dois

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Chris amava Minho, e isso era inquestionável.

Eles se conheceram na faculdade através de amigos em comum. Assim que Chris olhou para Minho, pensou que nunca tinha visto alguém tão bonito. O jeito como ele se movia, a postura impecável, o cabelo arrumado sem esforço, o nariz perfeitamente desenhado que parecia esculpido por um artista famoso, e aquela boquinha cheia que parecia pedir urgentemente por um beijo. Ele era, sem dúvida, a personificação da perfeição, e o encanto de Minho não se limitava apenas à aparência. Sua personalidade, com seu humor afiado e aquele sarcasmo irresistível, o tornava ainda mais fascinante.

Os dois começaram com flertes sutis, trocas de olhares mais prolongados, toques rápidos e carícias discretas que pareciam não passar despercebidos. Logo, a tensão entre eles ficou palpável. Era uma espécie de magnetismo que os atraía, uma química que os envolvia cada vez mais. Olhares intensos, pequenos gestos e sorrisos sugestivos eram suficientes para deixar claro o que ambos sentiam. As conversas, antes descontraídas, agora carregavam um tom mais sutil, sempre recheado de insinuações e segundas intenções que tornavam o ambiente ainda mais carregado de desejo.

— Bang Chan, você está babando, para de olhar assim para o menino! — disse Hyunjin, dando um tapa no pescoço de Chan, com um sorriso malicioso.

— Pra que isso? Eu não estava olhando pra ele, para de inventar coisas — Chan respondeu, visivelmente desconfortável, passando a mão no pescoço, tentando aliviar a ardência que sentia.

— E eu nasci ontem, né? Quando você vai chamar ele pra sair? Não acha que já passou da hora? — Hyunjin provocou, olhando para o amigo com um sorriso travesso, enquanto continuava mastigando seu sanduíche com aparente indiferença.

— Você sabe que não é tão simples assim... E se ele não gostar de homens? E se ele for comprometido? Ou, se simplesmente não quiser? — Chan respondeu, fazendo gestos com as mãos, visivelmente nervoso. Ele não sabia como lidar com seus próprios sentimentos, e a ideia de ser rejeitado o incomodava profundamente.

— Olha, ele é gay e não namora, agora o resto é com você — disse Hyunjin, indiferente, com uma expressão séria, mas ainda assim divertida, enquanto tomava outro gole de sua bebida.

— Como você sabe disso? — perguntou Chan, surpreso. Ele não tinha ideia de como Hyunjin poderia ter descoberto esses detalhes tão íntimos sobre Minho.

— Tenho minhas fontes, mas é sério, Channie, você tem que agir logo antes que a gente morra afogado de tanto você babar por ele — Hyunjin riu, olhando para o amigo, que estava visivelmente constrangido com a situação.

— Vai a merda — respondeu Chan, rindo também, e deu uma cotovelada na costela de Hyunjin, tentando desviar o foco da conversa.

Aquela conversa ficou na cabeça de Chan durante toda a semana. Ele queria chamar Minho para sair, não conseguia negar o quanto estava encantado, mas a hesitação o dominava. Ele temia arriscar o que já tinha, ao mesmo tempo em que não conseguia ignorar a eletricidade que percorria seus corpos toda vez que estavam próximos. O medo da rejeição, de perder o que tinham, o fazia se sentir ainda mais inseguro, mas o desejo de estar com Minho, de descobrir o que poderia ser, o consumia.

A festa da faculdade estava no auge. As luzes piscavam em tons vibrantes, e o som ensurdecedor da música fazia o chão vibrar. Chris estava encostado em uma das paredes, com um copo vazio nas mãos, os olhos fixos em Minho, que dançava no meio da pista. Ele parecia não notar a atenção que atraía, mas Chris sabia que era impossível alguém passar por ele sem dar uma segunda olhada.

Minho dançava com uma confiança que fazia Chris engolir em seco. Cada movimento parecia perfeitamente calculado para seduzir, mas natural o suficiente para ser irresistível. Chris, encorajado pela bebida que já começava a lhe dar uma coragem incomum, sentiu que não podia mais adiar o que estava querendo há meses.

Ily - minchanOnde histórias criam vida. Descubra agora