Quem diria que três carros teriam tal diferença em energia.
No carro em que Pernambuco dirigia eles cantavam uma música alta enquanto de minutos em minutos discutiam algo.
Onde o Rio Grande do Sul dirigia tudo estava tão sereno e calado que até um piscar de olhos poderia ser escutado.
Já no carro onde o carioca estava, por incrível que pareça, tudo parecia bem calmo. O único som que se podia escutar era do pagode tocando baixo na rádio do automóvel e as conversas aleatórias das duas garotas.
Rio batucava o dedo no volante e mexia a cabeça na batida da música. Sampa estava com a metade da cabeça pro lado de fora da janela, sentindo o ar fresco bater em seu rosto e o som das folhas nas árvores se chocarem entre si.
A viagem até que estava nutrindo uma certa felicidade…que durou pouco.
O som das buzinas frenéticas era o que mais se conseguia ouvir no breu da estrada.
— Bora!
Trânsito.
— Será que demora muito pra gente chegar? – A capixaba pergunta para ninguém em específico, descansando a cabeça nos ombros da garota ao seu lado.
— Puta que pariu... – O carioca bufa, apertando a buzina descontroladamente.
— Apertar essa porra até estourar nos tímpanos não vai adiantar de nada! – Sampa comentou, com os dedos nos cantos dos olhos enquanto tentava não se estressar. — Cinquenta minutinhos…
— Olha, você não me estressa, se não te pego aqui mesmo! – Enraiveceu batendo no volante e se virando pro paulista que tinha as bochechas tão vermelhas quanto um tomate. — Na porrada… te pego na porrada, o que passou na sua cabeça?! – Sampa nada respondeu. Desviou o olhar, tentando controlar as bochechas rubras.
Rio olhou para as duas meninas no banco de trás que logo desviaram o olhar pro celular que Espírito Santo segurava. "Olha que interessante" "Uau, que massa" "calculadora, né?" "Muito interessante". Até Manaus, a ararinha azul que sobrevoava o trânsito entrou pela janela se sentando no ombro da dona e fingindo prestar atenção na conversa.
Rio voltou à posição inicial, batucando os dedos com raiva no volante.
— Olha o sacolé!...moço caiu. – O vendedor que passava ao lado do carro cutuca o loiro e aponta para o chão. O carioca passa a cabeça pela janela olhando na direção onde apontava mas nada via. — O preço do sacolé, moço.
O carioca riu baixo negando com a cabeça.
Ia responder, se o paulista ao seu lado não tivesse sido mais rápido.
— Queremos não. Obrigado. – Dispensou o vendedor, que saiu a procura de outro cliente.
Rio estava com uma interrogação em cima da cabeça.
— Tá louco de comprar isso uma hora dessa? Sabe nem quem fez. Com que água foi usada. – O moreno se endireita no estofado do banco e cruza os braços olhando os faróis brilhantes dos carros na frente. — Tem que ser muito burro pra tomar um negócio desse!
Enquanto isso…no outro carro:
— O teu é de quê? – Sergipe pergunta apontando para o picolé que o outro segurava ao seu lado.
— Goiaba. E o teu?
— Coco.
— Quer uma chupadinha, é? – Maranhão perguntou, segurando um sorriso que pelejava para sair de seus lábios.
— Êei rapaz… – Os dois não se aguentaram, caindo na risada. — Quero não.
— E tu? Vai querer mesmo não? – Pernambuco ofereceu o picolé de maracujá para a baiana ao seu lado, que apenas fez que "não" com a cabeça e continuou a mexer no Google Maps no telefone.
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Os Farofeiros
Fanfic" - Teu funcionário que ficar o feriado trabalhando. Vê se pode. - Rio que estava ao lado do outro moreno, cruzou os braços e negou com a cabeça." Teimoso! Depois de muito insistir, Rio consegue fazer o paulista ir aproveitar o feriado de fim de a...