas, estava tão confuso quanto eles, todos haviam abaixado suas varinhas, tendo em vista que talvez não fosse mais necessário lutar contra o Boitatá.

Rosângela: Meu filho, você não sabe o quanto eu senti sua falta!

Jonathan: Mãe, por que a senhora não me contou que a senhora é um Boitatá?

Rosângela: Eu tentei manter em segredo e viver normalmente, mas a minha fome me dominou um certo dia e eu acabei devorando os três alunos de Castelobruxo... por mais que fossem nascidos-trouxas...

Jonathan: Mas mamãe, isso quer dizer que eu sou um Boitatá também?

Aly: Ih alá, o cara é um boi...

Pedro: Perainda Aly, agora não! - Ele deu um soco no ombro do rapaz.

Fred: Espera, o que foi que ela falou de nascidos-trouxas? - Ele sussurrou para seus colegas.

Rosângela: Não filho, deixe-me te explicar... Há muitos anos, sua tataravó era uma bruxa das trevas que assassinava crianças trouxas em Guaratuba que estavam prestes a entrar em Castelobruxo, ela acreditava na superioridade de bruxos puro-sangue como eu e você.

Jonathan: Mas o meu pai é trouxa, mamãe.

Rosângela: Independente, filho. Um dia, ela matou por acidente o filho de um bruxo poderoso, eu não sei bem os detalhes, mas ele conjurou uma maldição de sangue na nossa família e desde então todas as mulheres descendentes de sua tataravó tem se transformado completamente em Boitatás, algo bem difícil de controlar. Eu tive que prender sua avó no porão da nossa casa para que ela não ferisse mais ninguém, pois depois de ficar com alzheimer ela esqueceu que não pode matar bruxos, só trouxas.

Jonathan: Pera, a senhora mata trouxas?

Rosângela: Mas é claro! Seu pai inclusive seria uma de minhas vítimas, mas ele me encantou de uma forma que eu não compreendo até hoje. Independente disso, nós somos superiores aos trouxas, meu amor, a vida deles não tem o mesmo valor que a nossa.

Jonathan: Mãe...

Gio: Que errado...

Pedro: Meus pais são trouxas, tá dizendo que eles não valem a mesma coisa que pais bruxos? - O garoto gritou enraivecido.

Rosângela: Que bom que entendeu, e você tem o mesmo valor deles por ser filho de dois trouxas!

Jonathan olhou espantado para seus colegas que o olharam de volta assustados. Fred rapidamente sacou sua varinha e a apontou para Rosângela, que em resposta grunhiu e mostrou suas grandes presas. Sua pele começava a criar escamas prateadas e em seus olhos acenderam-se chamas.

Aly: Bom, eu tô sem varinha para me defender, boa sorte aí! - O menino saiu correndo.

Marcos: Sabe muito.

Fred: Sinto dizer, Jonathan, que a sua mãe ainda é uma criminosa procurada.

Pedro: Ô Jonathan, eu acho que eu vou dar uma surra na sua avó!

Jonathan: Calma, podemos resolver isso pacificamente!

Rosângela: Sinto muito, meu filho, mas eu já passei da fase de resolver as coisas na paz!

O corpo da mulher ficou tomado por chamas e ela começou a crescer. Seus membros superiores e inferiores atrofiaram enquanto seu torso se alongou e engrossou, criando escamas que agora cobriam todo o seu corpo. Olhos surgiram por todo o seu corpo e suas escamas prateadas banharam-se em fogo, ganhando uma cor escarlate. Agora, em sua forma de Boitatá, ela falava apenas na linguagem das serpentes.

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