home, friends and wine

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Mick SchumacherGenebra, Suíça

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Mick Schumacher
Genebra, Suíça

Ajusto o volume do rádio enquanto dirijo pelas ruas do centro da cidade. Assisto o pôr do sol, cantarolando vez ou outra e batendo meus dedos contra o volante no ritmo de algumas das músicas que ecoam dentro do carro.

Eu olho de relance para o banco do carona e entro em alerta quando só enxergo o borrão da bolsa azul bebê.

─ Você…

─… pegou o presente? Sim, está no banco de trás.

Eu olho pelo retrovisor enxergando-o nos bancos de trás, e logo após Mina desvia seus olhos do celular para me lançar suas sobrancelhas arqueadas na minha direção com deboche.

─ Se dependesse de você chegaríamos com as mãos vazias. Aliás, acho que você ainda estaria correndo no meio do mato se eu não tivesse ligado para você e pedido para vir pra casa.

Minha irmã se ajeita no banco decidindo jogar sua bolsa para trás onde as duas sacolas de grifes estão. Eu reviro os olhos para seu exagero e dou risada.

─ Acha que ela vai gostar?

Mantenho meus olhos na estrada enquanto conversamos.

─ Lauren? Eu tenho quase certeza que ela não dará a mínima para os sapatos e os brincos que custaram um rim quando ver você.

Faço careta.

─ O que você quer dizer?

─ Que Lauren é apaixonada demais por você para dar a mínima para isso.

Eu, Lauren, Kai e Mina crescemos juntos. Frequentamos as mesmas escolas, viajamos juntos durante algumas férias de verão e não havia um domingo sequer na nossa infância que não estivéssemos juntos, nadando, andando de kart ou indo em festas quando ficamos mais velhos.

─ Acho que seria o contrário, não?

Brinco e recebo um tapa seu no mesmo instante, não consigo segurar a risada.

─ Eu estou brincando, e pare de exagerar.

Lauren já tinha deixado bastante explícito uma ou duas vezes que estaria de acordo caso algum dia decidíssemos ultrapassar o limite de amigos de infância para um patamar acima. Uma vez quando ainda éramos adolescentes e outra logo após ficar sabendo do meu término com Charlotte.

Eu não podia ignorar aquilo e não ignorava. Eu sempre deixava claro que éramos amigos, não fugir ou lhe dar falsas esperanças, e sim deixar aquilo óbvio. E bem, agora eu sou comprometido, aquilo falava mais que qualquer rejeição.

─ Ela vai gostar. Se fizer uma cara feia dizemos que você escolheu e ela mudará de ideia rapidinho.

Lanço um olhar nada agradável na sua direção com uma das mãos apoiadas na minha testa e a outra no volante.

BITTERSWEET | MICK SCHUMACHEROnde histórias criam vida. Descubra agora