Sexta-feita, 13.
Sobrevivi mais um mês, estava muito grato pelas forças superiores ou Deus (chamem do que quiser) me proporcionar isto. Nesse mês me aproximei mais de Jin, todas as sextas eu tentava fazer com que ela se lembrasse das notas, também contamos sobre nossas vidas e as vezes ela pedia que eu tocasse mas isso só acontecia quando Sunbaenim não estava por perto. Ninguém podia chegar perto dela era uma ordem estrita. Talvez ele tivesse medo que a fizessem mal e devido sua deficiência ela não pudesse se defender.
Então estávamos lá em mais uma sexta juntos, dessa vez fugimos da aula, eu segurava sua mão mas aquela não era a primeira vez. Soltei com calma e pedi para ela esperar enquanto checava se estava tudo "limpo" a chamei com um gesto mas ela não se manifestou, aish seu burro, ela não pode ver! me repreendi mentalmente, voltei para perto de Jin e segurei sua mão, então caminhamos lentamente até o banco. Nos sentamos, sem palavras, ma com um silêncio confortável pairando sobre nós, depois de algum tempo guio suas mãos ao meu rosto, ela começa a tatear com as pontas dos dedos, fecho os olhos e sorrio.
— Você é bonito — ela sussurra.
—Você acha? — permaneço de olhos fechados sorrindo, ergo as mãos e imito ela — Você é muito bonita...
—Obrigada — abro os olhos e vejo um sorriso tímido percorrer pelos seus lábios, ela continua com suas mãos em meu rosto desço uma delas para cima do meu coração, que naquele momento bate descompassadamente.
—Isso é o que eu sinto quando estou com você, Jin.
— Minseok...
Tudo a seguir acontece bem rápido, minha cabeça gira e a dor em meu coração é esmagadora, deixo de ouvir o que Jin está falando e os sons a minha volta ficam cada vez mais distante tento alcançar meu pequeno frasco, mas em questão de segundos sou puxado pelos dois seguranças da casa. Me debato contra eles e começo a gritar, estou quase sem forças, tento me jogar para frente mas meu corpo está cansado demais para lutar.
Um apagão.
xxx
Sexta-feira, 30.
Posso ouvir bem distante o sons de alguns aparelhos, subitamente o som vai ficando cada vez mais próximo, minha cabeça ainda dói um pouco abro os olhos devagar e pisco várias vezes por conta da visão turva que se estabelece aos poucos "aonde eu estou?" é a primeira coisa que se passa pela minha cabeça ao ver uma luz branca sobre mim, minha respiração está falha mas consigo me movimentar bem, ergo um braço e vejo tubos conectados no mesmo até o dedo indicador.
Hospital.
Uma enfermeira entra no quarto segundo depois talvez para checar meu quadro, pois quando eu sorrio e aceno, ela sai correndo para fora com um grande sorriso. Em seguida um médico baixinho e grisalho entra com uma prancheta que deve ter toda a minha situação em questão de saúde ali, comprimo os lábios já esperando o pior, ele se aproxima.
— Minseok, que susto nos deu em rapaz? — ele brinca com um sorriso sem humor.
— Desculpe, doutor — digo e minha voz sai mais fraca do que eu esperava, ele apenas acena.
— Você precisa se mantido em observação e repouso severo! Não sabemos quando será o próximo recaída do seu sistema imunológico, e nem se suas pílulas vão continuar tendo efeito — ele faz pequenas observações na prancheta das quais eu não faço ideia.
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