O sol nasceu sobre a mansão imponente, pintando o céu com tons dourados e rosados. Helena abriu os olhos, sentindo a maciez dos lençóis contra sua pele. Como de costume, o despertador eletrônico ao lado da cama soou com uma melodia suave, marcando o início de mais um dia na fachada de perfeição.
Enquanto se levantava, Helena ouviu o som de passos rápidos nos corredores. Era Lisa, sua empregada pessoal, trazendo um conjunto de roupas meticulosamente selecionadas. "Bom dia, senhorita Helena. Espero que tenha dormido bem", disse Lisa com um sorriso discreto.
"Bom dia, Lisa. Sim, dormi bem, obrigada", respondeu Helena com um sorriso sincero. Ela gostava de Lisa, uma das poucas pessoas com quem podia ser genuína em sua casa.
Depois de se vestir, Helena desceu para o café da manhã. Seus pais já estavam na mesa, impecavelmente vestidos. A mãe de Helena estava revisando um relatório sobre os últimos encontros diplomáticos, enquanto seu pai folheava um jornal eletrônico.
"Helena, querida, tenho certeza de que a sua presença nos eventos da cidade hoje será uma bênção para todos", disse sua mãe com um sorriso.
"Sim, mamãe. Farei o meu melhor", respondeu Helena, sabendo que esses eventos eram parte da encenação da utopia perfeita.
Após o café, Helena dirigiu-se para a cidade, onde uma multidão a esperava. Acenar para as pessoas era uma tarefa que ela desempenhava com uma máscara cuidadosamente elaborada, enquanto o vazio e a superficialidade da situação ecoavam em sua mente. Ela desejava poder fazer mais por essas pessoas, por essa sociedade aparentemente perfeita que escondia seus problemas.
No retorno à mansão, Helena passou por uma sala cheia de empregados ocupados. Eles limpavam meticulosamente os móveis e preparavam os ambientes para mais um evento social. Helena agradeceu a cada um deles, reconhecendo sua dedicação por trás dos sorrisos forçados.
À tarde, ela foi convocada para uma série de entrevistas. Sentou-se diante de câmeras, respondendo a perguntas sobre sua vida, suas opiniões e a visão da utopia. Cada palavra que saía de sua boca era calculada, pesada, transformando sua vida em uma performance constante.
"Helena, você parece tão à vontade diante das câmeras", disse um dos entrevistadores com um sorriso.
"É importante transmitir confiança e serenidade para as pessoas", respondeu Helena, escondendo a aversão que sentia por trás da máscara de cortesia.
Mais tarde, Helena encontrou-se com sua irmã mais nova, Emily, em um jardim luxuriante nos fundos da mansão. Emily brincava com flores coloridas, rindo inocentemente. "Helena, você vai brincar comigo?", perguntou Emily, estendendo a mão com um sorriso infantil.
"Claro, Emily. Vamos brincar", disse Helena, abaixando-se para se juntar à sua irmã. Elas passaram o tempo fazendo coroas de flores e conversando sobre os sonhos de Emily, que eram cheios de imaginação e esperança. Helena aproveitou cada momento, sentindo-se grata por esses momentos de genuína alegria.
Enquanto a tarde se transformava em noite, Helena retirou-se para seu quarto. Ela sentou-se em sua escrivaninha, olhando para a tela brilhante de seu tablet. As notícias continuavam a relatar protestos e tumultos, mesmo que fossem cuidadosamente filtradas para não revelar a extensão real do caos.
"Últimas Notícias: Aumento alarmante na taxa de desemprego, levando a uma crise econômica iminente."
"Relatos de escassez de alimentos e recursos essenciais em bairros menos favorecidos."
"Protestos violentos eclodem nas margens da cidade, exigindo reformas sociais e políticas."
No silêncio de seu quarto, Helena tomou uma decisão. Ela não poderia continuar vivendo essa farsa. Ela sabia que os eventos recentes não eram um acaso, mas sim o resultado de um sistema que oprimia as vozes e as necessidades das pessoas. A rebelião estava crescendo, e ela estava determinada a se unir a ela, não como uma figura distante, mas como alguém que estava disposta a enfrentar as sombras da perfeição e lutar por uma verdadeira mudança.
Enquanto o relógio marcava a passagem das horas, Helena traçou um plano. Ela sabia que a estrada à frente seria perigosa e cheia de desafios, mas sua determinação era inabalável. A máscara de perfeição começava a rachar, e Helena estava pronta para revelar a verdade por trás
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MÁSCARAS
Ficción GeneralEm uma utopia aparentemente perfeita, Helena vive sob a sombra de riqueza e poder, uma fachada que sua família sustenta com rigor. No entanto, a falsa harmonia que permeia sua vida esconde uma realidade sombria. Determinada e forte, Helena começa a...