O poder das palavras

Capítulo único

O poder das palavras
"A fala"
Um dia estava num pequeno parque próximo a casa de meus avós, e ouvi algo que me marcaria pelo resto da vida, algo que saiu da boca de um belo rapaz para seu irmão mais novo:

- Se pudesse escolher um sentido para se defender em uma briga, qual escolheria Mi?
- A fala.
- Por que? Há tantos outros mais legais.
- Irei te explicar da forma que mamãe me ensinou: se tiver que escolher entre bater e falar, escolha falar Oli, sabe por quê?
- Não.
- As palavras sangram, alegram e enganam, diga a quem te ama que o odeia e ele chorará, mas diga a quem odeia que o ama que ele rirá, da mesma forma que se um sábio disser uma mentira você acreditará mais fácil que um analfabeto falando a verdade, porque um sabe usar as palavras e o outro não.

Nessa hora tive que ir pra casa sem ouvir o resto da explicação, então perguntei ao meu avô, um Marechal aposentado:

- Vovô Bruno, é verdade que palavras são mais poderosas que armas?
- Depende de como você escuta, abelhinha.
- Se eu te disser que pode se machucar, gritando e brigando, como se sentirá?
- Triste e magoada.
- Mas e se eu te disser que é perigoso, calmo e doce?
- Eu ia ficar feliz e com o coração quentinho!
- Aí está sua resposta, um tiro é um tiro independente da intenção, já as palavras mudam de acordo com a entonação. De uma maneira ou de outra eu só queria te proteger, mas a forma como te disse para ter cuidado pode te machucar ou te acalentar.
- Igual a água? O que muda é como usa.
- Exatamente minha pequena guerreira.

Meu avô foi a minha maior inspiração, segundo ele uma princesa deve saber falar com seu povo, e foi assim que a cada palavra fiz meu caminho à presidência usando minha melhor arma: a fala.