Clima tempestuoso, felicidade duradoura

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- UM ANO DEPOIS -

Um forte vento parecia balançar a mansão 242. Uma chuva estava prevista para aquela noite, mas parecia uma verdadeira tempestade. Em plena madrugada, com o relógio marcando 2:00H, a suíte principal da casa se iluminava com os fortes relâmpagos lá fora. Em certo momento o temporal parecia ter ficado mais brando, até que um forte estrondo fez com que Luísa despertasse de seu sono, barulho que foi seguido por uma chuva torrencial. Em um susto ela acordou, e automaticamente passou a mão no espaço vazio da cama ao seu lado, no qual esperava encontrar seu marido. Ainda meio dormindo, ela passava os olhos pelo quarto todo, tentando encontrar Otto. Prestando mais atenção, ela percebeu que nem seu roupão estava pendurado no cabide ao lado, então deduziu que ele só poderia estar em um lugar.
Também colocou um casaco, já que o tempo virou do dia para a noite e a temperatura caiu significativamente.

Ao ir até o corredor, ela teve a certeza de que ele não estava muito longe. Nem precisou abrir a porta do quarto da filha para confirmar, pois já estava aberta. Luísa suspirou ao ver a cena, Otto conversando com a filha, que estava em seu colo, e ele tinha um tom de voz doce, totalmente paternal e carinhoso. O coração da mulher se encheu de amor.  Sentindo a presença da esposa, Otto se virou e a encontrou admirando-os.
- Ouvi ela resmungando pela babá eletrônica e vim aqui, antes que ela chorasse, pra evitar te acordar. - Ele diz.
- Deveria ter me acordado. - Luísa se aproxima dos dois, e com cuidado toma a filha dos braços do pai.
A chuva continuava forte e um trovão assusta a pequena, que acabara de completar seus 8 meses. Ela chora copiosamente.
- Calma, Aurora... está tudo bem, filha. - Dizia Luísa, caminhando com a pequena pelo quarto, tentando distraí-la de alguma forma. - Nesses momentos eu sinto tanta falta da Poliana... Quer dizer, eu sempre sinto falta dela, claro. Mas era mágica a forma como ela conseguia acalmar a Aurora cantando por segundos.
Otto concorda. Ambos sentiam muita saudades da jovem, que havia se mudado para outro estado, para tentar encontrar sua vocação, conhecer e ver mais pessoas, e etc. Foi isso que ela disse, mas não foi suficiente para convencer Otto e Luísa, que sofreram muito com a partida dela. Mas entendiam que a mesma havia crescido, e precisava se virar.
Depois de darem umas vinte voltas ao redor do quarto, intercalando quem levava a bebê, ela finalmente pega no sono. Otto é quem estava com ela nos braços, e devagar a coloca no berço, para que não desperte.
- Ufa... - Ele expressa. - Nossa menina é extremamente resistente, parece alguém que eu conheço. - Sentando-se ao lado da mulher em um pequeno sofá ao lado do berço, ele brinca.
- Ah, sim... parece o pai. - Luísa responde achando graça, com a cabeça apoiada no ombro de Otto e os olhos fechados, estava com bastante sono.
Eles riem fraco.

- Sabe o que eu tava pensando, amor? - ela diz, quase adormecendo.
- O que?
- Quase não tivemos isso. Eu quase fiz com que não tivéssemos.
Otto não diz nada, apenas ouve.
- Todas as minhas dúvidas e meus medos... que agora parecem ridículos. Mas eu tinha tanto medo dos julgamentos, de não darmos certo, sendo que a única pessoa que achava isso era eu mesma. Tinha tantas coisas que eu queria te dizer, mas preferi guardar. Eu me afastava, evitava pensar em você, por mais que fosse difícil, parecia que quanto mais eu tentava esquecer, mais eu lembrava.
E agora, olhando pra nós, pra tudo que construímos... Eu sou extremamente grata por ter nos dado essa chance. Eu nunca fui tão feliz quanto estou sendo agora. Obrigada por ser o amor pra minha vida. - Termina de confessar.
Otto não esperava essa declaração repentina, então fica em silêncio por alguns segundos, sem saber muito o que dizer.
- Você não sabe o quanto me faz feliz te ouvir dizer isso. Antes de ficarmos juntos eu pensei que nunca iria, então nunca vou me cansar de ouvir.
- E eu nunca vou me cansar de dizer.
Eles se olham e trocam sorrisos que falam mais do que mil palavras.

Ela agora levanta do sofá, e vai até onde a filha dormia, apenas para admirá-la. Ele vai até a esposa e a abraça por trás, beijando sua cabeça.
- É uma honra ser o amor pra sua vida. - Otto diz, fazendo Luísa abrir um sorriso largo.
Ela segura seu rosto e o beija, leve e apaixonadamente. O homem abraça sua cintura, trazendo-a para mais perto de si.

De fato, cada dia que passava eles pareciam se apaixonar mais um pouco pelo outro. Aurora tinha sorte por ter nascido de um amor tão bonito e que cada vez ficava mais forte. Ela deveria saber disso, pois adorava ver os pais juntos, em todos os momentos que os três passavam juntos (tirando os que ela os acordava em plena madrugada), a criança tinha um grande sorriso no rostinho, e dava gargalhadas por qualquer coisa. Se ela os visse nesse momento, provavelmente iria gargalhar de felicidade também.

O casal fica assim por alguns minutos, até que novamente uma forte luz seguida por um trovão se faz presente e Aurora se mexe no berço, ato que faz com que Otto e Luísa se separem e fiquem imóveis, torcendo para que a pequena não acorde. Alguns segundos se passam e ela segue como estava, então eles suspiram de alívio com o alarme falso.
- É melhor irmos deitar agora, já são quase quatro da manhã. - afirma ele.
- Certo, mas se você ouvir ela chorar, me chama também. Entendeu?
- Sim, senhora.
Eles acham graça e vão abraçados de lado até o quarto, na expectativa de ter um resto de noite tranquila.

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⏰ Última atualização: Aug 23, 2023 ⏰

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