13º-Capítulo

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P.O.V. Isaac

Vocês devem estar-se a perguntar-se como é que em três semanas tudo mudou.

Há três semanas, eu e Max éramos inseparáveis. O nosso amor era forte, e compartilhávamos tudo um com o outro. No entanto, algo mudou, e essa mudança veio como um soco no estômago. Max transformou-se em alguém que eu mal reconhecia.

No início, as mudanças foram sutis. Ele começou a comportar-se de maneira estranha, distante, como se estivesse a esconder algo de mim. Quando eu o questionava, ele negava veementemente, dizia que eu estava apenas a imaginar coisas. No fundo, eu sabia que algo não estava certo, mas desejei ignorar os meus instintos e acreditar na sua palavra.

-Gostas da minha roupa?- pergunto, a dar um 360.

-Não muito, podias meter uma camisola maior. Afinal, ninguém precisa de ver a tua barriga, a única pessoa que pode ver essa barriga sou eu!- replica ele, com aquelas palavras tóxicas.

À medida que o tempo passava, Max tornava-se cada vez mais tóxico, ele começou a criticar as minhas roupas, o meu estilo, e até mesmo as escolhas que eu fazia na vida.

As suas palavras feriam-me profundamente, e eu sentia-me constantemente inseguro na sua presença. Nunca pensei que ele poderia ser tão ciumento e possessivo como estava a ser.

Eu não conseguia entender o que havia acontecido com ele. Tentei conversar, mas ele desviava sempre o assunto, recusava-se a falar sobre o que estava a acontecer. As suas atitudes deixavam-me confuso e magoado. Era como se ele não se importasse mais com o nosso amor. Finalmente tive coragem de confrontá-lo sobre as mudanças. Senti um nó na garganta e o meu coração começou a bater acelerado enquanto falava sobre o que eu estava a sentir. Max reagiu com agressividade, acusou-me de ser paranoico e exagerado. As suas palavras cortantes deixaram-me em choque. Eu estava a tentar salvar o nosso amor, mas ele parecia determinado a destruí-lo. A partir daí, a relação tornou-se ainda mais conturbada, com discussões frequentes e um ambiente carregado de tensão.

Aos poucos, comecei a afastar-me de Max. Eu precisava proteger-me e preservar a minha saúde mental. No fundo, ainda sentia saudades do namorado que ele costumava ser, mas a pessoa que ele se tornou era simplesmente insuportável. Eu não merecia ser tratado desta forma, e cheguei à conclusão de que era hora de seguir em frente.

Foi difícil aceitar que nosso amor havia acabado. Mas também foi libertador perceber que eu merecia estar cercado de pessoas que me respeitassem e apoiassem verdadeiramente. A vida é muito curta para desperdiçar com relacionamentos tóxicos.

Isaac estava exausto. As palavras tóxicas de Max ecoavam em sua mente como um constante zumbido irritante. Por muito tempo, Isaac havia tolerado o comportamento abusivo de Max, tentando ignorar os insultos e as atitudes negativas, mas agora ele percebeu que não podia mais suportar aquilo. A relação entre os dois havia se tornado um fardo pesado demais para carregar.

-Max, precisamos conversar.- comecei eu, a minha voz firme e determinada.- Eu não posso mais ignorar o modo como tratas-me a mim. As tuas palavras e ações são tóxicas e estão a afetar-me...

-Ah, finalmente resolveu crescer e falar alguma coisa? Achei que tu fosses fraco demais para isso.- Max riu de forma sarcástica, cruzando os braços com desdém.

Eu senti um aperto no coração, mas eu sabia que precisava continuar.- Não se trata de fraqueza, Max. Trata-se de respeito e empatia. Todos merecem ser tratados com dignidade, incluindo eu, que sou o teu namorao...

Max levantou-se de sua cadeira, aproximando-se de mim com raiva estampada no seu rosto.- Tu não podes me dizer o que fazer! Quem tu pensas que és?

-Eu sou quem? Eu sou o namorado, pelo menos eu era...Eu posso ter errado no passado, mas nada se compara a isto.- confronto-o.

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