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Estava determinado a sair de casa e com aquela chuva, ia necessitar da minha coragem para estragar o meu cabelo perfeito (demoro meia hora para colocá-lo como quero!).

Estes últimos dias têm sido uma correria, o chefe esta constantemente a contactar-me e a pedir-me para que lhe faça os trabalhos sujos que me fazem ganhar a vida. Nem sempre quis fazer parte deste bando de mafiosos, porém o dinheiro escasseava e já não aguentava ver a minha mãe a prostituir-se na rua. Os homens batiam-lhe, as pessoas idiotas roubavam-lhe o dinheiro que ela tinha acabado de ganhar... Ela chegava a casa bêbeda e quem tratava dela era eu... Ela fazia isso para me tentar dar uma vida, ela sacrificava-se para me garantir um futuro. Um futuro que ela nunca teve oportunidade de alcançar.

Quando ela morreu, eu tinha 16 anos, e fazendo bem as contas, foi à 5 ano que isso aconteceu.

Queria manter a casa que tinha, a casa onde aprendi a falar e a andar, onde passei os maus e bons momentos da minha vida, para, pelo menos, ter alguma lembrança da mulher que me criou.

Procurei trabalho durante meses, mas pelos vistos ninguém quer alguém com o meu aspecto. Lá por usar roupa escura e óculos de sol, não quer dizer que sou má pessoa. Depois de várias tentativas, como não consegui um trabalho simples, como padeiro ou mecânico, decidi arriscar e oferecer a minha alma a um vagabundo mesquinho, o Senhor Paul (um grande filho da puta para vos ser sincero), se eu não roubar ele faz-me a vida negra.

Felizmente, ao longo dos anos aprendi a dar-lhe a volta e comecei a abusar um pouco. Já tenho dinheiro suficiente para começar uma vida nova, longe daqui... Contudo tenho medo de ser apanhado.

Já chega de falar sobre mim. Quer dizer... Eu gosto... Bastante... Mas o passado permanece no passado, por isso, este assunto acaba por aqui.

Sai de casa, apertei o casaco até cima e cobri a cabeça com o meu gorro verde (lá se vai o cabelo perfeito...). Olhei para a direita e para a esquerda atravessando a rua, no entanto um (ou uma) idiota quase me atropelava. Se não tivesse corrido estaria numa ambulância. Estas pessoas não sabem ter cuidado? Possui-me por dentro a irresponsabilidade destas pessoas.

Entrei finalmente no restaurante, olhei para todos os lados e sentei-me ao balcão.

"Então Harry..." Eleanor mordia o seu lábio com força.

Desapertei os primeiros quatro botões da camisa, após ter tirado o casaco e inclinei-me para beijar os lábios da minha namorada. Todavia, alguém accionou o sininho da porta de entrada, o que fez a minha curiosidade mover o meu rosto para a entrada.

Uma rapariga com ar de nerd entrou. Tinha virgem escrito na testa, talvez um dia fique com o seu tesouro. Ri-me mentalmente e voltei a dar atenção à fonte do meu prazer.

"Vamos ter festa hoje amor?" Bebi um pouco da bebida no copo vermelho fazendo uma careta.

"Tenho um plano para esta noite. Depois de irmos buscar o que falta à loja da bomba de gasolina, tenho algo que te vai fazer gritar o meu nome bem alto... como tu gostas" Mordi o lábio e levei a mão ao alto que acabara de crescer nas minhas calças.

Acabei de comer a massa e levantei-me, apertei o casaco novamente até cima e olhei para a roupa justa no corpo dela.

"Espero por ti lá fora, sim?" Olhei para os seus olhos azuis e beijei-a mordendo o seu lábio.

Ela assentiu e no momento em que me viro, a rapariga nerd deixa cair os seus óculos, baixei-me para os apanhar e quando olhei para cima, os seus lábios encontravam-se incrivelmente perto dos meus. Tossi forçadamente e dei-lhe os óculos recebendo silêncio como resposta.

Sai finalmente daquele restaurante vendo a mota da minha namorada, montei-a e liguei-a vendo a El sentar-se atrás de mim.

Conduzi para as bombas de gasolina. Coloquei a minha máscara preta e entreguei-lhe a sua, peguei num carrinho de compras e mandei-o contra o vidro, saltei para dentro da loja e comecei a encher o interior do casaco meio aberto. Ri quando a El agitou um sumo gaseificado e o abriu. Coloquei-me debaixo do chafariz feito de sumo e comecei a saltar. Voltei a rir e puxei-a para mim beijando-a.

Encostei as suas costas a uma prateleira e ouvi um homem gritar:

"O que se passa aqui?"

Peguei nela e corri para fora da loja. Na mão do homem velho encontrava-se uma arma bastante potente. Ele fez pontaria para o meu corpo e disparou. Vi a minha namorada saltar do meu colo e salvar-me do tiro.

O seu corpo caiu no chão e a minha respiração acelerou, engoli em seco abraçando-a.

"Foge amor..." Ela agarrava o seu peito encharcado de sangue com bastante força. As lágrimas já rolavam no meu rosto.

"El, tu sabes que sou melhor que isso, não te vou deixar para trás."

Levei-a ate à mota e conduzi para longe. Cheguei a um parque e liguei ao Jake. O meu amigo médico apareceu num instante no seu pijama cinzento.

"Jake tens que a salvar!!! Tu tens que a salvar!!!" As lágrimas saltavam dos meus olhos e as batidas do meu coração aumentavam a cada segundo que passava.

Ele tentou acalmar-me e quando viu que era tempo perdido logo pegou numa pinça e tirou a bala. Fez mais algo e ela sorriu-me. Pediu-me um pouco do pó branco e eu dei-lhe o pequeno saco carregado da droga perigosa.

Ambos contamos até três e ao mesmo tempo inalamos aquilo tudo. Aos poucos comecei a ver tudo a rodar, cheio de cores, ria por tudo e por nada.

Peguei num cigarro acendendo-o. Cantarolava algumas musicas sem sentido enquanto ela se despi-a no meu colo e me beijava o peito. Fechei os olhos com o prazer e agarrei o seu cabelo, o fecho das minhas calças foi desapertado e os meus boxers puxados para baixo. A sua boca avançou para a ponta do meu membro fazendo-me gemer alto o seu nome. Ela riu, talvez por causa do efeito da droga, e chupou-me com força. Ajudei-a a mover a sua boca no meu membro e essa sensação fazia os pelos do meu corpo eriçarem, arqueei as costas agarrando a relva ao meu lado.

Não me lembro de mais nada dessa noite, só sei que no dia a seguir acordei na minha cama, sem roupa e cheio de cigarros à minha volta.

A Matter of secondsOnde histórias criam vida. Descubra agora