A PATRICINHA E O CRIMINOSO

CAPÍTULO 7

𝐌𝐚𝐫𝐢𝐧𝐚 𝐆𝐨𝐧𝐳𝐚𝐥𝐞𝐳

𝗥𝗶𝗼 𝗱𝗲 𝗝𝗮𝗻𝗲𝗶𝗿𝗼 📍
Restaurante, portaria 00:00

Eu não sei o quê deu em mim quando passei a minha localização em tempo real para o Relíquia. Estava me sentindo sozinha e desamparada, minhas amigas todas off-line, vivendo suas vidas.

Só a minha quê era assim tão conturbada? Não é possível.

O tempo de espera foi pouco em comparação ao tempo que eu esperei o Pedro aqui fora, não havia como não comparar. Os detalhes são importantes.

Reliquia surgiu, parando o automóvel bem na minha frente, abaixou o vidro do carona e me encarou com aqueles olhos que me deixavam estranha.

Talvez eu devesse ter medo. Não sei.

𝐌𝐚𝐫𝐢𝐧𝐚: Oi, obrigada por vir. — Falei, entrando no carro e me sentando no banco de carona ao lado dele.

𝑹𝒆𝒍𝒊𝒒𝒖𝒊𝒂: Então ele sempre faz isso com você, patty?

𝐌𝐚𝐫𝐢𝐧𝐚: Não me chama assim, RelqDog.

𝑹𝒆𝒍𝒊𝒒𝒖𝒊𝒂: Me deu até um novo vulgo ela.

Não consegui evitar a risada, guardei meu celular na bolsa e encarei a rua a minha frente. Não conseguia olhar muito pra ele.

𝐌𝐚𝐫𝐢𝐧𝐚: Nem vou precisar te mostrar onde eu moro.

𝑹𝒆𝒍𝒊𝒒𝒖𝒊𝒂: Engraçadinha.

𝐌𝐚𝐫𝐢𝐧𝐚: Como você conseguiu entrar na minha casa aquele dia? — Perguntei curiosa.

𝑹𝒆𝒍𝒊𝒒𝒖𝒊𝒂: Não vou revelar meus truques.

𝐌𝐚𝐫𝐢𝐧𝐚: Então ta, Relíquia. Obrigada por estar me levando pra casa.

𝑹𝒆𝒍𝒊𝒒𝒖𝒊𝒂: Não precisa agradecer. Mas eu não vou te levar pra casa agora não, vamos passar em outro lugar antes. — Ele falou, fazendo uma curva com o carro.

Apertei meus dedos na bolsa de grife. O que eu tô fazendo da minha vida?

𝐌𝐚𝐫𝐢𝐧𝐚: Acho que já estou me arrependendo de ter aceito essa carona.

Ele deu risada, acelerando com o carro.

Passamos por várias ruas, a maioria estava deserta, com certeza pelo fato de estarmos entrando na segunda-feira e pela manhã todos tinham seus afazeres. Inclusive eu, ainda tenho uma escola para ir e um trabalho para entregar.

Avistei a praia logo a frente, ergui as minhas sobrancelhas ficando confusa.

𝑹𝒆𝒍𝒊𝒒𝒖𝒊𝒂: Vim pra acalmar a mente. — Ele disse antes que eu pudesse abrir a minha boca.

𝐌𝐚𝐫𝐢𝐧𝐚: Acalmar a mente comigo junto? — Ri, balançando a cabeça. — Podia ter vindo depois de me deixar em casa, RelqDog.

Ele foi estacionando o automóvel e eu me preparei para sair, ajeitando o meu vestido que subiu um pouco nas minhas coxas.

𝑹𝒆𝒍𝒊𝒒𝒖𝒊𝒂: Mas eu senti vontade agora, ué. — Ele disse tirando o cinto de segurança e abrindo a porta ao seu lado, saindo do carro.