CAPÍTULO I

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Conforme os dois irmãos caminhavam pelo corredor largo da escola os alunos se afastavam deles se encolhendo para perto dos armários lhe lançando olhares de nojo, medo ou raiva. Eles eram criaturas peculiares, apesar de serem gêmeos não tinham muitas características em comum enquanto a garota era baixinha com a pele mais escura, cabelos compridos presos em longas tranças em formato de forca, o garoto era alto com pele pálida e cabelos curtos, eram tão diferentes fisicamente falando, mas também tinham suas semelhanças os olhos de ambos eram escuros e transmitiam um vazio e apatia perturbadores para quem olhasse por muito tempo, suas feições nunca demonstrando sentimento apenas um "nada", suas posturas perfeitas, o caminhar elegante e sincronizado deixava as pessoas atordoadas, suas roupas sempre pretas e elegantes, os saltos em seus pés... tudo era perturbador no mesmo nível que era encantador de se ver.
    O garoto se aproxima de um dos armários da escola, resmungos e gritos abafados podiam ser ouvidos de dentro dele, erguendo a mão até a fechadura ele destrava e abre a porta e lá dentro um garoto baixinho com cabelos e olhos escuros semelhantes a dos irmãos estava em pé, amarrado por uma corda vermelha com uma maçã na boca, sem equilíbrio ele vai de costas no chão olhando para os irmãos.
A garota se agacha ao lado dele e retira a maçã de sua boca.

  — Wandinha... Antony... - o garoto choramingou olhando para seus irmãos mais velhos.

  — Queremos nomes  - exibiu Wandinha com a voz gelada enquanto rolava a maçã na mão.

  — Eu... Eu não sei, foi muito rápido não vi quem eram - diz com o rosto perturbado e envergonhado.

  — Pugsley... emoções são sinais de fraqueza... recomponha-se  - o garoto que atendia como Antony Addams falou com a voz tão gelada quando a de sua gêmea.

    Quando Wandinha desamarrava seu irmãos mais novo ela pegou em suas mãos e sua cabeça foi jogada para trás com força, suas pupilas se dilataram e as imagens das pessoas que fizeram aquilo com seu irmão passagem em sua cabeça como um filme. Antony fica observando a irmã já ciente das visões estranhas que ela andava tendo, afinal raramente conseguiam esconder algo um do outro, provavelmente era alguma ligação estranha de gêmeo. Além disso, já avia presenciado ela sendo atormentada por elas algumas vezes, sua gêmea descreveu a sensação como uma terapia de eletrochoque, porém sem a sensação satisfatória de queimação no final, assim que as visões acabaram ela se endireita direcionando o olhar para o mais novo no chão que olhava com uma cara esquisita.

  — Você tá bem? - perguntou Pugsley se sentado no chão.

  — Perfeitamente - diz se levantando - vamos resolver esta situação infeliz - diz se afastando do irmão mais novo.

   — Esperem, o que vão fazer? - perguntou curioso.

  — O que fazemos de melhor - informou Antony.

    Na piscina da escola vários alunos do time masculino de natação estavam treinando nado apostando corridas custas e marcando o tempo.
    Os irmãos subiram as escada que davam para o clube com as mãos nas costas e caminharam até a borda da piscina observando aqueles adolescentes que em suas humildes opiniões eram medíocres.

  — Ai olha só, são os irmãos do porquinho - um dos garotos dentro da piscina falou com um sorriso zombador.

  — Ei seus esquisitos, este treino é fechado apenas membros do clube podem ficar - diz um com o nariz empinado e sorriso arrogante.

    Antony fixou seu olhar entediado em cada um deles.

  — Os únicos que podem maltratar e torturar...

  — ...nosso casula somos nós.

    Ambos tiraram as mãos das costas ao mesmo tempo revelando o que seguravam, eram sacolas plásticas cheiras de água e dentro delas pirralhas com dentes afiados rodavam em círculos desesperadas para morder alguma carne fresca. Os garotos olharam assustados para os irmãos e rapidamente começaram a nadar para fora da piscina, porém ela era muito larga e eles estavam bem no meio dela. Antony e Wandinha soltaram o saco ao mesmo tempo, as piranhas nadaram para fora deles sem nenhuma dificuldade e assim que sentiram o cheiro de carne na água nadaram em um cardume consideravelmente grande até os garotos, alguns deles que estavam mais perto da borda saíram ilesos, já dos outros... os gritos deles ecoavam pelo ambiente e sangue começou a se separar na piscina, as piranhas mordiam suas canelas e braços arrancando fileiras de carne deles.
    E enquanto eles se debatiam e nadavam desesperados os irmãos observavam com as mãos nas costas e sorrisos largos e desconfortáveis de se ver no rosto, completamente satisfeitos com o desenrolar da cena na frente deles.

The immensity of your eyes - Jasper Hale Onde histórias criam vida. Descubra agora