☼︎Algo não está certo☼︎

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  O carro de patrulha estacionado na frente do prédio alto numa parte agitada da cidade estava com as suas luzes desligadas. Um jovem de cabelos brancos e com uma farda de polícial estava encostado á porta do objeto. Entre os seus dedos indicador e do meio estava um cigarro quase acabado. Ele levou o objeto novamente á sua boca, inalou, e quando afastou o cigarro, deixou o fumo sair pela sua boca para o lado, para não incomodar as pessoas apressadas passando na rua àquela hora. Ele olhou para o relógio impacientemente e depois para a porta do prédio em sua frente sendo aberta.

  Finalmente se movendo mais do que o movimento de fumar, ele atirou o cigarro ao chão e o apagou direitinho com o pé, o esmagando. Depois observou o jovem de cabelos longos e negros sair porta fora, indo em sua direção logo em seguida. Em suas costas estava uma mochila preta com detalhes vermelhos que combinava com a sua roupa escura mesmo para o mês de junho. Em suas bochechas havia uma coloração diferente do que do resto da sua cara, estava mais rosado, provavelmente devido ao calor que ele sentia por estar usando roupas largas e escuras às 11:30 da manhã num dia quente. O de cabelos brancos achou que ele era louco por uns segundos, mas na sua mente passou a conversa que teve na noite anterior e tentou afastar os seus pensamentos, indo para o lugar do motorista e começando a dirigir.

— Eu preciso mesmo que você o vá buscar e levar á faculdade até ao fim do ano. Também preciso que vá lá ao apartamento todas as semanas. Ele está agindo diferente e isso está me matando por dentro de preocupação. — O homem de cabelos negros cruzou os braços e olhou para o lado emburrado. O outro homem na sala deu risada e disse o quão achava fofa a sua cara. — Você sabe como eu te odeio! Nunca iria te pedir algo se não fosse extremamente importante.

  O que o homem moreno disse passou pela sua cabeça e ele suspirou. Era verdade. Mas ele teria que confiar pelo menos um pouquinho em si para lhe ter pedido para "cuidar" de seu "bem mais precioso". Não gostava dele, tinha que admitir, mas que ele tinha um bom coração era verdade. Amava o seu irmãozinho tanto quanto ele próprio amava o seu.

  — Tobirama-San? Me desculpe por lhe trazer esta inconveniência. Meu irmão pode ser extremamente protetor às vezes. — O jovem suspirou, se baixando um pouco em agradecimento quando saíram do carro em frente ao edifício enorme com várias pessoas andando por lá. — Te devo uma por tudo isto. — Quando ele levantou a cabeça e sua expressão serena entrou no campo de visão de Tobirama, ele sentiu algo diferente. Era bom ver aquela expressão mas quando a analisou melhor, seus olhos estavam cheios de dor e secretamente pediam ajuda. Qualquer tipo de ajuda, desde que fosse ajuda.

  — Não é nada... Você é irmão do meu cunhado, é algo que não me importo em fazer. Afinal, é o meu trabalho, sendo família ou um estranho em perigo. — O homem mais alto que o moreno deu a volta ao carro e se aproximou dele, lhe dando um pequeno alarme e fechando a sua mão á volta dele. — Isso vai me alertar no momento que carregar no botão bem no meio. Use em caso de emergência. — Os seus lábios estavam quase formando um sorriso pequeno. Ele não era de sorrisos, especialmente para pessoas que não fossem seu irmão, mas seu corpo passou despercebido e o pequeno sorriso foi aberto.

  O de cabelos longos nem percebeu e guardou o pequeno objeto do alarme no seu bolso antes de agradecer mais uma vez e virar as costas, seguindo pelos portões da faculdade e indo para a sala da sua primeira aula, mexendo seus quadris e fazendo seu cabelo também se abanar para os lados inconscientemente. Seu corpo doía todo e especialmente seus braços doíam por terem sido praticamente torturados na noite anterior. Só pegar em algo que lhe obrigasse a fazer certa força muscular fazia a sua mão e braço tremer, dependendo do quão pesado o objeto era. Isto iria ser uma dor de cabeça, sendo que ele tinha aulas e precisava escrever bastante para fazer notas.

★Proteger - Tobiizu★Onde histórias criam vida. Descubra agora