prólogo.

2.1K 155 34
                                        

𝗠𝗼𝗿𝗮𝗲𝘀 🚩

Saí do box com a toalha enrolada na cintura e fui pro meu quarto entrando no closet. Escolhi uma blusa corta vento da nike e uma calça conjunto.

Vesti uma cueca box preta e um tênis da mesma cor me olhando no espelho, namoral eu sou gosto pra caralho, nem é me achando, só a realidade mermo.

Bolei um baseado e acendi sentado na varanda, já vou ir pra boca, passei só pra tomar um banho e vou dar uma relaxada.

Observei a rua vazia e em silêncio por conta da ameaça de invasão, mandei geral ficar em casa desde as cinco.

Me levantei guardando o esqueiro no bolso e passei um perfume porque não consigo sair sem, tem que estar cheirosão sempre.

Coloquei a Glock 9 milimetros carregada na cintura e a blusa por cima. Peguei o radinho deixando no suporte e o meu celular, desci as escadas com o celular na mão discando o numero vendo a ligação chamar.

_

- Como tá o bagulho? Preciso logo dos teus homens aqui caralho, tu se comprometeu e até agora nada. - Dei uma pausa escutando o suspiro soar pela ligação. - Qual foi da tua Andrade? Vai ramelar mermo?

- Porra mano, te falei que tá foda o bagulho aqui, mas eu vou mandar meus soldados, fica na boa, vou cumprir com a minha palavra.

- Vai mandar quando? Quando já estiverem invadindo o bagulho? Ou tu costuma não cumprir com a tua palavra?

- Marca dez que vão estar na barricada da tua favela. - Ri com o nariz apertando no botão pra desligar a chamada e guardei o meu celular no bolso.

Entrei no contato da minha mãe vendo a foto de perfil, pensei em mandar mensagem, mas eu não consigo, que caralho.

Apertei o celular entre as minhas duas mãos sentindo a minha mente martelar nisso, o foda dessa vida é isso, vagabundo ainda pensa que é o só farra, dinheiro e mulher.

Fechei o whatszaap rapido quando escutei o som de fogos sendo lançados no céu.

Peguei outra arma destravada e coloquei em cima da bancada da cozinha, andei rapido descendo até a parte de baixo da casa onde era um sotão.

Destravei a porta do arsenal me dando a visão de diversar armas, munições e coletes a prova de bala, peguei um deles vestindo no meu corpo e em seguida tirei o radinho do suporte.

- Geral coloca balaclava, só seguir tudo que a gente preparou, atividade caralho.

- Chefe, eles tão subindo pelo mato, tem policial pra caralho, os soldados do Andrade tão chegando agora pelo mato tambem, alguns pela principal. - Suspirei reconhecendo a voz do Fabinho e apenas concordei pegando tudo o que eu precisava ali. - Eles querem tua cabeça, tu não pode dar bobeira.

- Relaxa, só mete bala nesses filhas da puta, vão arrumar nada.

Vesti a balaclava tampando o meu rosto todo, deixando apenas os meus olhos aparentes.

Saí pelos fundos da minha casa vendo algum dos meus vapores ali na trocação, corri pras escadas descendo pelo beco e escutei uma voz alta, entrei dentro de uma casinha abandonada vendo o vagabundo com a caveira marcada no braço de costas pra mim.

Sem fazer barulho mirei a arma na cabeça dele encostando o cano gelado no pescoço dele antes de atirar.

Respirei fundo vendo o corpo fardado caído no chão. Subi pra laje da casa escutando a frequencia de tiros aumentar cada vez mais lá fora.

Me abaixei arrumando a arma no suporte na mureta da laje observando o movimento. Vi alguns dos meus caindo mas muito mais da parte deles, a rua com gente morta e caída no chão, parecendo cena de apocalipse.

Na minha mente agora só passa as orações da minha mãe, a visão dela ajoelhada rezando por uma vida melhor, e pedindo pra eu não entrar nessa vida.

Cada salmo que o pastor leu na igreja, os louvores da minha coroa, tudo isso tá passando na minha mente agora.

"Não temas, nem te espantes; porque o Senhor deus é contigo, por onde quer que andares."

Segurei o gatilho apertando quando vi um deles subindo a rua com uma submetralhadora na mão, tem gente pta caralho aqui.

- Chefe, eles tão subindo em muitos, corre da onde tu estiver, tem rato aqui dentro, os caras sabem onde tu tá. - Me apoiei pegando radinho pra responder mas fui interrompido com passos subindo as escadas e tiros dos meu olheiros.

Olhei pra trás vendo um deles caindo no chão e outro correndo na minha direção, me levantei rapido e olhei pro telhado da casa a frente.

Corri fazendo impulso e pulei fazendo com que algumas telhas caíssem com o impacto, continuei correndo na tentativa de achar algum lugar pra me esconder, virei meu corpo rapidamente dando alguns tiros pra trás.

- Acabou pra você Caralho, vou encher a tua cara de bala. - Fechei o semblante escutando os gritos se aproximando.

Ele devolveu os tiros me fazendo ter que pular no telhado mais proximo. Senti meu pé afundar em uma das telhas podres mas conseguir segurar meu corpo, a dor da torção começou a ser presente, não tem como correr.

Me joguei em uma das lajes e desci por um engradado com algumas plantas antes que ele pulasse pro mesmo lugar que eu.

Corri com a arma destravada na mão pelo meio fio e entrei mancando em um dos becos sentindo a minha testa soar por de baixo do tecido preto que cobria o meu rosto.

Pulei o muro mais baixo que vi e entrei no jardim com alguns matinhos e uma cadeira de tomar sol. Andei pela casa pintada na cor amarela procurando algum lugar pra entrar antes que me vissem.

Corri pra porta branca forçando a maçaneta até o trinco quebrar e cair no chão, entrei dentro da casa observando a cozinha e o silêncio lá dentro.

Andei devagar sem fazer barulho com a arma apontada, senti algo no meu pé e me mexi tomando um susto, observei a bola de pelo querendo morder o meu pé e latindo.

- Cala a boca caralho, tem nem tamanho uma porrinha dessa. - Ergui minha cabeça quando senti a presença de alguém no ambiente, observei a morena do dia do baile encostada no batente com um semblante assustado, passei a lingua nos lábios focando em cada canto do corpo coberto apenas por um short colado e um pedaço de pano cobrindo os seios marcados. - Fica parada onde tu tá, e não grita.

- Meu deus, não faz nada comigo, pelo amor de deus eu não fiz nada.

- Eu preciso me esconder aqui, tu tá ligada no que eu sou, não tá?

- Sim, eu sei... - Ela falou nervosa e senti vontade de rir da mão tremendo. Me aproximei dela sentindo a dor ficar mais forte. - Eu faço tudo que tu quiser, só não faz nada comigo.

- Relaxa, vou fazer nada com tu não, preciso que tu me arrume um gelo, ou algum bagulho assim, torçi meu pé e não tá dando nem pra ficar de pé. - Me apoiei na outra perna e ela me olhou com os olhinhos grandes concordando. - Me ajuda a ir até algum quarto no fundo da casa. - Ela se aproximou devagar mas ainda manteu uma certa distancia de mim, medrosa pra caralho. - Vem pô, eu não mordo não, me ajuda logo.

Me apoiei no corpo pequeno que me deu sustentação até um quarto pequeno com uma cama de solteiro e uma comoda com produto pra caralho em cima.

- Tranca as portas e se alguém entrar, tu vai se fazer de desentendida, eu nunca estive aqui, entendeu? - Ela concordou com a cabeça deixando um silêncio no ambiente. - Responde porra, ta surda?

- Eu entendi, não vou falar nada, fica calmo.

- Pega o gelo pra mim, essa porra ta doendo. - Levantei a calça passando a mão em cima de um cortezinho em cima de um roxo, fudi com tudo, que merda.

Ela voltou com alguns gelos dentro de um pano branco, apontei pro local e ela se aproximou colocando o pano em cima do lugar me fazendo soltar um suspiro de dor.

.

𝗢 𝗿𝗲𝘀𝘁𝗮𝗻𝘁𝗲 𝗱𝗮 𝗵𝗶𝘀𝘁𝗼𝗿𝗶𝗮 𝗲𝘀𝘁𝗮 𝗱𝗶𝘀𝗽𝗼𝗻𝗶𝘃𝗲𝗹 𝗻𝗮 𝗗𝗿𝗲𝗮𝗺𝗲! 💗

Meu Talismã - MORRO (degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora