Capítulo 03, Call Sign

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  Eu e Alejandro conversamos sobre a mulher e sobre coisas comum do dia a dia, era como se ele me conhecesse a muito tempo, como se fossemos bons amigos, sabe? Já estava quase anoitecendo, depois de tanta conversa jogada fora eu notei que não havia comido nada desde quando eu chegueie nem mesmo havia explorado o lugar.-Alejandro, você sabe onde fica o refeitório? Eu não comi nada desde o momento que cheguei- eu argumentei então o vejo acenar com a cabeça e dizer - claro, eu vou te mostrar onde você pode comer- ele me respondeu e se levantou da cadeira fazendo com que eu me levante logo em seguida para segui-lo.
  Nós caminhamos para fora da varanda em direção a uma porta grande, então aproveito a oportunidade para perguntar um pouco mais sobre a mulher.- Você sabe o nome dela? - eu perguntei, ele levantou um sobrancelha e me olhou -quem? A sua colega de quarto?- ele disse e eu acenti en concordância. - sim! Ela mesma, e me parece que ela é a minha canga mas eu nunca sei onde ela está, isso vai ser um problema aqui? - eu pergunto colocando minha mãos para trás enquanto andamos -bem, com certeza vai ser um problema mas não se preocupa com isso, quando ela tiver um pouco mais de confiança tenho certeza que ela vai te dar um pouco mais de atenção- ele ri - e eu não posso te dizer o nome dela, você vai ter que conquistar ela para que ela te diga o nome- eu o olho com surpresa e rio suavemente- conquistar a confiança dela? Isso é meio difícil já que parece que ela me odeia ou coisa assim- dou de ombros. E nós adentramos as grandes portas dando de cara com o refeitório e uma pequena multidão nas mesas, alguns comendo e saboreando a comida, outros conversando e rindo com seus colegas.
  - ela é difícil de se mexer, ah e bem, já que ainda não sabe o nome dela você pode chama-la de El sin nombre, é como todos a chamam por aqui- ele diz enquanto me apresenta os lugares do refeitório, eu me apresso a pegar um prato para comer. - El sin nombre?- eu repito e rio pelo apelido ser um pouco diferente do normal. - bem, não vou questionar o call sign dela -eu disse e dei de ombros enquanto colocava a refeição em meu prato e pegava as talheres. - falando nisso, você tem um, não tem?- Alejandro questiona- faz um tempo que você está nessa carreira militar então você deve ter um call sign- eu aceno com a minha cabeça e ando em direção a ponta vazia de uma mesa com ele -tenho sim,  se formos dizer na melhor das hipóteses meu call sign é um pouco diferente do que eu realmente sou -eu digo e dou uma risadinha me sentando na mesa, Alejandro se senta em frente a mim e continua conversando abertamente -sério? Agora 'tô curioso, qual é o seu?- ele indaga me olhando com um olhar surpreso e curioso, seus olhos brilhavam para receber a resposta. Eu peguei uma mordida da minha comida e engoli antes de dizer- bem, na minha base de antes eles me chamavam de ceifadora, eu nunca entendi o porque. Bem na verdade eu entendo mas não posso dizer que faz muito sentido já que a história desse call sign só aconteceu uma vez- eu dou de ombros e pego outra colherada da minha comida- me conta! Eu quero saber como você ganhou ele- ele disse com empolgação me fazendo rir- é uma história muito grande mas acho que posso resumir -eu digo com um sorriso e suspiro antes de começar a contar.

    Já se passavam das 19:00, eu teria uma missão logo. Eu me aprontava na sala de armamento enquanto esperava o horário certo para que eu e o resto do squad pudesse ir para o local do alvo- ou, relaxa a gente vai ficar bem- meu amigo me dá um empurrãozinho para me animar, me fazendo rir- cala boca, eu não tô nervosa igual a você- eu digo brincalhona enquanto colocava meus itens em meu colete e checava minhas armas -eu não 'tô nervoso só um pouco ansioso,' cê que vai chorar lá fora -ele disse rindo se agachando para pegar uma caixa com a munição de sua Glock  e para a minha *berette*. Ele estende a pequena caixa para mim- valeu e eu não vou chorar, idiota- eu dou um tapa em seu braço de forma descontraída e recarrego meus pentes para ter alguns mais na reserva. -aposto que vai!
    Após alguns minutos nós fomos chamados para comparecer na saída para que entrassemos no caminhão e fizessemos no caminho até o local, eu me sentei ao lado de meu amigo e conversei até que o caminhão parasse e nós mandasse desembarcar. Nós andamos até nosso ponto e nós separamos como sempre eu estava com meu canga que se tratava do meu amigo,o cenário estava meio acabado com casas destruidas, Prédios explodidos, carros abandonados... E o pior que havia ali, pessoas ou se posso especificar,corpos jogados em todos os cantos das ruas, homens, mulheres e crianças, o cenário de guerra sempre foi meio deprimente e tinha uma grande tensão no ar de ver tantos corpos e medo de ser morto a qualquer momento ali, eu e meu amigo andavamos em direção ao nosso ponto principal que era uma igreja, ela era a única que estava um pouco mais completa em vista do resto da cidade, nós deviamos e tomavamos cuidados para não acabar pisando em cabeças ou destroços. Era horrível, a podridão infestava nossos narizes nos deixando enjoados mas tinhamos estômagos fortes para isso, ou pelo menos eu tentava ter. Com cuidado chegamos ao nosso local, estava estranhamente vazio ao lado de dentro e de fora, sem barulhos, sem ataques, sem pessoas.

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  'Canga' canga é seu parceiro ou melhor dizendo é a sua segunda parte pois você não pode ficar sem ele ou se separar sem saber onde seu canga está!(eu não sei se em uma base militar tem isso mas em "escolas para formação militar" existe o conceito do canga, então acabei usando aqui.) canga é praticamente seu melhor amigo inseparável por obrigação.

  Caso tenham alguma crítica eu não me importo de recebê-las! Se tem algo que parece meio estranho ou fora do lugar na história eu ficaria feliz de saber então porfavor caso não gostem de algo me digam!
Obrigada por lerem até aqui!

Be mine. - Valeria GarzaOnde histórias criam vida. Descubra agora