Eu e Brady já estávamos namorando há um ano. Eu continuava perdidamente apaixonada por ele e aparentemente, ele por mim, mas as coisas já não eram tão quentes como antes.
Brady passava muito tempo trabalhando e mal tinha tempo para mim. No início nos saíamos juntos constantemente: íamos ao teatro, ao cinema, à restaurantes, à algumas festas e convívios em casa de amigos e para muitos outros lugares.
Nós eramos divertidos, bom, até naquele momento continuávamos sendo, só que com menor intensidade mas nós ainda tínhamos aqueles momentos de aventura e diversão. O facto é que Brady estava muito mais fixado no seu trabalho do que na nossa relação.
Muitas vezes eu tentei fazer com que ele saísse comigo mas ele estava quase sempre ocupado ou cansado mas permitia que eu saísse com minhas amigas, desde que evitasse amizades do sexo masculino.
Ele não compreendia, na verdade muita gente não compreende, seja homem ou mulher. Para mim, quando duas pessoas resolvem assumir um compromisso, elas deixam de ser dois "eus" e passam a ser um "nós". Elas devem sim divertir-se com seus amigos, mas devem também sair com outros casais para trocar experiências e acima de tudo fazer programas a dois. De que vale se estar em uma relação se os programas que fazemos para nos divertir ou entreter são aqueles que nós podemos fazer sendo solteiros? Qual é a razão de investirmos em uma relação se praticamente passamos a maioria do nosso tempo sozinhos ou com pessoas que não estão nessa relação?
Brady não me sabia responder essas perguntas e uma parte de mim pedia para que eu fosse honesta com ele e terminasse tudo antes que fosse tarde, antes que as coisas piorassem porque enquanto ele ficava em casa e eu saia com minhas amigas, muita coisa ficava em sua cabeça e ele acabava me interrogando para saber se eu estive com alguém e aquilo era algo difícil de se suportar, então eu acabei evitando as saídas com as minhas amigas para poder tranquilizá-lo, e as coisas começaram até a melhorar entre nós.
Nós ainda eramos amigos e companheiros, apesar de passar muito tempo distante e ocupado. Qualquer conquista que ele alcançava ele dividia comigo. Eu era a sua primeira opção para desabafar, para partilhar suas ambições, sonhos e medos. Ele gostava também de ouvir-me, ele opinava sobre as minhas decisões, nós sonhávamos juntos, planeávamos um casamento, dois filhos a quem daríamos muito amor e educação, um animal de estimação, uma casa de praia, viagens em família, etc.
Nós ainda eramos amantes, não sei se era pelo facto de passarmos muito tempo separados mas o sexo entre nós ficava cada vez melhor e melhor.
- Ahhhh - gritamos ao mesmo tempo após atingirmos o clímax. Olhamos ambos para o teto e ficamos minutos assim, em silêncio, eu estava vendo cores diferentes no teto, um arco-íris, minha mente estava em órbita e meus músculos relaxados.
- Eu amo-te Angie - ele passou algumas mechas de meu cabelo atrás da minha orelha e beijou-me na testa.
- Eu também amo-te Brady - eu peguei sua mão e cruzei-a com a minha. Nós estávamos tão conectados, eu me sentia segura com ele e eu sabia que ele me amava, que nós nos amávamos. Não importava o quão tristes ou decepcionados ficávamos um com o outro ou o quanto brigávamos, o facto é que ele era meu e eu era dele, e nós sempre dávamos um jeito de resolver as coisas.
- Barbara vai noivar-se nesse final de semana.
- Eu não acredito. Quem é o coitado? - Ele brincou.
- Jean-Michel, um chefe de cozinha francês que nós conhecemos em Londres. Eles ficaram durante aquelas férias, eu não imaginei que fosse durar mas eles mantiveram contacto e agora ele esta aqui, disposto a dar esse grande passo com ela.
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Confissões De Uma Apaixonada
Chick-LitAngelique Levine-Jennings é uma mulher de 45 anos que está prestes a ser submetida a uma cirurgia endocardíaca. Nosofóbica e aterrorizada com a possibilidade de que algo corra mal, ela começa a contar suas histórias amorosas para irmã Martha, uma am...