prólogo.

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Penelope adorava Londres.

Na verdade, era sua cidade favorita no mundo inteiro.

Na verdade, não era apenas uma cidade; era um refúgio querido, seu destino mais amado no planeta. Toda vez que ela colocava os pés em suas ruas movimentadas, um sussurro de saudade a chamava para ficar. O desejo de estudar em Londres havia se enraizado em seu coração, mas, infelizmente, as intenções de seu pai divergiam das suas próprias aspirações. Ele defendia a Escócia, considerando-a uma opção mais adequada para uma jovem. Londres era muito lotada e caótica, não serviria para sua querida terceira filha. Sentindo a preocupação dele com o bem-estar dela, Penelope concordou, entregando suas escolhas ao julgamento dele. E como ela sabia que ele estava preocupado com seu estado frágil, Penelope permitiu que ele escolhesse por ela.

Na verdade, Penelope sempre permitiu que todos escolhessem por ela.

E era por isso que ela estava fazendo essa viagem de fim de semana com Edwina, sua amiga mais próxima. Ela não estava reclamando, pois adorava Londres. Não gostou muito da reação de Harry quando ela lhe disse que estava viajando no segundo aniversário de namoro, mas também tentou explicar que sua amiga havia mencionado que aquela era a oportunidade de uma vida. Penelope tinha de viajar com ela. Assim, a querida Penelope, sempre complacente e que nunca se queixava, embarcou em uma missão para apaziguar os dois. Ela viajaria com Edwina neste fim de semana e o próximo seria inteiramente para seu querido namorado.

Lá estava ela. Penelope, a paciente. Aquela que nunca quebrava, que nunca dobrava.

Somente sozinha.

Nunca na frente dos outros.

À medida que o trem a levava para mais longe de Galway, o olhar de Penelope se demorava nos vilarejos pitorescos que passavam. Cada chalé, adornado com jardins de flores coloridas, contava histórias de gerações que haviam chamado esse lugar de lar. A fumaça saía preguiçosamente das chaminés, carregando consigo o aroma de lareira e história, enchendo seus sentidos com uma nostalgia que ela não conseguia identificar.

As colinas ondulantes, vestidas de verde-esmeralda, ondulavam como ondas congeladas no tempo, e ela se imaginava correndo por elas, com o vento despenteando seus cabelos e a liberdade de caminhos desconhecidos à frente. No entanto, em meio a esse espetáculo cênico, uma sensação de melancolia tocou seu coração. A vastidão da paisagem a fez lembrar da vastidão do desconhecido dentro de si mesma.

Ela estava feliz por estar viajando com Edwina, tinha certeza disso.

A garota curvilínea não era a pessoa mais afortunada do mundo quando se tratava de laços de amizade. Ela havia tentado a vida inteira, mas não se encaixava. Não, não era um daqueles casos de "não sou como as outras meninas, olhem para mim, sou tão inteligente", mas estava perto disso. Penelope não era ingênua ou inocente. Mas ela era solitária. Solitária devido à falta de afeto que sentiu durante toda a sua vida em casa. Solitária em sua concha. Algumas pessoas tentaram se aproximar dela, mas, quando ela finalmente cedeu, elas já estavam cansadas demais para acomodá-la. E ela entendia. Edwina era diferente. Ela tentara, insistira e conquistara. Até mesmo sua irmã, a bela Kate, era amigável com ela.

E agora ela a estava deixando para trás. Penelope tinha certeza de que Edwina conseguiria o emprego e se mudaria para Londres. Seu coração se encontrava partido por esse motivo.

As irmas Sharmas eram pessoas especiais. Penelope as adorava. Elas a haviam salvado de tantas maneiras que ela não conseguia nem começar a explicar. Também foram eles que a apresentaram a Harry, um amigo de um ex-namorado da mais velha. O querido Harry. A perfeição em pessoa. Algo que Penelope nunca acreditou que teria.

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⏰ Última atualização: Aug 13, 2023 ⏰

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