Epílogo

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NOTAS DA AUTORA

Olá pessoal, coincidentemente me chamo Eleonor, porém prefiro que me chamem de Ellye.
Essa não é minha primeira fanfic, tenho outra finalizada no APP vizinho (Spirit), porém aqui, é a primeira vez que estou postando e confesso que estou com receio de não me acostumar com a plataforma e abandonar a história 😅

PORÉM, vamos a alguns fatos:

🌹Tive essa inspiração durante a copa do mundo de 2022, no Catar, onde surgiram hipóteses sobre um relacionamento entre nosso querido Gavi e a linda princesa das Astúrias e pensei: isso daria uma história fantástica.

Apesar disso, estou com um pouco de receio de a expor assim😅😬

ENFIM! Sejam muito bem vindos e sintam-se a vontade para dar suas opiniões. As interações são a melhor parte de postar uma história.

Sem mais delongas, bora para uma aventura? Espero que gostem🥰

EPÍLOGO

Epílogo Leonor de BourbonFrança | A/O Final

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Epílogo
Leonor de Bourbon
França | A/O Final.

- 5 a 5 nos pênaltis. O mundo vai a loucuraaa! - o locutor grita. De fato, acho que nunca estive tão nervosa em toda minha vida.
Nem quando eu tinha quinze anos e fiz meu primeiro discurso em rede nacional. Eu estava com os nervos à flor da pele, é verdade, porém tudo que eu queria era que meu país fosse vitorioso agora. Minha mãe me dá um cutucão com o braço, fazendo uma careta.
- Ora, Leonor. Tenha modos, pelo amor de Deus. - ela olha para meu pai, buscando incentivo, mas ele apenas dá uma risada. Ele sabia o quanto eu era fã de futebol e havia gritado de entusiasmo na sala de nossa casa quando soube que a Espanha estaria na final da copa do mundo.
Implorei a ele que me deixasse vir assistir, mesmo que isso implicasse em deixar minha escola por alguns dias. Minha mãe jamais permitiria, porque minha educação era a coisa mais importante do mundo, segundo suas palavras; mas meu pai concordou o que me fez amá-lo ainda mais.
- O pênalti de desempate será pelo... Gavi! O camisa 9 da Espanha fará o gol decisivo na copa da Itália! - Extasiada. Eu estava extasiada.
- Acha que ele vai conseguir? - Sofia pergunta ao meu lado, tão nervosa quanto eu.
- É claro que vai. Foi o melhor jogador em todos os jogos da seleção até agora. - respondo. Eu tinha certeza do que estava falando, mas quando, a cerca de dez passos da bola, ele mexeu no cabelo e colocou as mãos na cintura parei de respirar.
E se, bem agora, ele errasse?
Não. Ele não erraria.
Quando o apito soa e ele corre, o estádio fica em um silêncio acompanhado de puro êxtase e eu só deixo o ar escapar quando a bola atravessa as grades e atinge a rede do gol, fazendo com que o goleiro caia para o lado oposto.
Nem meio segundo depois eu estava gritando, histérica com a vitória da Espanha. Nem mesmo minha mãe tentou me parar, porque estava tão feliz quanto eu.
- Vencemos, Sofi. Vencemos! - dou um abraço em minha irmã, que retribui aos pulos.
Enquanto o time comemora em um dos lados do campo, meu pai me puxa de canto, ajeitando as lapelas do casaco azul de linho.
- Sabe o que acontece agora, não sabe? - sorrio para o homem alto com cabelos grisalhos.
- Você vai entregar a taça aos jogadores! - ele mostra os dentes, como se carregasse uma carta na manga.
- E se você entregasse?
- O que? Mas você é o rei! - meu pai deixa os lábios em uma linha reta, sabendo que eu tinha razão.
- Você e sua irmã podem entregar as medalhas. - arregalo os olhos.
- Jura?!
- Ora, eu não sou o rei? - absurdamente feliz e extasiada, quase jogo meus braços em volta de meu pai, porém me recordo, segundos antes, das etiquetas que me proibíam de fazer isso e me contenho com um simples agradecimento.
Depois de alguns minutos, quando o palco foi montado no centro do estádio, fomos designados até lá. Sofia andava alguns passos atrás de mim, como sempre acontecia ao seguirmos o protocolo. Os jogadores estavam histéricos demais para nos perceberem. Apenas quando trouxeram as medalhas e nos chamaram para entregá-las que eles pareceram avistar-nos.
- Espero que eu consiga entregar ao Gavi. - Sofia torce baixinho e eu torço por ela.
- Vou deixá-lo para você. - dou uma piscadinha e ela parece ainda mais feliz. O homem responsável pela cerimônia me incentiva a começar, muito provavelmente por ser a herdeira e assim o faço.
O goleiro Simón se curva e eu lhe desejo parabéns enquanto coloco a medalha em seu pescoço e Sofi coloca no jogador ao seu lado. Dessa forma, vamos intercalando. Quase na metade, após colocar a medalha no meio campista Rodrigo, pulo o próximo, que era de minha irmã, mas travo na metade do caminho ao ver que o meu próximo seria Gavi. Tento disfarçar, retornando ao jogador anterior, mas o técnico me incentiva a continuar, entusiasmado.
Ouço as caixas de som anunciarem que a herdeira da Espanha colocaria a medalha em Gavi, que determinou o jogo com o gol decisivo e olho para minha irmã com um pedido de desculpas silencioso. Eu tentei, Sofi. Ela faz um biquinho discreto, mas dá de ombros.
Aproximo-me do rapaz bem mais alto que eu para entregar sua medalha de ouro. Ele estava suado e histérico, como todos os outros, mas quando me aproximo ele coloca as mãos para trás e arruma a postura em sinal de respeito e com um sorriso discreto, também se curva.
- Parabéns, Gavi. - desejo e coloco a medalha em seu pescoço. Quando se ergue novamente, seu sorriso está mostrando os dentes, muito mais entusiasmado para todos à nossa volta. Ele segura a medalha e a beija, causando aplausos no estádio. Momentos antes de continuar, juro que ele olha para mim por poucos segundos. Ele era muito mais bonito do que eu costumava achar na mídia, dava de entender porque minha irmã era tão fanática por ele, além do fato de ser incrivelmente talentoso.
Quando terminamos ficamos quase na extremidade do palco e é meu pai quem entrega a taça para os jogadores, que ao pegarem, fazem um único bolinho no centro do palco, impossibilitando que Sofi e eu retornemos para o lado dos nossos pais. Milhares de fogos de artifício explodem deixando tudo ainda mais emocionante e as comemorações são tantas que mal consigo ouvir meus pensamentos.
Bato palmas, feliz por nossos jogadores serem tão bons e busco meus pais do outro lado apenas com o olhar. Estavam felizes, mas continuavam elegantes e com a postura de monarcas que jamais deixam de lado. Minha mãe sorri para meu pai, também batendo palmas e então meu pai olha para mim, erguendo uma das sobrancelhas.
Seremos os vencedores dessa vez, Leo. - ele disse esta manhã.
Sim, fomos! Por isso retribuo o gesto.
É quando tudo mudou.
Foi o tempo de um piscar de olhos. Em um segundo eu via meu pai, já no outro via um masso de laranja, amarelo, preto e vermelho maranhado.
O impacto bruto de alguma força faz com que meu corpo fosse jogado para trás. Sinto minhas costas contra o chão duro do gramado e não consigo respirar nos primeiros segundos.
O barulho é tão alto e ensurdecedor que ponho as mãos nos ouvidos por um tempo, me encolhendo e ouvindo apenas um zumbido estridente como se meus tímpanos tivessem sido estourados. Depois de algum tempo, alguém toca minhas costas, incentivando-me a levantar. É o que faço. Sofia está caída a alguns metros, no chão, por isso engatinho até ela.
- Sofi! Sofia! - grito. Ela se move devagar, abrindo os olhos para mim. Respiro aliviada e então ergo o rosto, tentando entender o que estava acontecendo.
O palco estava queimando, enquanto bombeiros apagavam o fogo e pessoas corriam atordoadas para todos os lados. Alguém queria me arrastar para algum lugar também, mas eu não permito. Ao invés disso, procuro meus pais por todos os lados e ao tentar me aproximar do palco vejo uma das piores coisas que poderia ver. Corpos.
Corpos dilacerados.
Pessoas mortas.
Vi alguns dos corpos com resquícios dos tecidos das camisetas dos jogadores e aquilo me deixa desolada.
Subo no palco pela segunda vez e quando alguém tenta me puxar grito para que tirasse as mãos de mim.
- Pai? - chamo, mas não ouço resposta. - Mãe? Mãe? Onde vocês estão?
Eles estavam bem.
Eles tinham que estar bem.
Eu ainda não entendia o que estava acontecendo, mas sabia que eles estavam bem.
Olho para trás, Sofi chorava, completamente assustada com algumas pessoas em volta dela. Alguns jogadores estavam afastados, alguns olhando a cena em completo pavor e outros no chão com paramédicos em volta e, ademais, eu não conseguia enxergar nada além.
- Mamãe... papai... - sussurro. Preciso achar minha mãe e meu pai.
Respiro fundo, cambaleando entre os corpos no chão com medo de cair sobre o restará deles. Crânios. Haviam crânios.O fogo estava praticamente extinto agora e pensei em sair daquela zona de morte e carnificina para ficar no gramado com Sofi.
Foi quando eu vi.
A pior visão da minha vida.
Cerro os dentes, não acreditando em nada daquilo. Meus olhos ficam embaçados, mas não tenho coragem de me abaixar para ver melhor.
Dou alguns passos para trás, soluçando alto, então quebro todas as regras que segui a vida inteira e que me proibiam de chorar em público.
Minhas pernas fraquejam e meus joelhos batem no chão.
Linho fino azul marinho.
Foi a cor do terno do meu pai essa tarde.
Isso não pode estar acontecendo.
Porque, bem aos meus pés, uma das pernas do meu pai repousava.

Jogo Real - Gavi and Princess LeonorOnde histórias criam vida. Descubra agora