Até o mundo acabar

Onde tudo começou

Nunca havia prestado atenção num caminhar, na verdade não saberia dizer se é comum observar sem motivo algum alguém simplesmente andando por aí.
Seu vestido balançava a medida que a ventania passava pelo seu corpo. Sua expressão envergonhada e suas bochechas vermelhas poderiam dizer que estaria com vergonha dessa situação, seu vestido branco com detalhes no barrado, era algo que nunca havia visto, será que eu poderia ser considerado um pervertido se eu ficasse admirando as mulheres andar ?
Não que eu seja, até porque não observo mulheres andar, apenas "ELA", Laura!

Laura, continha um olhar marcante, olhos castanhos e expressão de calmaria, seu sorriso era algo tão sexy que poderia fazer qualquer um se apaixonar apenas elevando o canto superior esquerdo de seu lábio, seu corpo , um corpo juvenil e com curvas suaves contendo esse ar de menina frágil.
Laura, era uma jovem adulta de apenas 23 anos, vivia com sua família em uma pequena cidade francesa chama ANNECY, sua família era uma família respeitada por todos da cidade já que fundara comércios principais na cidade como mercearia,
Alfaiataria. Sua família conquistou ao longo dos anos o respeito e a dependência dos moradores de annecy , Laura , sempre acostumada a direcionar e administrar os negócios da família , já que sua inteligência sempre fora observada e destacada dos demais. Concluiu antes mesmo dos seus 16 anos todo o período escolar, auto-didata aprendia a ler e a escrever apenas ao observar a escrita e jornais da cidade. Laura, é a irmã mais velha de 3 irmãos, Benício e Helena .
Desde muito jovem cuidava de seus irmãos para que seus pais pudessem entregar o principal a família, o conforto, os anos foram passando e a dependência de sua família por Laura só crescia, logo que os negócios da família dependia não só de sua sabedoria em administração como com os fornecedores de cidades adjacentes.
Então foi assim, assim que a vi pela primeira vez em frente ao comércio de sua família , "Alfaiate e Consertos".
Suas mãos abaixando o vestido  até que aquela ventania se acalmara.

-Minha nossa, mas que ventania.. (disse, abaixando meu chapéu e tapando um pouco do rosto para cumprimenta-la)
-sim, acontece pouco por este período do ano, mas me surpreendeu.(sorriu, amigavelmente)
-desculpe, não me apresentei, Chamo-me Tonny!
-oras, Tonny? Representante da imobiliária que está na cidade ?
-Exato. (Respondeu aparentemente impressionado)
-Não ouvimos coisas boas dessa empresa, e digo mais
A cidade não está contente com a presença de vocês por aqui. (Respondeu, Laura , ríspida e direta)
-Acabamos de chegar a annecy, como poderíamos já estar sendo crucificados em tão pouco tempo ? (Respondeu tão rápido quanto pôde ouvir)
-A fama da Família Aubinet, transcorre como impiedosos e severos, não sei se os conhecem mas algumas pessoas até dizem que esta mesma família até o diabo tem medo, não fique próximo pode ser o próximo a ser devorado.(dizia Laura com apavoramento no olhar, acreditava tanto no que dizia que poderia jurar por cada palavra dita)
-Creio que sejam fantasias criadas por pessoas que não devem ter o que fazer. A família Aubinet veio por séculos conquistando espaço e obtendo respeito e as vezes as pessoas só não possuem o respeito devido e então criam histórias imaginárias sem fundamentos reais. (E deu-se por encerrado o assunto, desviando a conversa para rapidamente um elogio) e a propósito, seu vestido é lindo, Laura ! (Deu as costas e andou rapidamente entre o fluxo de pessoas na avenida)
-... (um ar de confusão invadiu a mente de Laura, logo que ela não havia lhe dito seu nome), como ele sabia? (Coçou a testa confusa).

O primeiro contato havia sido estabelecido e se não fosse de se prejulgar o comportamento de Tonny, poderia se dizer que o mesmo havia planejado tudo. Mas, não foi o que aconteceu !

Laura seguia o plano original e logo escolhera dois de seus vestidos a venda e os colocou arrojadamente em seus manequins de mostruário. Sua audácia com as vendas era de se admirar, destemida, haviam outras alfaiates a sua direita e mais ainda a sua esquerda e ainda sim, a "Alfaiate e consertos" iam sempre muito bem nas vendas !

A noite caiu, e o clima na cidade era de um leve frio via-se uma pequena neblina ao tentar olhar para a lua;
Laura não parava de pensar em como Tonny, poderia lhe ter dito seu nome, ficou a imaginar.
Tonny, tinha expressões marcantes, olhar sedutor típico de caras cafajestes e sem coração, seu cabelo levemente jogado num penteado para trás deixava ainda mais charmoso, pele clara, barba bem feita e uma voz máscula e clara numa dicção quase que perfeita. Com seus 30 anos, Tonny já não era mais um menino e o que Laura não poderia imaginar era que Tonny era o filho Legítimo e único da família Aubinet, se espantaria se o mesmo tivesse revelado no mesmo tempo em que fazia tais declarações, era capaz da pobre menina ter caído para trás ao saber...