Ignite

Beggin'

Foi então que nos sentamos e começamos a trabalhar, conforme as horas passavam, eu e S/N estávamos imersos na edição daquele mangá. S/N sempre simpática e prestativa, me ajudava no que ela conseguia ajudar. Após longas horas de trabalho árduo, nós conseguimos terminar a edição daquele mangá.  Levantei minha cabeça e a sala estava vazia, só estávamos eu e S/N. Me levantei e fui até a mesa de S/N, e pude perceber que ela estava dormindo. Tirei uma mecha de seu cabelo do seu rosto e lá estava ela dormindo pacificamente, sorri, não podia deixá-la dormindo no escritório. Então me abaixei, coloquei a mão delicadamente em seu ombro

— S/N...— A chamei — S/N...— A chamei novamente

S/N abriu os olhos lentamente, após focar sua visão, ela pulou de sobressalto da cadeira

—Desculpa...— S/N falou e abaixou a cabeça

—Eu que deveria te pedir desculpas. Eu deveria ter te mandado para casa a horas...— Falei sorrindo um pouco com a situação

— Eu já falei que eu ficaria até nós dois terminamos com a edição...— S/N falou

—Então já podemos ir, porque eu acabei de terminar...— Falei e S/N olhou para a minha mesa

—Você pode ir indo, chefe...— S/N falou

—Eu te levo para casa...— Falei e S/N negou

—Eu pego um metro...— S/N falou

—Não, eu te levo. E isso é uma ordem...— Falei

—Mas...—S/N tentou retrucar, porém sem argumentos

—Sem mas, vamos... Fico te devendo uma bebida. Hoje nós dois trabalhamos muito...E merecemos—  Falei

S/N apenas concordou e nós dois estávamos novamente sozinhos.

—Aquela bebida pode ser hoje? — S/N perguntou após um longo silêncio

—Pode...— Concordei

—Mas você está dirigindo...— S/N falou

—É só uma bebida, não é como se nós dois fossemos beber até cair...—Falei,  ledo engano...

Após alguns muitos copos de bebida, eu e S/N conversávamos abertamente sobre nossas vidas até que chegou um assunto delicado: Relacionamentos

—S/N, você já namorou? Pelo amor de deus não entenda isso com assédio...— Falei levantando as mãos em sinal de rendição

—Não, capaz! Somos apenas um homem e uma mulher tentando conversar abertamente, nunca te denunciaria por assédio. Apesar de que eu acho que já falei isso. Bom, toda a garota já deve ter tido alguma decisão ruim sobre relacionamentos, e eu sou apenas mais uma para estatística...— S/N falou olhando para o copo de cerveja em sua mesa

—Término ruim?— Perguntei

—Talvez, você nem lembre do que eu vou te contar agora, mas foi um pouco pior que isso. Eu saí de um relacionamento tóxico, o cara nem valia tanto a pena assim, mas é porque eu me apaixonei. Sabe? E eu também era muito mais nova... enfim. Muitas coisas influenciaram para que eu fosse aquele tipo de menina fácil para os caras idiotas....— S/N falou e tomou todo o copo em um gole só

—Mas faz tempo que vocês terminaram? — Perguntei e S/N me olhou

—Faz, acho que uns 6 meses...— S/N falou pegando a garrafa e enchendo novamente seu copo

— E você acha 6 meses muito?— Perguntei após ouvir a resposta de S/N

—Acho, ele já está até com outra trouxa... — S/N falou e tomou um gole de sua cerveja — E você, tão curioso sobre a minha vida amorosa, você namora, namorou ou algo do tipo?—S/N perguntou e se virou para mim, nós estávamos na bancada de um bar que eu sempre ia beber sozinho, o dono já me conhecia

—Sabe, eu sempre achei perda de tempo me relacionar, sempre tive nada além de uma noite só. Meus amigos até acharam que eu era homosexual uma época. E se eu fosse também não teria problema, mas só que sei lá...— Falei rodeando meu dedo na borda do copo

— Você nunca encontrou ninguém que ultrapassasse sua barreira de sentimentos? — S/N perguntou arqueando uma sobrancelha

—Mais ou menos isso, as mulheres com quem já me relacionei sempre eram tão... superficiais. Sei lá, não dava vontade de prosseguir com aquilo, meus pais são super tradicionais e adorariam que eu me casasse logo, mas eu não vejo como isso pode ser possível agora. — Falei e tomei todo o copo

—Entendo...MEU DEUS. Olha a hora...— S/N falou quando olhou para o seu celular

—Eu te levo em casa...— Falei e peguei a chaves do carro

—Não! Eu vou chamar um táxi para nós dois eu te largo em casa e depois eu vou para minha— S/N falou

— Não, eu prometi te deixar em casa... E eu vou te deixar em casa. — Falei me levantando e quase caindo no chão. — Viu só? Eu to bem...— Falei um pouco tonto

— Ta ótimo para ir para casa de táxi. Vamos, eu te ajudo. — S/N falou me oferecendo sua mão para que eu me apoiasse nela

—Não! Eu consigo caminhar sozinho... Você nem parece que bebeu tanto como eu. — Falei e ri

—Digamos que eu já estou acostumada a beber em certas quantidades... Mas vamos, me fale o endereço da sua casa...— S/N falou enquanto pagava pelas bebidas

— EU VOU TE....— Falei apontando o dedo para S/N

—Shhh! Eu entendi, então beleza. Vamos para minha casa...— S/N falou e não demorou para um táxi aparecer, minha visão estava turva e o mundo girava. Droga, porque eu bebi tanto...

Chegamos ao prédio onde S/N morava e o taxista perguntou qual seria o meu endereço, mas minha cabeça estava girando tanto que eu não conseguia nem responder. S/N disse que eu desceria com ela e o taxista olhou S/N de um jeito reprovável. Então, nós descemos do táxi e entramos no elevador

—Obrigado!— Falei me encostando na parede do elevador enquanto S/N procurava sua chave dentro da bolsa

—Você é meu chefe...— S/N falou e apertou o andar onde ela morava

— Você é profissional assim? Ou está só sendo difícil? — Perguntei, as palavras só saiam da minha boca

—Eu prefiro não ter esse tipo de conversa com você bêbado. Então, se lembrar de algo amanhã, refaça a pergunta. Te darei a resposta...—S/N falou e a porta do elevador se abriu

Caminhamos mais um pouco até chegar na porta do apartamento de S/N. A porta abriu e eu adentrei, o apartamento era simples, pequeno. Longe do trabalho.

—Bem vindo ao meu lar...— S/N falou e tirou os sapatos— Deixa que eu tiro os seus...— S/N falou

—Não, não. Eu ainda consigo tirar meus sapatos...— Falei a afastando

— Ok...— S/N levantou as duas mãos