Gamez

MEDDLE ABOUT - PARTE 1

❝Girl just scream it out

Tell me what you're thinking

Oh I wanna see you undress now

I wanna hear you confess now

Now, oh❞

Meddle About by Chase Atlantic

Nathaniel encarava-a como se soubesse de todos os seus segredos, e embora Lynn não sentisse vergonha por nada, ela poderia jurar que neste exato momento apenas duas coisas se passavam em sua cabeça. Duas coisas não, ou melhor, um nome. Lynn sentiu um frio na barriga ao pegar sua jaqueta jeans jogada na cama e pôr em seus ombros, procurou seu celular no seu quarto as pressas e desbloqueando-o leu as quatro mensagens na tela. As três anteriores a garota já havia respondido, mas havia uma nova.

Nath Caramello: Te pego daqui 20 minutos.

Nath Caramello: Fique bem linda. Irei te levar a um lugar.

Nath Caramello: Beijos, gata.

Uma mensagem não lida

Nath Caramello: Poxa, gata. Por quê não falou me avisou que estava com o KEENAN? 

Garotos. Lynn pensou. Guardou o celular em sua jaqueta, olhou-se no espelho retocando o gloss de cereja em sua boca e desceu as escadas de sua casa. Seus pais estavam na cozinha discutindo por algo bobo - outra vez - como sempre, deu um beijo em sua tia Agatha que estava deitada no sofá assistindo algum filme de sua trilogia favorita, Jogos Vorazes. Riu enquanto fechava a porta cuidadosamente para seus pais não a verem saindo de casa.
Na porta de sua casa, observou o loiro com um olhar cúmplice, andou em sua direção enquanto o mesmo tinha um cigarro preso entre os dedos e deixava fumaça escapar por sua boca.

— Ah, a  margarida apareceu. Eu pensei que fosse me deixar aqui esperando. –Nath mantinha um sorriso afetado na boca e olhos vermelhos. Maconha. 

— Margarida não, gosto mais de Lírios. – Fez uma pausa enquanto se aproximava de Nathaniel e deu um abraço apertado passando seus braços ao redor do pescoço do mesmo. Sentiu suas mãos se entrelaçarem em sua cintura e inspirou seu perfume. - Cheiroso.

A ruiva sorriu ao olhar o garoto nos olhos, e deu um selinho em sua boca sentindo um leve hálito de café com hortelã. 

— Oi pra você também. - Lynn pegou o capacete da mão do loiro e esperou montar em sua moto para acompanhá-lo. - Onde iremos? Naquele restaurante que você falou aquela vez? Ou na boate nova? - Colocou uma das mãos na cintura do garoto e com a  outra mão enfiou em sua jaqueta pegando uma carteira de identidade. - Trouxe uma Id falsa caso precisar.

Nath sorriu ligando sua moto e prendeu sua trava do capacete. - Oi, gata. Desculpa a pergunta indiscreta. - Engoliu um seco. - Eu realmente não ligo se você estiver brincando comigo e com o Keenan, mas... gostaria de ser avisado para eu poder jogar também. - Sorriu ao notar a face surpresa da morena.

Deu a partida em sua moto e um leve arrepio percorreu seu corpo ao sentir Lynn passar as mãos em seu abdômen por cima de sua jaqueta. A mesma se encontrava alerta as luzes de Paris á noite. Com um sorriso de orelha a orelha pensava em como tudo poderia ser temporário e sua desculpa era em viver os dias como se fossem últimos. Um erro muito cometido pela negra, mas quem poderia julgá-la?

Seus cabelos vermelhos escapavam do capacete e se balançavam ao vento na extrema velocidade em que Nathaniel pretendia correr, o sentimento de liberdade liderava as emoções da garota como em suas canções que gostava de escrever quando estava chapada. A necessidade de se sentir viva por pelo menos uma vez. 

 

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ARMIN KEENAN Point Of View

A maneira como os olhos dela se encontravam com os dele me deixava confuso. Nesse último mês estive á mercê de apenas uma feiticeira de cabelos tão escarlate quanto qualquer rastro de sangue dos jogos em que costumo jogar. De um olhar tão penetrante como todas as estratégias que testo ao planejar um ataque. Ela é assim. Lynn Darcy. 

Sua forma  de brincar com as pessoas e depois descartá-las, ela se parece com algo tão semelhante... Ou melhor, alguém. A mim mesmo, na verdade. Somos tão parecidos e tão distantes, as vezes diferentes.

Maldita Darcy. 

Suas manias e características não querem sair de minha cabeça. Neste exato momento, me encontro há um sentimento tão parecido quanto negação. Por sua culpa, perdi nove partidas em meu jogo favorito. Tentei ouvir música, ensaiar para a apresentação da banda, mas tudo em que penso é nela. 

Me jogo em minha cadeira e começo a girar, noto seu quarto pela minha janela - a mesma em que a cortina vivia fechada - e vejo apenas a escuridão, de alto consigo ver seus postêres pregados na parede. O tom de vermelho bordô recorda a minha mente e percebo que a quase beijei. Um sentimento constrangedor ao lembrar que depois de exatos minutos desde que pulei de sua janela, o Carello apareceu em sua casa com seu jeito metido. Novacane toca por todo o meu quarto e tento me acalmar ao sentir uma fúria incomum em meu ser. 

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LYNN DARCY Point Of View

Observo com precisão os detalhes do lugar em que Nathaniel me trouxe. Chegamos há poucos minutos e já o perdi de vista - segundo ele, pegaria uma bebida para nós - com  tantos corpos esbeltos e suados dançando em minha direção. De longe, vejo-o voltar em minha direção carregando dois copos com um líquido azul fluorescente em suas mãos. Sorri de lado ao me entregar, e antes que dou o primeiro gole, cheiro o conteúdo. Afinal, todo cuidado é pouco.

Nathaniel estende sua mão e em puxa em sua direção colando nossos corpos, dançamos em harmonia e me impressiono com sua leveza.

— Não sabia que dançava tão bem, Sr. representante. – Solto uma risada enquanto o mesmo me gira em seus braços e sinto sua respiração de modo frenética em minha nuca.