Picotados em Hogwarts

2° Ano - Capítulo 3 - Calabouço Sombrio

Giovana abriu os olhos, ela havia sido desacordada após o vagão de trem em que ela estava capotar de maneira repentina e misteriosa. Agora, a garota se via em um lugar escuro, a única luz que chegava ali vinha de velas no aparente andar de cima através de buracos no teto. Ela sentiu suas costas apoiadas na gélida parede de pedra, percebendo também que estava sentada em um chão de terra úmida. A garota tentou mover os braços, mas percebeu que eles estavam acorrentados a parede. O som de suas correntes acordou um garoto que estava ao seu lado esquerdo.

Ela não conseguia enxergar muito dele, principalmente por estar sem seus óculos, mas o menino parecia vestir uma capa neutra do uniforme de Hogwarts e ser da mesma altura que ela, o pouco de luz que passava para a sala permitiu que a garota percebesse o cabelo escuro de seu colega, fazendo-a notar que ele definitivamente não era Scorpius, principalmente quando ela ouviu a voz do loiro vinda da sua direita.

Scorpius: ME SOLTEM! VÃO SE ARREPENDER DISSO QUANDO MEU PAI CHEGAR AQUI!

Gio: Calado, Malfoy! - A menina sussurrou - O que tá acontecendo aqui?

Scorpius: Uns elfos domésticos nos capturaram, não sei o que diabos eles querem, mas vão passar o resto das vidas miseráveis deles em Azkaban quando tudo isso acabar!

Rennan: Elfos como em Senhor dos Anéis? Por que nos sequestraram? - O jovem a esquerda de Giovana perguntou.

Scorpius: O que diabos esse maluco tá falando?

Gio: Acho que ele não vem de família bruxa... Muito prazer, sou Giovana.

Ela sorriu para o garoto, embora ele não pudesse ver seu sorriso nem vice-versa. Logo, ouviram uma porta se abrir e dois elfos adentraram a sala. Um deles caminhava na frente carregando uma lanterna a óleo, revelando os outros dezessete alunos acorrentados no local, cuja grande maioria era da Sonserina. Ambos os elfos não passavam dos noventa centímetros de altura, menores que todos os seus prisioneiros. O que tomava a frente com a armadura vestia várias camadas de vestimentas, gorros, chapéus, meias e sapatos, movia-se devagar por andar com tantas peças de roupa.

Já o elfo atrás dele vestia algumas peças de armadura como botas e joelheiras de ferro que eram claramente muito largas para ele. Dois broquéis serviam como peitoral cobrindo suas costas e seu peito, ele também possuía uma varinha vermelha feita de angelim em sua mão. O que chamava atenção era que atrás dos dois também estava uma menina pequena, não aparentava ser mais velha que Giovana ou Scorpius e vestia trajes maltrapilhos. Ela possuía um olhar sério e raivoso, um olhar de quem mataria sem hesitar. O duende de armadura conjurou Lumos em sua varinha e inspecionou cada prisioneiro de perto, em seguida disse:

Grunin: Levarei estes três lá para cima. - Apontou para os três mais novos - Emanuelly, cuide dos outros, são todos filhos de assassinos do nosso povo.

Manu: Muito que bem!

Giovana, Rennan e Malfoy foram imobilizados e levitados pelo elfo de armadura com o feitiço Levicorpus. Incapazes de olhar para trás, os jovens ficaram horrorizados ao ouvir os gritos de desespero de seus veteranos enquanto ouviam risadas do elfo que carregava a lanterna e da menina que, junto a ele, conjurou várias vezes a maldição da morte. Uma a uma, as vozes de choro, grito e desespero se dissiparam enquanto eles levitavam pela escadaria espiral até o andar de cima. Lá, viram-se cercados por dezenas de elfos domésticos no que parecia ser um salão de reuniões.

O piso era de madeira, o que explicava a luz passando pelas frestas, as paredes ainda eram da mesma pedra azul do porão. O local era iluminado por várias velas flutuantes, semelhantes aquelas do grande salão em Hogwarts. A sala era extensa, com várias mesas, cadeiras e banquinhos de madeira. A porta estava trancada com correntes e oposta a ela, ao lado da escadaria, havia um balcão cuja parede possuía várias prateleiras com garrafas e barris. Giovana reconheceria que o lugar era uma taverna se não estivesse apavorada com a recém morte de seus colegas. Aquelas palavras malditas ecoavam pela sua mente, "Avada Kedavra", tal som ricocheteava de um canto a outro de sua cabeça, fazendo parecer para ela que nunca esqueceria desse momento.