Diário de Jane Smith

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Londres, 18 de agosto de 1897

Prezada Elisabeth,

Dirijo-lhe esta correspondência pois o destino de meu retorno a Londres permanece obscuro. Transcorreram treze horas desde que empreendi a jornada de Londres a Paris. A longa travessia marítima causou-me certo desconforto, privando-me de muitas visões. Ao alcançar Paris, fiz meu primeiro repouso em uma pousada, onde pernoitei. Lá pude constatar a natureza pouco afável dos franceses, cuja maioria é reservada, inibindo-me de engajar em conversas prolongadas. Conquanto, recolhi-me a meu alojamento e adormeci. Ao alvorecer seguinte, completei os trâmites e me dirigi à estação que conduziria à Alemanha. Findo o trajeto, raramente estive tão fatigada. Enquanto viajava no último trem, dediquei-me a aprender um pouco mais da língua chinesa, notadamente sua escrita, distinta da inglesa. Aquelas ilustrações me causaram certo fascínio, dado que ostentam uma ordem e direção específicas para sua composição. Contudo, retornando ao cerne da questão... Há alguns dias, recebi carta de um conhecido de Hong Kong. A correspondência trazia relatos de uma possível criatura humanoide que atemoriza a cidade e adjacências. Dado o rápido disseminar das notícias acerca de minha reputação, fui solicitada a dirigir-me ao local e investigar o acontecido. Apenas agora alcanço a estação central, prestes a embarcar a Berlim. É provável que chegue pela manhã e em seguida partiremos a Hong Kong, onde encontrarei um guia para me auxiliar. Em suma, o trem aproxima-se. Logo que adentrar, compartilharei mais detalhes acerca deste enigma. Despeço-me, minha querida Elisabeth.

Terrores na Noite: Em Busca do Lobisomem de Hong KongOnde histórias criam vida. Descubra agora