Toque nas estrelas

Capítulo 16: Ato 2: Desejos Espiral Fora de Nosso Controle

"Honrado padre. Este plano leva muito mais tempo do que --"

"As coisas estão progredindo muito mais rápido do que o planejado. Ele é um alvo fácil de balançar. Acredito que já podemos dar o próximo passo desse plano."

"Se você disser isso, Jung Hwa-nim, nós o seguiremos."

Buzinas de carros e barulhos de trem permeavam o ar noturno. Ainda havia um pedaço de escuridão no esplendor brilhante da Lua. Onde a face prateada da lua já foi uma crescente, a luz proliferou a face da Lua a ponto de apenas a escuridão ser agora uma crescente lamentável.

Liam se estilingue pela atmosfera, sentindo as rajadas frias de vento em seu rosto. Estava frio. Com a velocidade em que viajava, o vento escorregava pela gola de sua jaqueta e camisa, enfiando o dedo sobre seu peito e estômago com a intimidade silenciosa de um amante matinal.

Fluindo pelo ar com a postura de uma criatura aviária, Liam caiu através de um portão de urdidura que se lançou para o céu mais uma vez. Seu corpo estava enrolado, joelhos enfiados em seu peito e suas costas caídas para frente para se tornar o mais pequeno e compacto possível. Sua figura assobiou pelo ar antes que Liam despencasse e jogasse outro portão de urdidura. Ele pousou no telhado de um prédio de vidro, Liam tinha a suspeita de que este era algum tipo de edifício de negócios se o logotipo estampado na lateral do prédio fosse algo para passar.

Seu caminho havia se desviado de sua rota normal de patrulha, Liam não sabia muito bem o que o levou até aqui, mas ele não estava reclamando. Ele queria tirar sua mente das coisas, e as acrobacias aéreas estavam fazendo maravilhas para o escapismo da bobina mortal de seus pensamentos.

Cuidado. Suspeita. Alarme. Fúria. Ira.

Liam rodopiou, desenhando seu tachi no mesmo fôlego. No instante seguinte, a pálida figura de cristal atrás dele teve a cabeça arrancada.

"Você sabe", Liam sibilou. "Está ficando muito chato quantas vezes você aparece e me incomoda."

Uma cisão se fez conhecida no tecido da realidade e Liam ficou tenso, reconhecendo a porta de entrada para o Reino dos Espelhos. As fraturas de cristal flutuavam e se deslocavam, diluindo e redirecionando o caminho da luz para formar uma imagem distorcida da forma de um cristal cortado. O som do estilhaçamento claro e nítido do vidro permeava o ar, e Liam observava uma legião inumerável de pseudo-deuses erguendo-se com o ar pomposo da aristocracia olhando para os empobrecidos.

Havia uma raiva quente que explodiu no peito de Liam, e ele foi bombardeado com o desejo violento de destruir essas entidades. Os grilhões metafóricos de Urânia se ergueram enquanto seu poder rugia em um máximo histórico.

Como se o poder da Pedra do Espaço fosse o chamado de uma sereia, os fantoches frios desceram sobre ele como um enxame de mariposas prateadas com vestes esvoaçantes. Liam amaldiçoou, duas mãos segurando o punho de seu tachi e segurando a lâmina perto de sua bochecha. Ele puxou os braços para trás, observando como o espaço ao seu redor se afunilava e empurrava três pseudo-deuses para frente.

Ele mergulhou, um impulso de lâmina que se clivou limpamente através das três cabeças antes que a força resultante por trás da manipulação do espaço pulverizasse completamente seus crânios.

O vento passou por sua orelha, e Liam amaldiçoou como uma figura de cristal conseguiu ficar atrás dele e outro à sua frente. Ambos avançaram, zerando-se na reencarnação como espectros atrevidos. O vaso de Urânia saltou, torcendo seu corpo de modo que sua lâmina cortasse o corpo daquele que estava atrás dele. Ele ainda foi arrastado pelo ímpeto da torção horizontal no ar, e deixou sua lâmina desenhar o caminho circular para se desprender da cabeça da próxima.