Sonhos

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Escrito por: RedWidowB 

Notas Iniciais: Espero que gostem do capítulo! Boa leitura!


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Diversas vezes, enquanto dividia suas horas do dia ao lado de Jimin, Yoongi retornava aos questionamentos de como um rapaz de aparência e personalidade tão doce havia se tornado segurança pessoal de alguém. Afinal, sabia que o Park possuía experiência prévia com diversas pessoas públicas, só não entendia como chegou à profissão.

Porém, da mesma forma que não se contentava e não conseguia esquecer tal curiosidade, tinha vergonha de questionar o outro. O que iria perguntar? O que teria que insinuar para chegar à pergunta?

Jimin não era um homem consideravelmente forte ou alto, muito menos assustava alguém com sua face angelical, e apesar de artes marciais serem efetivas independente do tamanho da pessoa, aquele realmente não parecia o melhor emprego para seu companheiro de passeios.

— Você já pensou em trabalhar em outra coisa, Jimin? — indagou o Min, enquanto os dois estacionavam na garagem de sua mansão tarde da noite e ele acendeu a luz de teto do carro para procurar seus óculos no porta-luvas.

Diferente do que esperava, um silêncio estranho se formou entre eles e, quando percebeu, Jimin o fitava com expressão assustada, um pouco tristonha até.

— Estou fazendo um mau serviço? — replicou o rapaz, claramente desentendido da tentativa de puxar assunto de Yoongi.

Imediatamente, o Min balançou as mãos e cabeça negativamente, repetindo vários "nãos" para dar ainda mais ênfase. Não queria que o segurança entendesse errado, ou pior, ficasse magoado.

— Só estou tentando entender se você gosta do seu trabalho! — exclamou em resposta, sendo correspondido com uma decepção ainda maior na face alheia.

— Não pareço gostar, senhor? — Sua voz soou baixinha, medrosa.

Yoongi quase enfiou os dedos nos próprios cabelos para arrancá-los.

— Por Deus, Jimin, não! — Ele riu, um pouco desesperado. — Não é isso! Nunca disseram que você não tem cara de segurança?

Os dois se encararam sem nada mais falar. Jimin parecendo digerir a pequena situação, e Yoongi evitando falar algo mais. Era perceptível, na opinião do Min, como as bochechas do outro estavam carmim, mesmo sob a luz alaranjada do teto do automóvel.

— O que isso quer dizer? — O Park tentou entender.

Involuntariamente, o dono do lugar sorriu.

— Que você é muito bonito, eu acho. — Soltou sem querer, percebendo pouco depois o que havia acabado de dizer. — Com todo respeito, é claro! E não querendo dizer que seguranças não podem ser bonitos também, pois seria um tipo de preconceito, não é? Não foi isso que eu...

Foi a vez de Jimin sorrir, para então rir e interromper o monólogo desesperado do chefe.

— Nesse caso, tudo bem o senhor achar que não tenho cara — comentou mais leve, mudando completamente sua expressão preocupada de antes. — E, sim, já pensei em trabalhar em outras coisas.

Naquele momento, Yoongi soube que era seu rosto que estava vermelho. Disfarçando o constrangimento, sorriu igualmente.

— E no que pensou? Poderia me contar?

Jimin encarou o volante que ainda segurava, claramente refletindo sobre o que responder.

Yoongi soltou seu cinto e virou-se completamente em direção ao motorista, a fim de ouvir com mais atenção. Gostava de ouvir as histórias e opiniões do rapaz, fossem elas curtas e sucintas, ou as raras ocasiões que o outro se perdia em sua linha de raciocínio e falava demais.

Fosse qualquer uma das duas opções, ele estava preparado para escutar, atento e com carinho, cada palavra.

— Já pensei em abrir um restaurante temático — começou o segurança, achando graça da lembrança. — Também quis ser músico.

A boca do Min abriu, impressionado.

— E o que faltou para seguir um dos dois? — questionou interessado.

Ele viu o segurança se movimentar no banco e descansar as costas no encosto do assento. Assim, os dois passaram a se encarar na mesma posição.

— Dinheiro e talento — brincou o Park, coçando sua nuca. — Dinheiro para abrir um negócio e talento para tocar os instrumentos.

O primeiro pensamento de Yoongi foi dizer que investiria em qualquer coisa que o outro quisesse fazer, mas talvez não fosse apropriado para qualquer um deles. Em seguida, pensou que adoraria ter a liberdade de escolher seguir ou não aquele tipo de sonho, como Jimin tinha.

— Quanto à música, não posso dizer muito, nunca te ouvi tocar ou cantar... — Os dois riram, ainda que não fosse uma piada. — Porém acho que você deveria seguir seus sonhos.

O segurança concordou com a cabeça.

— No momento, eu estou seguindo um deles.

As palavras ficaram no ar, sem interpretação óbvia, até três toques serem dados na janela do motorista. Hyejin estava de roupão e, com o rosto sonolento, encarava a situação incomum do lado de fora.

Ela disse algo sobre os alarmes da casa, entretanto nenhum dos dois não conseguia ouvir com clareza. Desconfortável como sempre se sentia na presença da mulher, o Min tocou no ombro de Jimin para chamar de volta sua atenção.

— Espero que me conte mais sobre esse sonho que anda seguindo. Talvez você seja minha inspiração.

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Notas Finais: O que vocês acham que é o sonho do Jimin?

Veja-me | YoonminOnde histórias criam vida. Descubra agora