histórias

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Emy's pov:

Chegamos agora na minha casa. Lúcia ainda está aqui, está fazendo o jantar. Vou apresentar ela e Taylor, depois ela pode ir pra casa se quiser. Eu quero ter um momento sozinha com a Tay.

- Oi Lúcia, como está? - pergunto entrando na cozinha, com um sorriso.

- Oi dona Emily, estou bem, e a senhora? - ela pergunta me olhando com um sorriso.

- Estou bem também, mas já disse que não precisa me chamar de senhora e nem de dona, sou jovem ainda. - falo perto da porta da cozinha.

- Eu sei, é só costume, vi que trouxe alguém com você. - ela fala acenando para Taylor que aparece atrás de mim.

- É, Lúcia essa é a Taylor, Taylor essa é a Lúcia, Lúcia é minha empregada, mas já faz parte da família, e Taylor é a minha namorada. - falo em inglês com a Taylor e em português com a Lúcia, já que ela não sabe inglês.

- Sua namorada, que bom, ouvi falar muito bem dessa Taylor Swift. Como eu falo que é um prazer conhecê-la? - ela me pergunta.

- É um prazer te conhecer. - Falo em inglês pra ela, e ela repete para Taylor.

- É um prazer conhecer a senhora também. - Tay fala em inglês e eu falo em português pra Lúcia.

As duas não trocam muitas palavras, mas se dão bem só de olhar pras duas Falo para Lúcia que ela pode ir pra casa se quiser. Ela arruma as coisas dela, se despede de nós e vai pra casa. Eu e Tay jantamos entre algumas conversas e risos. Ela falou sobre os Estados Unidos pra mim com muita alegria, ela estava super animada. Depois vamos lá pro meu quarto, e vamos tomar banho, teve algumas mãos bobas da dona Taylor e nada mais, depois do banho enquanto penteamos o cabelo nós conversamos bastante e falamos sobre várias coisas tocantes, ela me perguntou sobre meus pais, um assunto que eu não queria falar, ainda não é fácil para mim falar sobre meu afastamento da minha família, mas resolvi contar.

- Então, é meio complicado a minha relação com a minha família. Eu não falo muito com eles, só com a minha irmã mais velha, e de vez em quando com a minha prima. Eu não queria falar nada porque é um assunto delicado pra mim ainda, mas eu vou contar, até porque a errada não era eu, e se eu desabafar pode ser mais fácil de eu esquecer e superar tudo isso.
Primeiro, minha família era super homofóbica, meus pais, meus irmãos e praticamente a família toda. Eu me descobri lésbica com 11 anos e eles acidentalmente descobriram quando eu tinha 13. Depois dai eu não recebi a mesma atenção e nem o mesmo cuidado de antes, parecia que eu era outra pessoa. Minha madrasta até me apoiava, e meu pai também, mas eu não morava com eles. Minha irmã mais velha parecia não ligar, mas minha mãe e meu irmão mais velho começaram a me olhar estranho, como se tivesse mudado alguma coisa. E eu não queria mais viver com aqueles olhos apontados pra mim o tempo todo.
Eu me dediquei aos meus estudos, desde o sétimo ano era sempre a melhor, a melhor aluna, a mais inteligente e a mais gentil, era tipo a filha perfeita. Decidi que iria me mudar pra São Paulo quando fizesse 18 anos, o Gael e a Emilly são mais velhos, e eles também já tinham esse plano de se mudar pra São Paulo ou Rio de Janeiro. Então quando eles fizeram 18 anos eles se mudaram, Gael se mudou em agosto e Emilly em Outubro, desde lá eu já dei um jeito de conseguir mais dois trabalhos pra economizar ao máximo pra poder sair do Sul e ter uma condição financeira boa até conseguir um emprego em São Paulo. Eu tinha 3 empregos, era babá a tarde, trabalhava como chefe dos escoteiros nos sábados e trabalhava em uma firma de móveis nos dias de semana. Fiz de tudo pra chegar onde estou, meus pais não me apoiaram sobre a mudança, eu tinha apenas os meus amigos e a minha irmã. Então eu me mudei pra São Paulo e estou aqui até hoje, consegui fazer a minha carreira, sou uma ótima atriz, o povo Brasileiro me adora e eu estou feliz com o que tenho. Agora você entende porque eu estava preocupada sobre a minha carreira, sobre nós, sobre o que teríamos. - eu estava calma, essa história me abalava ainda, mas eu não precisava chorar por fazer a coisa certa por mim. Já a Tay estava quase chorando, tadinha, deve ter ficado muito emocionada, acho que tenho que dar um abraço nela.

- Nossa, meu amor, que história dura, é tão triste, tão tocante, mas é muito bonita e inspiradora. Você diz que eu sou sua inspiração, mas você que é a minha, eu amor, você é uma guerreira, chegou até aqui praticamente sozinha, você deveria ser a inspiração de todo mundo, você é muito forte. - ela fala ainda quase chorando vindo me dar um abraço bem apertado, ela é tão fofa.

- Obrigada, meu amor, estou feliz de ser uma inspiração pra você. - falo ainda no abraço.

Ficamos um tempinho no abraço, é um dos melhores abraços que eu já ganhei, eu e ela parecemos nos encaixar. Ela com seus 1,80 e eu com os meus 1,71, somos duas apaixonadas.

Taylor's pov:

Depois de carinhos trocados, Emys queria pipoca, ela disse que iria fazer pipoca doce. Mas ficou pra mim fazer e ela ficar sentada no balcão balançando as pernas que nem uma criança me observando e conversando comigo. Terminei de fazer e fomos pro quarto de novo. Comemos enquanto falavamos sobre nossas carreiras, ela já sabia várias coisas sobre mim e sobre a minha carreira, mas eu sabia poucas coisas sobre a dela, coisas que ela já havia me contado antes ou que o Gael e Emilly me disseram. A história da carreira dela é linda e inspiradora, mas a da vida é ainda mais, toda essa luta e ainda ser alguém tão forte e risonha.

tay and meOnde histórias criam vida. Descubra agora