28

184 12 0
                                    

❛ ANY GABRIELLY ❜

Por sorte, tudo o que eu tive foi uma torção no tornozelo. Teria que usar uma bota ortopédica por algumas semanas e se já estava sentindo que precisava dos cuidados das pessoas, agora aquilo iria se acentuar. Ao chegar em casa, Noah subiu as escadas comigo no colo e nós fomos para o meu quarto. Ele me deixou na cama e se esquivou sobre mim ao ajeitar os travesseiros no encosto.

Respirei fundo e fechei os olhos quando o seu perfume me atingiu. Tornei a abri-los quando o calor do seu corpo se afastou. Ele me olhava com atenção e cuidado de uma maneira especial, como nunca fui olhada antes.

— Vai ser um saco ter que me carregar todos os dias, não é? — perguntei.

— De jeito nenhum. — sorriu fraco e logo depois sentou ao meu lado e segurou a minha mão. — Quer falar sobre isso?

— Eu estava irritada e acabei não tomando cuidado, só isso. — amenizei.

— Any, eu ouvi a ligação. — disse em um tom sério.

Aquilo me deixou nervosa e envergonhada de certo modo. É claro que não era culpa minha, mas se tratava de algo delicado demais da minha vida e eu realmente não queria que ele tivesse ouvido.

— Foi só um idiota tentando mexer com a minha cabeça. Ele me deu mais uma pauta para a minha próxima sessão de terapia. — tentei brincar, mas Noah não esboçou nenhum sorriso.

— Não vou deixar que nada aconteça com você. — avisou.

— Eu sei. — abri um sorriso triste. — Só não se machuque no processo. Promete?

— Prometo. — assentiu, ergueu a minha mão e depositou um beijo. — Do que precisa agora?

Olhei para a roupa de balé que ainda usava e lembrei de que o suor seco deixou a minha pele grudando.

— Um banho. — ri.

— Eu vou adorar ajudar. — riu também.

— Engraçadinho, eu só preciso que me deixe no banheiro. Faço o resto sozinha.

— Tem certeza? Uma só ida ao hospital é o suficiente por hoje, concorda? Todo cuidado é pouco.

— Acho que eu consigo me apoiar em um pé só enquanto me esfrego. — fui irônica.

— Acabou com a minha noite. — fez bico.

Dei risada e baguncei o seu cabelo. Ele me ajudou a sair da cama e eu me segurei em seus ombros. Eu poderia ir até o banheiro apoiada nele, mas Noah preferiu me erguer em seu colo de novo e eu realmente não queria reclamar disso.

Não foi difícil tomar banho sozinha, mas eu teria que sair e me vestir, o que deveria ser mais complicado do que tirar a roupa. Apesar disso, eu neguei qualquer ajuda mesmo que Noah tivesse começado a falar sério sobre isso. Vesti um pijama que era um conjunto de short vermelho com estampa xadrez e uma blusa de alças preta com os dizeres "off-line" em branco. Assim que saí do closet apoiando-me nas paredes o vi me esperando do lado de fora e ele olhou direto para os meus seios.

— Pijama interessante. — falou se referindo à brincadeira da estampa.

— Foi por isso que eu comprei.

— Sei que o dia e a vida em si está sendo uma merda, então que tal fazer algo diferente?

— Diferente como? — fiquei curiosa.

— Já acampou antes?

— Não. Mas como faríamos isso? Não posso sair de casa, tem alguém querendo me matar, esqueceu? — arqueei a sobrancelha.

First Lady ⁿᵒᵃⁿʸOnde histórias criam vida. Descubra agora