Abismo, Títulos e Pessoas.

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Tem uma incerteza dentro de mim,
Ela cresce,
Cresce,
Cresce,
Sem nenhum sinal de fim

Como pode em um momento
Eu estar tão feliz,
E depois,
Sentir um tormento?
Parece que eu estou sempre por um triz,
Eu dependo dos outros,
Para ter bons sentimentos

Acho que nunca vou ser
Bom artista,
Daqueles que as pessoas admiram,
Daqueles que fazem com o que
A arte resista

E sobre a arte resistir,
Isso eu tento fazer,
Mas do que adianta,
Se mesmo que as pessoas olhem para mim,
Elas nunca vão crer?

Olho ao redor,
Todos conseguindo pessoas,
Pessoas como prioridade,
Prioridades que os tratam como
Boas pessoas

E boas pessoas,
Elas realmente podem existir?
Ou é só uma farsa
Para que continuemos aqui?

E se eu continuar aqui,
Vai valer a pena?
Porque vamos ser sinceros,
Quem além de mim,
Liga para meus problemas?

Deve ser porque
Todos meus problemas são bobos,
São tolos,
São pequenos,
Mas me fazem o choro,
Me fazem derrubar lamentos

Minha angústia é válida,
Eu tenho que parar de tentar
Provar pra todos
Que eu não preciso provar nada
Para ninguém

Minha tristesa é válida,
Eu tenho que parar de chorar
Por meus dias ruins
Não serem válidos
Para derramar lágrimas

Minha raiva é válida,
Eu tenho que parar de gritar
Por não saber expressar
O monstro e a loucura
Que está dentro de mim

Acho que a cada dia,
Eu estou mais perto do abismo,
Ele olha para mim de volta,
Ele torce muito para ser meu amigo,
Para ser parte de mim,
Para não ser mais ignorado

Não deveria exclui-lo,
Afinal, como irei me conhecer,
Caso não abrace meu vazio?
Eu tenho que aceitar minha loucura,
Para conhecer toda minha arte pura

Essa poesia está perdendo a linha,
Começou falando de uma coisa,
Terminará falando de outra;
Mas é assim que funciona
Minha mente,
Se eu não fosse estranho,
Como poderia me intitular
Como gente?

-Ariel Cruz

𝐆𝐫𝐢𝐭𝐨𝐬 𝐉𝐨𝐯𝐞𝐧𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora