Capítulo 5

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Após uma reunião promissora, e algumas cervejas, eles retornaram ao quarto conversando sobre a expectativa de fechar o negócio. Ao entrarem, Edu percebe Othon pensativo demais.

_ O que tanto pensa Othon?

_ Você já quis muito uma coisa, e ao mesmo tempo não quis?

_ Como assim?

_ Você já desejou algo que não deveria sequer pensar?

_ Tá falando de que homem? Não estou entendendo.

_ Edu, eu sempre peguei um monte de mulher, inclusive sou casado com uma, tá certo que a Amanda se tornou a minha melhor amiga e apenas desfrutamos da companhia um do outro, mas e se eu quisesse saber como é estar com outro cara? Sei que você é preconceituoso, mas também é meu amigo, e não vai ser muito babaca comigo. Disse Othon rindo de nervoso.

_ Se você tá querendo alguém pra te comer eu posso fazer esse sacrifício, sua bunda é bem redondinha, respondeu Edu com deboche.

_ Cara, essas brincadeiras, são mesmo brincadeiras? Nós fazemos isso na frente das pessoas sem constrangimento algum. No começo eu achei estranho você todo machão indo na onda, mas agora é natural, você gosta e acha graça já me disse isso. Me arrepiei inteiro quando você sussurrou no meu ouvido no carro, enquanto apertava minha mão no seu pau. Me fala Edu, é brincadeira mesmo? Perguntou sério.

_ Oth...

_ Oth? Você quase não me chama assim,e...

_ Cala boca porra, deixa eu falar. Disse Edu bagunçado os cabelos.

_ Oth, no começo foi estranho todo esse seu lado fresco, mas depois ficou tão natural, que eu comecei a colocar pilha no meio das outras pessoas. Eu fiquei cabreiro a primeira vez que você passou o braço no meu dentro do Uber, lembra, que eu te chamei de amor e você me chamou de bem? Então, ali eu me arrepiei inteiro, mas você não percebeu pela camisa de manga comprida. Ali pensei que era o ar do cara que estava ligado e não dei bola, mas o arrepio veio outras vezes. Não tinha percebido, mas comecei a me sentir fodão quando você fazia uma cena de ciúmes, e fiquei sem graça hoje, porque colocando sua mão no meu pau, eu fiquei excitado. De onde vim, pela criação que tive, isso não tá certo. Então sim, eu entendo quando diz que está desejando algo que não devia nem pensar. Não sei quando começou, mas sei que sinto também.

Othon naquele momento estava tão surpreso que não sabia o que falar, seu amigo não estava bêbado, talvez corajoso, mesmo assim ele não sabia como reagir.

_ Edu, o que fazemos agora?

_ Oth, eu não sei. Aquelas cervejas me deixaram corajoso para falar, não para agir. Na minha cabeça não tá certo, mas meu corpo diz que tá. Entende?

_ Sim Edu, eu te entendo. Posso me sentar do seu lado?

_ Pode! Respondeu Edu tenso.

Olhando para o amigo, Othon colocou uma mão em seu ombro dando um leve aperto, depois repousou sua cabeça no lugar.

_ Não tenho o direito e acho que nem coragem de te pedir nada, disse Othon sentindo o corpo de Edu relaxando.

_ Pensei que o contato contínuo ia ser estranho, Disse Edu rindo.

_ Estou achando muito interessante, Othon responde sorrindo.

_ Oth, eu quero te beijar.

Othon nesse momento sente seu corpo se assemelhar a uma rocha: imóvel, rígido e gelado.

_ Oth, estou falando sério. Uma vez, quero saber como é.

_ Edu, e se você se arrepender?

_ Aí foda-se eu! Mas você também pode se arrepender.

Othon levantou a cabeça, e olhando para Edu teve a certeza que ele falava sério.

Eles se aproximaram devagar e selaram os lábios de olhos fechados. A princípio a barba de ambos provocou uma sensação incômoda, até que Edu tomou a iniciativa e mordiscou o lábio inferior de Othon, o levando a dar passagem para sua língua.

Era um beijo bruto e ao mesmo tempo suave, muito diferente das bocas femininas, pois havia uma aspereza natural ali.

Suas línguas se digladiaram buscando sentir o gosto um do outro, e puro prazer tomou conta do corpo de ambos.

Foi uma entrega mútua, sem medos, sem preocupações, apenas curtindo o momento.

Quando separam os lábios e se olharam, houve reconhecimento através de sorrisos de canto de boca, ambos sabiam que queriam mais, e estavam satisfeitos com isso.

O segundo beijo foi mais urgente, com mãos fortes e pesadas explorando braços, pernas, tórax, cabelos sendo puxados, lambidas e mordiscadas descendo pelo pescoço, e voltando aos beijos estalados e eróticos.

Quando os pulmões imploravam por ar, se separaram ofegantes e se conectaram pelo olhar.

Palavras não cabiam naquele momento, até porque nenhum deles sabia o que falar, apenas sentir toda aquela confusão em que se encontravam. Já era madrugada quando decidiram se deitar, e como esperado, dormiram juntos, em meio a seus corações batendo freneticamente.

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