onze

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Bang Chan caminhava lentamente de volta para o dormitório, as luzes fracas do campus iluminando seu caminho. O vento frio da noite parecia combinar com o vazio em seu peito. Ele enfiou as mãos nos bolsos do casaco, tentando se proteger do frio, mas era impossível afastar o peso que sentia. Sua mente estava mergulhada nos últimos momentos no parque com Minho, relembrando cada palavra, cada expressão, cada lágrima.

Ao entrar no dormitório, Chan fechou a porta e se encostou nela, soltando um longo suspiro. Sentia-se exausto emocionalmente. Seus olhos estavam pesados, mas ele sabia que dormir estava fora de questão. Precisava de alguém, precisava conversar. Pegou o celular no bolso e, hesitante, procurou o número de Hyunjin. Ele sabia que o amigo sempre o ouvia e que, mesmo sem entender toda a situação, seria um ombro confiável.

Discou o número, esperando enquanto o tom de chamada soava. Após alguns segundos, a voz de Hyunjin atendeu, ligeiramente sonolenta.
— Chan? Tá tudo bem? — perguntou, a preocupação evidente em sua voz.

— Hyunjin... — a voz de Chan estava trêmula, quase quebrada. Ele respirou fundo antes de continuar. — Você pode vir até aqui? Por favor.

Hyunjin não hesitou.
— Claro. Me dá uns minutos e tô aí.

Chan agradeceu baixinho antes de desligar e se jogar na cama. Encostado na cabeceira, deixou os pensamentos tomarem conta novamente. Minho era tudo o que ele queria, mas parecia inalcançável. Enquanto as lágrimas silenciosas começavam a rolar, ele lembrava-se de cada momento que tiveram juntos.

As memórias eram vívidas: a primeira vez que riram de algo bobo, os momentos cúmplices na cozinha, o jeito que Minho franzia o nariz quando estava concentrado. Cada detalhe parecia gravado em sua mente, como se fossem partes de um quebra-cabeça que ele nunca mais completaria.

“Eu poderia ter feito algo diferente?” pensou Chan, com a cabeça baixa. Ele sentia que talvez não tivesse demonstrado o suficiente, que não tivesse conseguido convencer Minho de que ele era digno de amor. Não conseguia tirar da cabeça a dor que viu nos olhos de Minho, a forma como ele carregava um peso que parecia insuportável.

Enquanto esperava, Chan caminhava pelo quarto de um lado para o outro, perdido em seus pensamentos. A conversa com Minho ecoava em sua mente como um disco arranhado. Ele se perguntava se poderia ter feito algo diferente, se deveria ter insistido mais. Mas, no fundo, sabia que não adiantava. Amar alguém não era suficiente quando essa pessoa não conseguia se amar.

Seus pensamentos foram interrompidos por batidas na porta. Ele correu para abrir, encontrando Hyunjin com um olhar preocupado. Sem dizer nada, Chan o puxou para um abraço apertado, escondendo o rosto no ombro do amigo. Hyunjin, mesmo sem saber exatamente o que havia acontecido, retribuiu o abraço com igual intensidade.

Ao entrarem no quarto, Hyunjin conduziu Chan até a cama, onde ambos se sentaram. Chan não hesitou em buscar abrigo nos braços do amigo, deitando a cabeça em suas pernas. Hyunjin começou a acariciar os cabelos de Chan, seus dedos deslizando com delicadeza, tentando transmitir conforto.

— O que aconteceu, Chan? — perguntou Hyunjin, com a voz suave, preocupado ao ver o estado do amigo.

— Ele terminou comigo — respondeu Chan, sua voz embargada pelo choro que ainda teimava em vir.

Hyunjin suspirou, sentindo o coração apertar por ver o amigo tão abalado.
— Sinto muito que esteja passando por isso, Chan. Você não merece sentir tanta dor.

Chan fungou, tentando limpar as lágrimas.
— É difícil aceitar, Hyunjin. Eu achei que tínhamos um futuro juntos... que tudo estava se encaminhando.

— Eu sei como dói, mas, com o tempo, você vai se sentir melhor. Você é forte, Chan. Vai superar isso.

— Eu só queria que a dor acabasse agora — disse Chan, apertando mais o abraço ao redor de Hyunjin.

Ily - minchanOnde histórias criam vida. Descubra agora